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quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Ministra Damares mentiu! Será que o Deus dela castiga?

No dia da posse de Bolsonaro como presidente,  a ministra Damares Alves




O jornal Folha de S. Paulo publicou hoje (31) "Sem Diploma, Damares já se apresentou como mestre em educação e direito"




Damares isso não se faz. É falsidade ideológica!

Fonte: Folha de S. Paulo

Energia elétrica vai ter bandeira verde em fevereiro

 Por Luciano Nascimento 


"A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou hoje (25) que a bandeira tarifária para fevereiro de 2019 será a mesma de janeiro: verde, sem custo extra para os consumidores. Apesar da manutenção da bandeira verde, o mês de janeiro apresentou volume menor de chuvas que o esperado.
Em nota, a agência disse que, “mesmo com a elevação do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) provocada pela diminuição das chuvas em janeiro, a estação chuvosa está em curso, propiciando elevação gradativa da produção de energia pelas usinas hidrelétricas e melhora do nível dos reservatórios, com a consequente recuperação do risco hidrológico (GSF)”.
O GSF e o PLD são as duas variáveis que determinam a cor da bandeira a ser acionada, disse a Aneel.

 Sistema

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado, de acordo com a Aneel, para sinalizar aos consumidores os custos reais da geração de energia elétrica. A adoção de cada bandeira, nas cores verde (sem cobrança extra), amarela e vermelha (patamar 1 e 2) está relacionada aos custos da geração de energia elétrica. Na amarela há o acréscimo de R$ 1 a cada 100 kWh (quilowatts-hora). Na vermelha no patamar 1, o adicional nas contas de luz é de R$ 3 a cada 100 kWh; no 2, o valor extra sobe para R$ 5.

Dicas de economia

Para evitar aumento significativo nas contas, a Aneel dá dicas para que os consumidores economizem energia. Entre elas a de, no caso do uso de chuveiros elétricos, se tomar banhos mais curtos e em temperatura morna ou fria.
A agência sugere também a diminuição no uso do ar condicionado e que, quando o aparelho for usado, que se evite deixar portas e janelas abertas, além de manter o filtro limpo. A Aneel sugere, ainda, que o consumidor tenha atenção para deixar a porta da geladeira aberta apenas o tempo que for necessário e que nunca se coloque alimentos quentes em seu interior.
Uma outra dica da Aneel para que o consumidor economize energia é a de juntar roupas para serem passadas de uma só vez e que não se deixe o ferro de passar ligado por muito tempo. Sugere também que, durante longos períodos de ausência, o consumidor evite deixar seus aparelhos em stand-by. Nesse caso, o mais indicado é retirá-los da tomada."
Edição: Fábio Massalli
Fonte: Agência Brasil - EBC

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

"O perigo à saúde que vem da lama de Brumadinho"

© Foto: Rodney Costa/AFP/Gett


Por BBC News


O perigo em Brumadinho não se limita ao possível rompimento de novas barragens na região. A lama que arrastou parte da mina da Vale, construções e estradas traz consigo riscos imediatos e futuros à saúde para quem teve contato com o barro e também quem vive próximo ao rio Paraopeba.

Médicos ouvidos pela BBC News Brasil alertam para o risco de infecções, contaminações e, num futuro próximo, até de câncer e doenças autoimunes.

"As doenças infectocontagiosas ou parasitárias podem surgir agora. Como é barro, é córrego, pode ter leptospirose, aumento da dengue e de febre amarela", afirma o médico Marcelo Lopes Ribeiro, diretor assistencial da Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais).
Ribeiro observa ainda que há substâncias químicas e tóxicas no local, o que aumenta o risco de contaminações e intoxicações.
O médico Luis Fernando Correia, comentarista da rádio CBN e do canal de TV GloboNews, afirma que, além das doenças a curto prazo, há o risco de exposição a elementos químicos que podem ser altamente prejudiciais à saúde a médio e longo prazo.

"A qualidade da água dos rios e dos peixes precisam ser monitorados e a população da região precisa ser acompanhada. Daqui a dez anos podem surgir casos de câncer e de doenças autoimunes e podemos não associá-las ao rompimento da barragem", afirma Correia.

Produtos químicos na lama

O médico cita um estudo da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) que identificou 13 elementos químicos, entre eles níquel, magnésio e cádmio, usados na mineração na região do quadrilátero ferrífero em Minas.

"São chamados elementos traço e mesmo em quantidade pequena podem ser prejudiciais. O problema é que não é possível medir qual a concentração a qual as pessoas foram expostas", avalia Correia.

O geólogo Bráulio Magalhães Fonseca, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), diz que rejeito de mineração contém, basicamente, óxido de ferro, amônia, muita sílica, silte e argila. Barragens muito antigas podem ter elementos altamente tóxicos. "Podem conter até mercúrio e arsênio", afirma o professor.

Somam-se a isso outras substâncias armazenadas nos galpões da Vale e até mesmo as que estavam no caminho por onde a lama passou.

"Os rejeitos que chegam aos rios da região podem contaminar a fauna e a flora, eventualmente afetando a cadeia alimentar. Para os humanos os riscos são, principalmente, o consumo de peixes que tenham tido contato com os resíduos e rejeitos acumulados no fundo dos rios. Os resultados poderão ser percebidos somente daqui a décadas", diz Luis Fernando Correia.

O médico Marcelo Ribeiro conta que alguns dos seis sobreviventes da tragédia atendidos no hospital João XXIII chegaram a engolir lama e apresentaram irritação ocular. O serviço de toxicologia do hospital pediu à Vale, dona da mina, a lista de substâncias para tentar medicar os pacientes, mas que até então não tinha sido enviada. "Falaram que está em estudo", diz Ribeiro.

A Vale está fazendo uma análise laboratorial do rejeito para saber se o material representa risco para a saúde. O laudo deve ficar pronto em até 15 dias.

Nesta terça-feira, o coordenador-adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, tenente-coronel Flavio Godinho, chegou a dizer que alguns bombeiros tiveram intoxicação por causa do contato com a lama em Brumadinho.

Mas o Corpo de Bombeiros explicou que os militares estão tomando medicamentos para minimizar os efeitos do contato com material orgânico.

"Esses medicamentos podem ocasionar náuseas e diarreia. São efeitos colaterais", explicou a corporação, por meio da assessoria de imprensa.”

Fonte: BBC NEWS

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Possíveis causas da tragédia da Vale em Brumadinho, MG

Brumadinho, MG

Por Nádia Pontes, Marina Costa (de Brumadinho)

Vinte quatro horas depois do rompimento da barragem de rejeitos de mineração da Vale em Brumadinho (MG), a praça do distrito de Casa Branca foi tomada por pessoas neste sábado (26/01). Fora da rota que destruiu vidas e paisagens pelo caminho aberto pelos 11,3 milhões de metros cúbicos de lama, a praça virou um lugar de protesto.

"O problema da Vale aqui na nossa região é a exploração desenfreada. A gente acha que não há nenhum controle”, disse um morador, que estava entre os cerca de cem manifestantes que pediam a saída da empresa de Brumadinho. Os desabrigados foram encaminhados para várias pousadas e hotéis da região. A igreja Nossa Senhora das Dores, próxima ao local do rompimento, também recebe corpos encontrados e sobreviventes.

Durante a manhã, enquanto 13 helicópteros vasculhavam o território em operações de resgate, agentes da Defesa Civil e Bombeiros estudavam como chegar às residências isoladas, onde moradores aguardavam socorro. Ainda em choque, muitos tentavam entender as causas da tragédia. "Todo mundo aqui sentia medo de a barragem romper, apesar de a Vale garantir que era seguro. A gente tinha muito medo depois do que aconteceu em Mariana”, disse uma moradora.

Leg. .© Marina Costa Moradores de Brumadinho protestam contra a mineradora Vale

Na casa alugada pela Samarco desde que seu vilarejo foi destruído após o colapso da barragem de Fundão, em novembro de 2015, seu Zezinho, líder comunitário do antigo Bento Rodrigues, em Mariana, diz sofrer de tristeza com os acontecimentos em Brumadinho.

"A gente não quer nem ligar a televisão pra ver. É triste demais. Também não quero falar com ninguém. É como se a gente vivesse tudo aquilo de novo”, contou à DW Brasil, por telefone.

Licença para reforma e obras na barragem


Maria Teresa de Freitas Corujo, conselheira da Câmara de Atividades Minerárias do Conselho Ambiental de Minas Gerais, atuou firmemente para barrar a licença de ampliação das atividades no complexo da Vale em Brumadinho. Ela foi uma das que mais fizeram questionamentos na tumultuada sessão da Câmara de 5 dezembro de 2018, em que a licença foi concedida. "Estava claro que havia uma pressa demandada pela Vale para obter as licenças de uma vez só”, disse em entrevista à DW Brasil.

 © Marina Costa Centro comunitário em Brumadinho passou a abrigar moradores afetados pela tragédia

Segundo o parecer que concedeu as licenças prévias de instalação e de operação, a Vale obteve luz verde para reaproveitar rejeitos da barragem I. Ou seja, a empresa poderia iniciar obras para recuperar minério de ferro dispostos entre os rejeitos - uma espécie de "reciclagem”.

Para fazer esse reaproveitamento, retroescavadeiras fazem a remoção mecânica na barragem I seguida por um empilhamento drenado e posterior transporte do minério a ser reaproveitado, segundo descreve o documento. A Vale não confirmou se as obras na barragem já estavam em andamento.

Como não estava chovendo no período do rompimento, não houve terremoto e a barragem não estava em operação há mais de três anos, a conselheira Maria Teresa diz enxergar apenas duas possibilidades.

"Ou a Vale mentiu quando disse que a barragem estava estável ou, com as licenças que obteve em dezembro, iniciou obras pra fazer o reaproveitamento de bens minerais e houve um erro, ou algo inesperado, e a barragem rompeu”, analisa Maria Teresa, que representa o Fórum Nacional da Sociedade Civil em Comitês de Bacias Hidrográficas (Fonasc).

"Nós vemos que as empresas de mineração da região do Quadrilátero Ferrífero não têm mais lugar pra colocar rejeitos. Estão começando a querer reaproveitar”, adicionou.

Lições de Mariana


Para Andrea Zhouri, pesquisadora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) que estuda conflitos ambientais em torno da mineração há décadas, o desastre de Mariana parece não ter sido levado a sério pelas autoridades.

 © Marina Costa Parentes de desaparecidos aguardam notícias em um centro de informações instalado pela Vale

Um mês após o colapso de Fundão, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou uma lei que mudou toda a estrutura dos órgãos que aprovam o licenciamento ambiental.

"Tudo pra deixar o licenciamento mais simplificado. A toque de caixa. Estão aprovando as obras sem que estudos sejam suficientes, sem que haja debate, avaliação técnica, ou viabilidade ambiental e socioambiental”, critica Zhouri.

Uma das alterações da lei foi a criação da chamada Superintendência de Projetos Prioritários (Suppri). Para Klemens Laschefski, pesquisador alemão e professor da UFMG, o órgão foi criado com o único objetivo: pressionar o Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas para aprovar projetos que o governador considera prioritários.

"São geralmente aquelas empresas que financiaram as campanhas eleitorais por trás desses pedidos. As obras são aprovadas a partir dos interesses efetivamente das mineradoras”, opinou. Para os pesquisadores, a criação da Suppri é o fator que mais enfraqueceu o sistema ambiental mineiro. "O licenciamento virou um balcão de negócio”, opinou Zhouri. "Além disso, temos ainda uma ineficiência e inoperância da fiscalização e monitoramento”.

Nenhum representante do governo de Minas Gerais foi encontrado para comentar o assunto.

Nilo D'Ávila, do Greenpeace, defende uma mudança de postura - e do discurso - do governo que acaba de assumir, com Jair Bolsonaro na presidência.

"É hora de descer do palanque e começar a governar pra todos, seguindo as leis. Não dá pra tolerar esse discurso de que fiscais do Ibama têm que ser punidos, de que o licenciamento tem que ser afrouxado. Estamos diante de outro desastre cujo impacto humano a gente nem consegue ter ideia”, disse em entrevista à DW Brasil. Até agora, a Vale foi multada em R$ 250 milhões pelo Ibama."

Fonte: MSN  

9 erros que você comete no verão

                                                                                                 (mabe123/Getty Images)

Por Raquel Drehmer

É uma delícia aproveitar o sol, a piscina e a praia no verão. Ou, mesmo sem a parte de praia e piscina, curtir os dias quentes com roupas levinhas e cabelos presos cheios de estilo pela cidade. Só que tudo isso requer cuidados: o sol é uma excelente fonte de vitamina D, mas também é o causador de câncer de pelemanchas, insolação, envelhecimento precoce da pele e doenças em outras partes do corpo – até nos olhos – se não forem tomados os cuidados adequados em relação a ele. Evitar os danos dos raios UVA e UVB é dever de todos.

Além disso, esquecimentos bobos podem comprometer a saúde ao longo destes meses tão quentes e tão gostosos. Confira quais são os principais erros de verão e se lembre sempre de não cometê-los mais. Seu organismo agradece!

1-Não usar protetor solar


Este é o pior e mais perigoso erro. Se você simplesmente não usar protetor solar, sua pele fica exposta aos raios UVA e UVB, causadores de manchas a câncer de pele, passando por envelhecimento precoce de pele e outras doenças cutâneas. Também pode ficar com bolhas e ter insolação.
O protetor solar deve ser usado todos os dias, mesmo que esteja nublado ou chuvoso, pois os raios ultravioletas passam pelas nuvens e danificam a pele em qualquer condição climática.
2-Usar o protetor solar de forma incorreta
Não basta passar o protetor solar de qualquer jeito na pele: é preciso aplicá-lo nas quantidades certas em cada parte do corpo e reaplicá-lo a cada duas horas ou depois de mergulhos na água (mesmo que a última aplicação tenha sido há menos de duas horas). Se não for feito desta maneira, a pele estará exposta aos males dos raios ultravioletas de igual maneira.

3-Esquecer de beber água

Transpiramos e perdemos mais líquidos no calor, o que requer atenção redobrada à hidratação. O recomendado é que sejam bebidos pelo menos dois litros d’água por dia – veja bem: pelo menos, o que significa que você pode beber mais que isso, na medida em que sinta sede.

Quando você bebe menos que dois litros d’água por dia, prejudica a pele (que fica gradativamente mais ressecada) e os rins (note se a urina está ficando escura). Nunca é demais lembrar: beba água!

4-Não proteger os lábios contra os raios solares

Você lembra de passar protetor solar até atrás da orelha, mas esquece dos lábios? Isso é um problema! A pele labial é sensível e também precisa ser protegida contra os raios UVA e UVB – o lábio inferior é um local comum de manifestação de câncer de pele.
Providencie um bom protetor solar específico para os lábios e afaste esse risco

5-Não passar hidratante na pele oleosa

Todas as peles – inclusive a oleosa – precisam de hidratante o ano todo, e mais ainda no verão. Sem hidratação tópica, haverá ressecamento, descamação e o risco de um quadro de desidratação cutânea.
Há hidratantes para todos os tipos de pele. Escolha o melhor para a sua e seja feliz!

6-Não usar óculos escuros

Os olhos também sofrem com a exposição aos raios UVA e UVB: os problemas podem ir de irritação e lacrimejamento a catarata e degeneração macular, passando por doenças como o pterígio (aquela carninha que se forma no canto dos olhos).
Use sempre óculos escuros de boas marcas, com lentes com proteção contra os raios ultravioletas. Dica: os baratinhos de camelô quase nunca têm essa proteção. Invista um pouquinho mais no acessório, pelo bem de sua saúde ocular.

7-Depilar-se com cera e já se expor ao sol


A pele sensibilizada pela depilação com cera – que não deixa de ser uma pequena agressão no puxar dos pelos – sofre com a exposição ao sol e pode ganhar manchas indesejadas. É importante esperar pelo menos 48 horas depois de se depilar dessa forma.

8-Não tomar uma ducha de água doce depois de entrar no mar

O sal e a areia do mar ressecam a pele, por isso é indispensável removê-los depois dos mergulhos. O maior problema desse tipo de ressecamento é a formação de fissuras, que servem como porta de entrada para bactérias, vírus e micro-organismos maléficos em geral.
Se na praia que você frequentar não houver duchas de uso coletivo, leve água de torneira em garrafas para jogar no corpo depois dos banhos de mar. E não se esqueça de reaplicar o protetor solar na sequência.

9-Ficar com roupas molhadas na praia ou na beira da piscina


Biquínis, maiôs e roupas molhadas em geral são o ambiente perfeito para a instalação de fungos que causam micoses na pele. Sempre seque a pele e, por mais chato que isso possa parecer, troque de biquíni ou de maiô depois dos mergulhos.”
Fontes consultadas: Juliana Toma (dermatologista pós-graduada em oncologia cutânea), Dulce Aunhao (dermatologista da Central Nacional Unimed) e Marcus Safady (oftalmologista – Sociedade Brasileira de Oftalmologia)
Fonte: M de Mulher         

“LOBBY DE MINERADORAS TRAVA PROJETOS DE INTERESSE PÚBLICO SOBRE BARRAGENS”

Brumadinho depois do desastre

Por Brasil247

O rompimento da barragem da Vale reacendeu o debate sobre a importância de medidas legislativas que imponham limites mais rígidos à atividade da mineração;o avanço de propostas dessa natureza esbarra, no entanto, na pressão exercida pela indústria da mineração sobre políticos e órgãos públicos"

Do Brasil de Fato - "O rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), na última sexta-feira (25), reacendeu o debate sobre a importância de medidas legislativas que imponham limites mais rígidos à atividade da mineração, com o objetivo de proteger os recursos naturais e as populações que residem em áreas próximas a esses empreendimentos.

O avanço de propostas dessa natureza esbarra, no entanto, na pressão exercida pela indústria da mineração sobre políticos e órgãos públicos para garantir que os interesses das empresas do setor prevaleçam sobre a proteção ao meio ambiente e os direitos das populações locais.

Mais conhecido como lobby, esse tipo de prática tem provocado a lentidão ou mesmo a interrupção na tramitação dos projetos de lei com esse perfil.

No caso de Minas Gerais, por exemplo, uma comissão criada na Assembleia Legislativa do Estado (ALMG) no final de 2015 para fazer estudos e propor medidas de monitoramento da atividade ainda não conseguiu entregar o resultado esperado: dos três projetos de lei que constavam no relatório final dos trabalhos, apenas um foi aprovado até o momento.

As propostas que estão com a tramitação parada na Casa abordam questões como: endurecimento das normas de licenciamento; imposição de regras mais rígidas de segurança para barragens; criação de uma política estadual para proteger atingidos por barragens; e proibição da existência de barragens com alteamento a montante – construções em que a compactação do sedimento se dá próximo à parede de contenção, como é o caso da barragem que rompeu na última sexta, em Brumadinho. 

O relator da comissão, deputado estadual Rogério Correia (PT), destaca que é sempre um desafio emplacar esse tipo de medida em um estado que tem 10% do Produto Interno Bruto (PIB) representado pela mineração, mesmo que o modelo adotado pelas empresas do setor seja fortemente criticado pelo campo popular, que também questiona a perspectiva de desenvolvimento adotada por esse tipo de indústria.


"O lobby das mineradoras acoplado a um discurso de desenvolvimento e de necessidade econômica do estado e das mineradoras é o responsável pelo fato de as coisas não andarem. Esses dois projetos [que estão parados] são essenciais, mas nós não conseguimos aprovar, mesmo com o crime de Mariana. Minha esperança é que agora a pressão popular e social seja grande e [a Assembleia os] aprove", afirma Correia.

No caso da comissão da ALMG que tratou das barragens, 19 dos 22 deputados que integravam o colegiado haviam recebido doações financeiras de mineradoras na campanha eleitoral de 2014, segundo dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essa realidade abrangia membros de diferentes partidos – DEM, MDB, PSB, PPS, PP, PV, PSD, Pros, PCdoB e PT, alguns dos quais com dissidências internas em relação ao tema.


Um deles, o PL 3676/2016, teve um substitutivo rejeitado, em julho do ano passado, pela Comissão de Minas e Energia. O documento, apresentado pelo deputado João Vítor Xavier (PSDB), tinha o apoio do Ministério Público, do Ibama e ainda de mais de 50 entidades de caráter ambiental vinculadas à campanha "Mar de lama nunca mais", lançada em 2016, após o crime socioambiental de Mariana.

"Esse projeto veio de um processo muito bonito de intensa participação das organizações que acompanham a pauta em Minas Gerais, e foi recortado, completamente desfigurado, e agora acontece Brumadinho. É como se as pessoas não tivessem o direito de dizer 'não', como se não houvesse a possibilidade de outro modelo [de mineração] melhor, com mais retorno para o país e com muito mais controle em cima das empresas privadas de mineração", afirma Maria Júlia Andrade, da coordenação nacional do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM).

Congresso Nacional
O drama que resulta da relação entre parlamentares e empresas de mineração se repete no cenário nacional. No Senado, por exemplo, o PLS 224/2016, que tornava mais rígidas as normas da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), foi arquivado no final de 2018.

De autoria do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), a proposta era resultado de uma comissão que havia debatido a questão da segurança das barragens após a tragédia de Mariana, em 2015, e tinha recebido parecer favorável do relator, Jorge Viana (PT-AC), mas, por falta de interesse político, não chegou a ser votada pela Comissão de Meio Ambiente e teve como destino o arquivamento.

Na Câmara, as barreiras políticas impostas a esse tipo de medidas são as mesmas. O PL 10.874/2018, que proíbe a mineração num raio de 10 km no entorno de unidades de conservação, está parado na Comissão de Minas e Energia.

A situação é semelhante à do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 973/2018, que suspende o trecho de um decreto assinado por Michel Temer (MDB) que permite a atividade minerária em reservas nacionais.
Proposto pelo deputado Chico Alencar (Psol-RJ), o PDC foi protocolado em junho de 2018 e recebeu o primeiro despacho somente cinco meses depois, em novembro, quando foi encaminhado para a Comissão de Minas e Energia, onde está parado.

O tempo contrasta com a velocidade observada na tramitação de outras medidas. A reforma trabalhista, por exemplo, foi encaminhada pelo governo de Michel Temer durante o recesso legislativo de dezembro de 2016 e despachada logo no retorno das atividades parlamentares de 2017, em fevereiro. Em abril, a proposta foi votada pelo plenário da Casa e encaminhada para o Senado, onde foi definitivamente aprovada em julho do mesmo ano.

Chico Alencar destaca que os projetos que visam à imposição de limites mais rígidos para a mineração estão entre os mais dificultosos em termos de aprovação no Congresso.

"A maior dificuldade é exatamente a servidão, a dependência, o espírito de subordinação da maior parte dos deputados e seus partidos em relação aos interesses das grandes mineradoras, que, no tempo da permissão do financiamento empresarial, mantinham esses deputados garantindo suas campanhas com somas altíssimas".

A declaração do deputado encontra referência nos números. A comissão instalada pela Câmara em 2014 para discutir um novo marco regulatório da mineração, por exemplo, era hegemonizada por parlamentares que haviam sido financiados por mineradoras.

Um dossiê lançado no mesmo ano pelo Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração, que reúne mais de 120 organizações, expôs o jogo de interesse que dava a linha dos trabalhos do colegiado: ao todo, 20 dos 27 membros titulares haviam recebido dinheiro de empresas do setor em suas campanhas eleitorais.

O rol continha, inclusive, o relator da comissão, Leonardo Quintão (MDB-MG), o presidente, Gabriel Guimarães (PT-MG), e o vice, Marcos Montes (PSD-MG). A presença deles e dos demais foi questionada pelo Comitê, que chegou a entrar com uma representação na Casa para pedir a retirada de Quintão.

A escolha de um deputado com esse perfil para a relatoria feria o Código de Ética da Câmara, mas a petição foi arquivada pelo então presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (MDB-RN). O caso chegou também ao Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de um mandado de segurança, mas o processo não foi julgado e terminou no arquivo da instituição.

Entre os 20 parlamentares da comissão financiados pela mineração, dez tiveram 20% ou mais do financiamento garantido pelo setor. Um deles, o deputado Guilherme Mussi (PP-SP), registrou o maior percentual, com 77% da campanha custeada por empresas do ramo. Considerando o espectro total dos 20 deputados, a Vale foi a maior doadora, com um total de R$ 22,6 milhões investidos.

A relação entre mineradoras e deputados da comissão estava presente entre membros de 13 partidos: MDB, PSDB, DEM, PSD, PV, PT, PRB, PTB, PP, PR, PSB, PTdoB e PDT.

Chico Alencar, que integrou a comissão, aponta que o lobby do setor age com força nos bastidores do Congresso, na tentativa de acompanhar a atividade dos parlamentares e evitar a aprovação de medidas que fujam do escopo previsto para o campo empresarial.

"As grandes mineradoras, notadamente a Vale, têm uma equipe de 'assessoria parlamentar', que existe pra defender os interesses da empresa, monitorar todo projeto que possa contrariar seus interesses, que possa, na linguagem deles, prejudicar sua atividade econômica. É um monitoramento e um acompanhamento importantes e [elas têm] porta aberta junto a esses deputados, que são maioria. Então, têm um poder de fogo, um lobby muito estruturado e muito poderoso", explica Alencar.

O financiamento empresarial de campanha foi proibido pela Justiça somente em setembro de 2015, portanto, após a campanha eleitoral de 2014, que definiu a composição da última legislatura.”

Fonte: Brasil 247

"30 livros para ler de escritoras negras"

Escritoras negras

30 livros para ler de escritoras negras

"Há um mundo de literatura negra e feminismo negro a ser desbravado, de poesia e ficção, passando por livros para jovens adultos e autora vencedora do Nobel"

Fonte: Revista Grito

“Condenado por corrupção, Ministro do Meio-Ambiente de Bolsonaro não pode ser preso em função do foro privilegado

Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles

Os promotores Leandro Henrique Leme e Silvio Marques, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), enviaram uma apelação enviada ao Tribunal de Justiça (TJ-SP) pedindo à Justiça que determine a imediata perda da função pública do ministro do Meio Ambiente, Ricardo salles. A informação é do G1.


Quando era secretário estadual de Meio Ambiente do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), Salles foi condenado por ter adulterar mapas e da minuta de decreto do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental Várzea do Tietê, na Região Metropolitana de São Paulo. De acordo com a acusação, ele tinha como objetivo beneficiar empresários, especialmente do setor de mineração.

O documento protocolado pelos promotores aponta "gravíssimas consequências" ambientais provocadas pelos motivos que levaram à condenação de Salles. "Enfatizem-se, no presente caso, as gravíssimas consequências das alterações introduzidas no Plano de Manejo da APAVRT e a extensão do dano pretendido, considerando o tamanho da unidade de conservação", diz o documento.”

Fonte: Platão Brasil