"Nascida
numa família da classe
média alta,
interessou-se pelo socialismo durante
a juventude, logo após o Golpe
Militar de 1964,
ingressou então na luta
armada de esquerda:
pelo que se tornou membro do Comando
de Libertação Nacional (COLINA)
e posteriormente da Vanguarda
Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares)
– ambas as organizações defendiam a luta armada contra o regime
militar.
Passou quase três anos em reclusão, de 1970 a 1972, primeiramente
pelos militares da Operação
Bandeirante (OBAN),
no qual sofreu torturas, posteriormente pelo Departamento
de Ordem Política e Social (DOPS).
Reconstruiu
sua vida no Rio
Grande do Sul,
onde, junto com Carlos
Araújo,
seu companheiro por mais de trinta anos, foi membro fundador(a)
do Partido
Democrático Trabalhista (PDT)
e participou de diversas campanhas eleitorais. De 1985 a 1988,
durante a gestão de Alceu
Collares à
frente da prefeitura de Porto
Alegre,
foi Secretária Municipal da Fazenda. De 1991 a 1993 foi Presidente
da Fundação
de Economia e Estatística e
foi Secretária Estadual de Minas e Energia entre os períodos de
1993 a 1994 e de 1999 a 2002, durante o governo de Alceu Collares e
do sucessor Olívio
Dutra.
Em 2001 decidiu filiar-se no Partido
dos Trabalhadores (PT). Em
2002 participou da equipe que formulou o plano de governo de Luiz
Inácio Lula da Silva para
a área energética. Posteriormente, foi escolhida para ocupar
o Ministério
de Minas e Energia.
Em
todo o período republicano, uma única mulher foi empossada na
presidência, foi Dilma
Rousseff,
do Partido
dos Tralhadores (PT), eleita pelo
voto direto, em 31
de outubro de 2010 e empossada em 1°de
janeiro de 2011, sendo reeleita em 26
de outubro de 2014 e reempossada em
1° de janeiro de 2015. No Império
do Brasil,
assumiram, interinamente, a regência do país, a
imperatriz Leopoldina e
a Princesa
Isabel.
A
presidente utiliza o Palácio
do Planalto como
gabinete e reside no Palácio
da Alvorada,
tendo ainda a disposição a Granja
do Torto,
nos arredores de Brasília. O vice-presidente da República é Michel
Temer,
o primeiro paulista a
exercer este cargo. A residência oficial do vice-presidente é
o Palácio
do Jaburu,
e seu escritório de trabalho fica em um edifício anexo ao Palácio
do Planalto.
Com
a posse de Dilma em 2011, o Brasil tornou-se
o primeiro país de Língua
Portuguesa a
ter uma mulher eleita na presidência. Guiné-Bissau teve Carmen
Pereira interinamente
na presidência de 14 a 16 de maio de 1984. A norma culta da Língua
Portuguesa acata
as duas formas como corretas e aceitáveis. Por exemplo, de acordo
com o Dicionário
Houaiss da Língua Portuguesa,
“presidenta” é o feminino de presidente, embora seja menos
usual. Já o Dicionário
Aurélio diz
que a palavra pode ser usada no masculino e feminino, apontando
“presidenta” como “esposa do presidente” ou “mulher que
preside”. O Michaelis
Moderno Dicionário da Língua Portuguesa e
o Dicionário
Brasileiro Globo também
dão a mesma significação do Aurélio.
Presidente
da República é
o chefe
de Estado e
de governo da República
Federativa do Brasil.
O regime constitucional brasileiro optou pelo presidencialismo.
O presidente da República escolhe livremente seus auxiliares
diretos, os ministros
de Estado,
sem haver nenhuma interferência por parte do parlamento,
que no caso brasileiro, é o Congresso
Nacional.
De acordo com a revista estadunidense Newsweek,
o ocupante do cargo é considerado como a pessoa mais poderosa
da América
Latina,
devido ao status de potência
regional do
Brasil.
O
Brasil é uma república
federativa presidencialista desde
15 de novembro de 1889, quando um golpe
militar comandado
pelo marechal Deodoro
da Fonseca pôs
fim ao Império
do Brasil,
e, portanto, à monarquia
constitucional parlamentarista vigente,
depondo o então imperador Dom
Pedro II e
proclamando a atual forma de governo. O presidencialismo foi
introduzido pela primeira
constituição republicana,
a de 24 de fevereiro de 1891, que tomou como modelo as constituições
dos Estados
Unidos e
da Argentina.
No
Brasil, devido ao fato de vários políticos terem sido depostos da
presidência, outros terem exercido o cargo interinamente, outros
terem sido impedidos de tomar posse e pelo fato de juntas militares
terem governado o país, não existe uma contagem oficial, numerando
os presidentes, como acontece nos Estados
Unidos onde George
Washington encabeça
a lista como o primeiro presidente e Barack
Obama como
o 44º presidente. No Brasil, existem listas de presidentes com
numerações divergentes. Por exemplo, Carlos
Luz e Nereu
Ramos,
tendo sido respectivamente, presidente da Câmara
dos Deputados e
vice-presidente do Senado
Federal,
fazem parte da lista de presidentes, mesmo tendo ocupado o cargo
interinamente.
O
mandato do presidente da República do Brasil é de quatro anos com
direito a uma disputa pela reeleição. A atual Constituição
de 1988 havia
fixado inicialmente mandato de cinco anos sem reeleição. As
anteriores constituições do Brasil fixaram mandatos de quatro,
cinco e seis anos. Eurico
Gaspar Dutra, Juscelino
Kubitschek, Ernesto
Geisel e José
Sarney foram
os presidentes que exerceram mandatos de cinco anos. O único
presidente a exercer o mandato de seis anos foi João
Figueiredo,
por força da Emenda
constitucional nº8/1977,
artigo 75, parágrafo 3º.
Um pouco da História da república presidencialista em que vivemos
Os
ex-presidentes que ainda se encontram vivos são: Luiz
Inácio Lula da Silva, Fernando
Henrique Cardoso, Fernando
Collor de Mello e José
Sarney.
O último presidente a falecer foi Itamar
Franco em 2
de julho de
2011.
O
presidente mais jovem a assumir o cargo foi Fernando
Collor,
aos 40 anos, em 1990. O presidente mais idoso foi Michel
Temer,
que tomou posse, aos 75 anos, em 2016. Tancredo
Neves foi
eleito aos 75 anos, sendo o mais idoso a ser eleito presidente,
e Rodrigues
Alves foi
eleito, aos 70 anos, mas ambos morreram antes de tomar posse.
Nove
presidentes foram membros das Forças
Armadas,
mas desses, apenas dois chegaram ao cargo eleitos por sufrágio
universal, Hermes
da Fonseca,
em 1910, e Eurico
Gaspar Dutra,
em 1946. Após Artur
Bernardes (1922-1926),
os únicos presidentes civis a cumprirem integralmente seus mandatos
foram Juscelino
Kubitschek, Fernando
Henrique Cardoso e Luiz
Inácio Lula da Silva.
Os seguintes presidentes eram maçons,
com sua adesão confirmada pela maçonaria brasileira: Deodoro
da Fonseca, Floriano
Peixoto, Prudente
de Morais, Campos
Sales, Nilo
Peçanha, Hermes
da Fonseca, Venceslau
Brás, Delfim
Moreira, Washington
Luís, Nereu
Ramos, Jânio
Quadros e Michel
Temer.
O
primeiro presidente do Brasil eleito por eleições diretas e pelo
voto popular foi Prudente
de Morais,
eleito presidente da república em 1 de março de 1894. Foram
eleitos, por via indireta, por Assembleia
Nacional Constituinte:
Deodoro da Fonseca em 1891, e Getúlio
Vargas em
1934. Pelo Congresso
Nacional foram
eleitos: Humberto
de Alencar Castelo Branco,
em 1964, na forma do artigo 2º do AI-1; Costa
e Silva,
em 1966, na forma do artigo 9º do AI-2; Emílio
Médici,
em 1969, na forma do artigo 4º do AI-16.
Por colégios eleitorais, formados pelo Congresso Nacional e por
representantes das assembleias legislativas, foram eleitos, também
por via indireta: Ernesto
Geisel, João
Figueiredo e Tancredo
Neves.
Morreram
enquanto exerciam o cargo de presidente: Afonso
Pena, Getúlio
Vargas e Costa
e Silva.
O mais longevo dos presidentes foi Venceslau
Brás que
faleceu aos 98 anos de idade. Venceslau também foi o político que
viveu mais tempo na condição de ex-presidente da república, 48
anos, de 1918 até 1966, quando faleceu. Getúlio Vargas foi quem
ficou por mais tempo na Presidência: dezoito anos, contando seus
dois períodos no executivo, (1930-1945)
e (1951-1954).
Considerando-se também o período
imperial,
Getúlio Vargas é o segundo chefe de estado brasileiro mais
duradouro, superado apenas pelo imperador Dom
Pedro II.
Candidata:
Dilma Rousseff (PT)
Nascimento:
14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte (MG)
Estado
Civil: Divorciada
Profissão:
Economista
Formação:
Formada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, trabalhou na FEE (Fundação de Economia e
Estatística). Depois, organizou debates no IEPES (Instituto de
Estudos Políticos e Sociais) e, com Carlos Araújo, ajudou a fundar
o PDT do Rio Grande do Sul.
Histórico
de filiações políticas e partidárias: Polop, Colina,
VAR-Palmares, PDT e PT
Cargos
relevantes : Secretária da Fazenda de Porto Alegre;
Diretora-geral da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Presidente
da FEE; Secretária de Minas, Energia e Comunicação; Ministra de
Minas e Energia e Ministra Chefe da Casa Civil.
Dilma
Rousseff em resumo
Prestes a
terminar seu mandato, que durou oito anos - a completar em dezembro
-, o presidente Lula viu-se incumbido a escolher um dos companheiros
petistas para a sucessão no Palácio do Planalto. Preferiu olhar
para dentro de seu governo e eleger um de seus ministros.
Dilma
Rousseff, na época com 62 anos, já havia sido Secretária de Minas,
Energia e Comunicação e Ministra de Minas e Energia, antes de
assumir o Ministério da Casa Civil.
Conhecida
como "a mãe do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)",
a ex-ministra foi a escolhida de Lula, um presidente que tem 85% de
aprovação de seu governo e que deu ao PT o comando do País pela
primeira vez.
Filha de um
búlgaro, Pétar Russév, e de uma mineira, de quem herdou o nome,
Dilma viu-se ligada à política desde muito cedo, mesmo não sabendo
disso. Seu pai, que se naturalizou brasileiro com o nome Pedro
Rousseff, foi ligado aos movimentos de transformações na Europa e
deixou à filha o espírito libertário, além do gosto pela leitura.
Dilma Vana
Rousseff nasceu sete dias antes do Natal de 1947. Teve uma infância
tranquila e sem muitas dificuldades financeiras, com jantares
servidos à francesa, em uma casa em Belo Horizonte. Por lá, ao lado
dos dois irmãos Igor e Zana, ela ficou até a juventude. Neste
período, estudou em colégios particulares de freiras, exclusivos
para moças.
Mais tarde,
em 1964, ano do golpe militar, Dilma entrou no Colégio Estadual
Central. Nesta escola, que era pública e tinha turmas mistas,
iniciou a militância na Política Operária (Polop), organização
de esquerda com forte presença no meio estudantil, à qual já
pertencia seu namorado, Cláudio Galeno. Eles se casariam três anos
depois, apenas no civil e sob os olhares de poucos amigos e
familiares.
No mesmo ano
de seu casamento, em 1967, Dilma ingressou no curso de Ciências
Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais e aderiu ao
Comando de Libertação Nacional (Colina) - organização que
combatia a ditadura.
A
participação na luta pelo fim da ditadura deixou marcas no corpo e
na memória da ex-ministra. Em 1968, Dilma e Galeno começaram a ser
perseguidos em Minas - fato que os separou por conta da distância
causada pela clandestinidade.
Em Belo
Horizonte, a família não sabia que Dilma pertencia aos grupos
considerados "subversivos". A informação só veio quando
a moça intelectual de óculos foi presa no centro de São Paulo, em
1970.
Antes disso,
em 69, ela se tornou membro do VAR-Palmares (fruto da fusão entre
Colina e VPR). Lá, ela conheceu aquele que viria a ser seu segundo
marido, o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo - com
quem mais tarde fundou o PDT no Rio Grande do Sul.
Tortura
e fim da ditadura
As sessões
de tortura e a prisão duraram por quase três anos. De janeiro de
1970 a dezembro de 1972, Dilma passou os dias nos porões da Operação
Bandeirantes (Oban) e do Departamento de Ordem Política e Social
(Dops).
Nestes dois
departamentos, criados na Ditadura Militar, a jovem de vinte e poucos
anos sofreu torturas, de diversas formas, e foi considerada pelos
colegas de militância como uma pessoa bastante forte. Ao ser
libertada, Dilma voltou à sua casa da infância para se recuperar ao
lado da família. Como consequência, desenvolveu hipertiroidismo e
depois, hipotiroidismo. Fez tratamento e conseguiu colocar os
hormônios "no lugar". Neste período, ela estava dez
quilos mais magra e com 25 anos. Em sua ficha do Dops, ela era
apontada como "terrorista".
A partir daí,
a mineira retomou os objetivos de vida e continuou estudando. Em 73,
foi morar em Porto Alegre, onde Carlos Araújo cumpria pena na
prisão. Em 74, Araújo foi libertado e retomou a advocacia, enquanto
Dilma ingressava na Faculdade de Ciências Econômicas Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Em 75, ela começa a trabalhar na
Fundação de Economia e Estatística (FEE), órgão do governo
gaúcho.
Em março de
1977, quando Dilma tinha 29 anos, Paula Rousseff Araújo nasceu. Mãe
de primeira viagem, a ex-ministra tinha dificuldade para trocar as
fraldas e fazê-la parar de chorar. Estava no último ano de
faculdade e se dividia entre os estudos e a filha.
Além de
Paula, nasceu também em Dilma a esperança de que o fim da ditadura
estava por vir. Ela, então, ao lado do marido, engajou-se na
campanha pela Anistia e organizou debates no Instituto de Estudos
Políticos e Sociais. Mais tarde, fundou o PDT com Carlos - de quem
se separou, após 25 anos de casamento, em 1994.
Câncer
e braveza
Considerada
pela mídia como um "general", Dilma humanizou-se diante
das câmeras ao relatar que estava com câncer linfático, em abril
de 2009. A mulher com fisionomia sisuda e bastante séria teve de se
submeter às sessões de quimioterapia e logo se recuperou.
A partir daí,
começou a aparecer sempre ao lado do presidente Lula, que a
considera "uma mulher competente e de fibra". Por outro
lado, Dilma, em suas aparições, retribui o carinho e define o
presidente como uma pessoa extremamente afetuosa, de quem herdou a
capacidade de dialogar. Em 2009, a "mãe do PAC" foi
considerada uma das 100 pessoas mais influentes do País pela revista
Época.
O ar de
"braveza" foi desaparecendo aos poucos, junto às suas
mudanças fisionômicas, que começaram em 2008. Ajudada pelas
cirurgias plásticas, as linhas de expressão, as olheiras e os olhos
caídos deram espaço a um olhar mais vivo, um rosto mais liso e um
corte de cabelo mais moderno, definido pelo hair stylist Celso Kamura
como "iluminador".
Mas as
mudanças não aconteceram só externamente. Ela aprendeu com Lula
uma forma mais leve de se comunicar com a população. Vez ou outra
Dilma ainda escorrega no "discurso técnico", mas tem
evoluído. Hoje, ela sorri mais."
Fonte: Terra