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sábado, 31 de julho de 2021

"A Semente das Boas Escolhas"

 

Uma vida sem pensamento é totalmente possível, mas ela fracassa em fazer desabrochar sua própria essência – ela não é apenas sem sentido; ela não é totalmente viva. Homens que não pensam são como sonâmbulos.

Hannah Arendt


A Vida nos pede coragem. E vivemos fazendo escolhas. Logo, exercitamos nossa coragem nas escolhas que fazemos. Do momento em que acordamos até o momento em que voltamos a dormir, tomamos decisões o tempo inteiro. Algumas ações, de tão rotineiras, podem passar despercebidas no meio de tantas tarefas em nosso cotidiano. Mas mesmo estas ações automatizadas foram decisões tomadas anteriormente.

O que, então, influencia as nossas decisões? Esta é uma pergunta que não possui uma resposta simples. Mas saber o que nos leva a optar entre casar ou comprar uma bicicleta e viajar pelo mundo nos permite tomar as decisões com mais clareza e que nos permitam viver plenamente.

Em 1961, o psicólogo Stanley Milgram realizou uma singular experiência na Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Milgram recrutou voluntários que foram apresentados a dois atores. Um ator representava um pesquisador e o outro, um suposto estudante. O “estudante” foi colocado em uma sala, isolado do voluntário e do “pesquisador”, e ligado a fios que lhe dariam choques elétricos. Estes choques seriam ministrados pelo voluntário sempre que o “pesquisador” lhe desse ordem para isto. O “estudante” receberia choques sempre que respondesse erradamente a uma pergunta efetuada pelo “pesquisador”. E os choques recebidos seriam em voltagem crescente, ou seja, quanto mais o “estudante” errasse, maior o choque elétrico recebido.

É claro que o “estudante” errava as respostas de propósito, e o ator apenas representava gritos de dor quando recebiam os choques direcionados a ele. O voluntário, que recebia as ordens do “pesquisador” para ministrar os choques, poderia parar a execução dos eletrochoques no momento em que desejasse. Quando o voluntário hesitava na continuidade da tarefa, o “pesquisador” o incentivava a continuar por meio de frases de estímulo previamente preparadas.

Os resultados indicaram que a maior parte dos voluntários continuou a efetuar os choques até o nível mais alto de voltagem, ou seja, uma carga praticamente fatal. Todos alcançaram um nível de voltagem de 300 volts.

Milgram procurava entender, assim como outros pesquisadores, os motivos pelos quais a pátria de expoentes como Kant, Beethoven, Schoppenhauer, Goethe, Marx, Schumann - apenas para citar alguns - foi capaz de gerar e permitir a ascensão de regime capaz de realizar ações tão terríveis como o Holocausto. No decorrer dos anos, a experiência de Milgram sofreu uma série de críticas - quanto à metodologia empregada, sobre os fundamentos éticos e, até mesmo, se os resultados apresentados não foram prejudicados pelo próprio viés do criador do experimento. Mas teve o mérito de lançar luz sobre uma questão importante, que foi constatada no decorrer de outras pesquisas: tendemos a fazer coisas, mesmo aquelas que não desejamos, quando solicitados por pessoas que detém, em nossa percepção, um poder baseado no conhecimento, na legitimidade ou na coerção. 

Isto acontece porque, ao fazermos isto, entregamos a responsabilidade da decisão para outra pessoa. E nos sentimos então desconectados das consequências que esta decisão pode trazer. Não por acaso, a linha de defesa de grande parte dos integrantes da cúpula nazista consistiu em alegar que “cumpria ordens”, ou seja, não poderiam ser responsabilizados por acatarem uma decisão vinda de instância superior – por mais imoral ou ilegítima que fosse esta decisão.

Se estamos inclinados a tomar decisões com base na influência que recebemos de outras pessoas, nossa principal responsabilidade é escolher cuidadosamente os exemplos com os quais basearemos nossas ações. O empresário e escritor norte-americano Ivan Misner (pronuncia-se “Aivan Maisner”) elaborou uma interessante analogia sobre isto. Falando sobre a importância das relações e das influências que recebemos, Misner nos pede para imaginar que vivemos em uma sala, onde qualquer coisa pode estar neste espaço: as pessoas que entram em nossa vida, os relacionamentos, os deveres relacionados a estas relações. Mas esta sala possui apenas uma porta. E é uma porta de entrada. Não há saída, e o sentido é de mão única. Tudo o que permitimos entrar em nossa sala ficará sempre conosco.

Então, se nossa qualidade de vida depende do que e quem está na sala conosco, é preciso todo o cuidado para permitir quem é o quê estará nesta sala com você. Misner então pergunta: “Quem são as pessoas mais próximas a você? Quem são seus amigos? Com quem você se associa no seu dia a dia?”. Porque se tomamos decisões baseados nas influências positivas e negativas das pessoas que têm ou tiveram relações conosco, é fundamental que tenhamos muita clareza nas pessoas que deixamos entrar em nossa sala.

E nosso coração sabe qual o critério para permitir a entrada de alguém ou algo em nossa sala. Leonardo Boff conta que, em certa ocasião, participou de uma mesa redonda sobre religião e paz entre os povos. Dentre os participantes, estava sua Santidade, o Dalai Lama. Boff conta que perguntou ao Dalai Lama - não sem malícia - qual seria a melhor religião, esperando ouvir uma resposta como “a melhor religião é o budismo tibetano” ou alguma outra resposta que valorizasse as religiões orientais. Mas sua Santidade o olhou diretamente nos olhos, e sorrindo, disse: “a melhor religião é que mais te aproxima de Deus, do Infinito. É aquela que te faz melhor.”. Perplexo, Boff fez outra pergunta: “E o que me faz melhor?”. E o Dalai Lama respondeu: “Aquela te faz mais compassivo.”.

É este o critério do coração. Nossa essência sabe. E quando permitimos que esta sabedoria inata e misteriosa extravase para a mente, para o pensamento, somos perfeitamente capazes de escolher as pessoas que entrarão em nossa sala, os líderes que influenciarão nossas escolhas. Esta pessoa me faz melhor? Esta pessoa me faz mais compassivo, mais amoroso, mais desapegado? Esta pessoa me torna mais responsável? Esta pessoa me faz viver sem medo? E eu, estou fazendo o mesmo com esta pessoa?

E assim, o poder que entregamos às outras pessoas quando permitimos que entrem em nossa sala retorna em nosso próprio bem e naquelas que estão em nosso círculo de relações. Com coração e pensamento alinhados, tomando como base aquelas pessoas que nos tornam melhores, deixamos o sonambulismo de lado e poderemos então vivenciar o que nos permite tomar decisões com coragem: a confiança.


Maurício Luz

 Maurício Luz escreve a Coluna "Frases em Nosso Tempo", aos sábados para O Guardião da Montanha.

Ele é carioca e ganhou prêmios:

1º Belmiro Siqueira de Administração – em 1996, na categoria monografia, com o tema “O Cliente em Primeiro Lugar”. 

E o 2ºBelmiro Siqueira em 2008, com o tema “Desenvolvimento Sustentável: Desafios e Oportunidades Para a Ciência da Administração”..

Ex-integrante da Comissão de Desenvolvimento Sustentável do Conselho de Administração RJ. 

Com experiência em empresas como SmithKline Beecham (atual Glaxo SmithKline), Lojas Americanas e Petrobras Distribuidora, ocupando cargos de liderança de equipes voltadas ao atendimento ao cliente.

Maurício Luz é empresário, palestrante e Professor. Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997). 

Mestre em Administração de Empresas pelo Ibmec (2005). Formação em Liderança por Condor Blanco Internacional (2012). 

Formação em Coach pela IFICCoach (2018). Certificado como Conscious Business Change Agent pelo Conscious Business Innerprise (2019). 

Atualmente em processo de certificação em consultor de Negócios Conscientes por Conscious Business Journey. 

Meio Ambiente: "O que a neve no sul do Brasil tem a ver com o aquecimento global?"

Neve no sul do Brasil

Luisa Costa - Mundo Estranho 

"Na última semana, uma massa de ar frio atingiu a região Sul do Brasil – e avançou de modo que algumas quedas bruscas de temperatura foram previstas também para regiões do Norte e Nordeste do país. O frio intenso trouxe neve para diversas cidades do sul brasileiro – em Santa Catarina, por exemplo, nevou em mais de dez cidades na última quarta-feira (28).  

Eventos de frio fora do comum costumam levantar uma questão entre os desavisados: “Se estamos passando pelo aquecimento global, por que o frio?”. Mas não se engane: o aquecimento global não se resume, necessariamente, apenas ao aumento de temperatura ao redor do planeta.

Pode parecer paradoxal falar de aquecimento global e frio extremo, mas são coisas muito relacionadas uma à outra – o que pode explicar a neve incomum em solo brasileiro. Calma, vamos explicar.

O aquecimento global é o agravamento do efeito estufa. Nossa atmosfera possui gases como o vapor d’água e o dióxido de carbono (CO2) que atuam como um cobertor ao redor do planeta, mantendo uma temperatura favorável à nossa sobrevivência por aqui.

Mas, desde o século 18, a humanidade tem aumentado a quantidade de carbono no ar, a partir da queima de combustíveis fósseis e do desmatamento de florestas (que convertem CO2 em oxigênio), por exemplo. Assim, o efeito estufa da nossa atmosfera foi intensificado, fazendo com que a absorção de calor e a temperatura média do planeta aumentassem.

O clima da Terra tem uma variabilidade natural. Com as temperaturas mais quentes, o planeta tenta reagir a essa situação inesperada, buscando retornar ao clima normal (mais ou menos como a transpiração, que serve para equilibrar a temperatura do corpo quando superaquecemos). E são nessas reações que extremos de frio, calor, seca ou chuva, por exemplo, são gerados.

“Em função do aquecimento, os sistemas de circulação atmosférica são alterados. Massas de ar frias podem gerar extremos de temperatura mais baixa ou massas de ar muito mais úmidas podem gerar inundações, por exemplo”, explica Tércio Ambrizzi, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP). “A circulação geral da atmosfera responde de forma extrema ao aumento de temperatura, causando eventos extremos também”, acrescenta.

O que acontece, então, são mudanças na dinâmica natural do planeta. Assim, o aquecimento global intensifica a ocorrência de eventos extremos – como as tempestades e inundações na Europa ou o calor intenso no Canadá. 

E uma série de estudos têm mostrado que o aquecimento global está se intensificando. Já se descobriu que a Terra está capturando quase o dobro de calor que capturava há 16 anos, e que as temperaturas anormais decorrentes das mudanças climáticas – extremos de frio e calor – estão levando a 5 milhões de mortes por ano.

Segundo Ambrizzi, o frio intenso e a neve que apareceram por terras brasileiras nos últimos dias podem, sim, estar relacionadas a essas mudanças climáticas. “A onda de frio que estamos vendo é algo que já aconteceu no passado, sendo parte da variabilidade natural do planeta", diz o professor. "Mas, ao longo dos últimos anos, tem ocorrido com menos frequência e mais intensidade. O aquecimento global faz com que haja um aumento nos [eventos] extremos, então pode estar, sim, relacionado a esse frio anormal no Brasil.”

Eventos como esses podem se tornar cada vez mais intensos se a taxa atual de emissão de gases do efeito estufa se mantiver – e se continuarmos a nos preocupar tão pouco com o meio ambiente. 

“Nós vemos que o nosso governo demonstra uma preocupação muito baixa com o meio ambiente, e isso é realmente triste", alerta Ambrizzi. "Estamos contribuindo negativamente com o aquecimento global – e seremos punidos a longo prazo.”

Fonte: Superinteressante           

"Com variante Delta, uso de máscaras deve continuar por mais tempo"

O uso de máscaras deve continuar por mais tempo com a variante Delta

PHILLIPPE WATANABE - Folha de S.Paulo

"O avanço da vacinação contra a Covid levou vários países a dispensar o uso de máscaras. Mas foi por pouco tempo: a variante delta do coronavírus forçou um recuo, e o equipamento de proteção pessoal voltou a ser obrigatório em diversos lugares.

No Brasil, de acordo com especialistas ouvidos pela reportagem, não há como ser diferente. Eles afirmam que será possível pensar em deixar as máscaras de lado somente quando a maioria da população estiver totalmente imunizada. Ou seja, quando parcela expressiva dos brasileiros tiver recebido as duas doses da vacina contra o coronavírus (ou dose única da Janssen).

Em outras palavras, a aposta é que todo o ano de 2021 ainda deva ser acompanhado das máscaras.

"Pelos conhecimentos atuais, é impossível pensar em tirar a máscara até que se alcance a imunidade coletiva", afirma Leonardo Weissmann, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. "É insanidade pensar nessa possibilidade no cenário atual."

Para alcançar um cenário sem necessidade de máscara, estima-se que seja necessário alcançar mais de 75% ou 80% de toda a população totalmente protegida, diz Rosana Richtmann, também médica infectologista do Emílio Ribas.

Alguns especialistas projetam patamares ainda mais elevados, devido à facillidade com que a variante delta salta de uma pessoa para outra, inclusive entre pessoas vacinadas.

A experiência internacional mostra que a retirada da obrigatoriedade de uso de máscaras -algo desejado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), um costumeiro não adepto da proteção-, mesmo em situações de imunização relativamente avançadas, pode não ser uma boa ideia.

Em Israel, um dos países com a vacinação mais avançada, a máscara tinha sido abandonada como necessidade para locais públicos fechados. O aumento das contaminações pela variante delta, que é mais transmissível, fez o governo israelense retroceder e reimplantar a obrigatoriedade da proteção facial.

O exemplo e os dados mais recentes sobre o assunto vêm dos EUA. As entidades de saúde americanas afrouxaram a necessidade de máscaras no país, o que foi criticado por especialistas, e expandiram as aberturas. Já há até um festival de música com a presença de público, o Lollapalooza, ocorrendo em Chicago.

Agora, os CDC (Centros de Controle de Doenças) voltaram a recomendar o uso da máscara mesmo entre pessoas vacinadas, em áreas com elevada transmissão da doença.

Isso ocorre num momento em que a campanha de vacinação americana não avança depressa e as contaminações e internações, especialmente entre não vacinados, aumentam de forma significativa. A situação levou o governo americano a agir para incentivar, inclusive com dinheiro, que as pessoas se vacinem.

"A gente ainda vai usar máscara por um tempo. Por quanto tempo, não sabemos, porque depende de muitas variáveis. Estamos em um cenário de incerteza", diz Ethel Maciel, epidemiologista e professora da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo).

A variante delta pode ter um papel importante nessa equação, apesar de máscaras, distanciamento e vacinas continuarem sendo as únicas certezas de proteção da pandemia, independentemente da cepa do Sars-CoV-2.

Dados do CDC divulgados nesta sexta (30) mostram que pessoas totalmente vacinadas contra a Covid, caso sejam contaminadas pela variante delta, podem espalhar o vírus tão facilmente quanto não vacinados. A informação é baseada em um evento documentado em Provincetown, no estado de Massachusetts, nos EUA, em confraternizações em comemoração ao 4 de julho, dia da independência americana.

Um outro documento interno do CDC, segundo o jornal The New York Times, aponta ainda que a agência deva reconhecer que "a guerra mudou" devido à variante delta e que deveria ser recomendado o uso de máscaras por todas as pessoas, independentemente da situação epidemiológica local.

De toda forma, as vacinas disponíveis continuam muito eficazes, diz Maciel. "A proteção contra gravidade não tem nem comparação entre vacinados e não vacinados", diz, ressaltando que talvez a principal mensagem presente nos dados do CDC seja a de que o vírus vai ficar entre nós.

"Aquela ideia de que vai acabar a pandemia e vai esquecer a máscara, pode ser que não seja assim. Vamos ter que manter esses cuidados por mais tempo que pensávamos anteriormente, principalmente com a variante delta", afirma a epidemiologista.

Maciel afirma que o problema de uma possível continuidade da cadeia de transmissão mesmo entre pessoas vacinadas é a dificuldade que isso traz para o controle da doença, que no futuro deverá ser objeto constante de vigilância epidemiológica.

A possibilidade de transmissão e contaminação mesmo entre vacinados não é exatamente uma novidade, porém. É esperado que as vacinas não tenham 100% de eficácia individual. Elas, mesmo assim, reduzem a chance de gravidade, complicações e morte. Por isso a importância, constantemente ressaltada por especialistas, da imunidade coletiva, que impede uma maior circulação do vírus.

Previsões de longo prazo são difíceis nesse momento, principalmente levando-se em conta a possibilidade de surgirem novas variantes. "A transmissão ainda está descontrolada em vários países, inclusive aqui no Brasil."

E, com descontrole de infecções, cria-se um berçário para novas variantes, completa Richtmann. "Temos dado 'sorte' com as variantes em relação às vacinas, porque elas ainda se mostram protetoras. Mas podemos dar azar a qualquer momento", afirma.
No Brasil, chamam a atenção palavras e planos de governantes, apesar dos exemplos de países com sérios problemas de crescimento de infecções pela variante delta.

Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, afirmou no último dia 26 que, "logo, logo não precisaremos mais de máscara". O país, porém, mantém elevadas médias móveis de casos e óbitos, além de ter somente pouco mais de 25% da população acima de 18 anos com duas doses completas da imunização ou a vacina de dose única.

Já o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), anunciou quatro dias de festa em setembro para comemorar um suposto "fim da pandemia", o que não é corroborado por especialistas ou dados acumulados até o momento.

"Estou vendo muitos dos países que flexibilizaram o uso da máscara arrependidos. Pela característica da delta de alta transmissibilidade, estamos vendo que não está dando muito certo. A máscara passa a ser tão importante quanto a vacina", diz Richtmann, do Emílio Ribas. "Flexibilizar completamente o uso da máscara vai demorar. Avião, transporte públicos, ambientes fechados não dá pra flexibilizar"."

Fonte: Folha de S. Paulo               

Reportagem: 4º ATO Fora Bolsonaro realizado no sábado, 24 de julho, em Poços de Caldas, MG

Faixa imensa trazida de São Lourenço, por Fátima que nos cruzamentos das avenidas em Poços de Caldas mostrava o Fora Bolsonaro bem grande.

Por Ana Lúcia Dias 

 Bem-vindos caras pintadas do século 21  

Desta vez faltou engajamento do povo de Poços de Caldas, como se não faltassem vacinas. Faltou a 1ª dose semana passada nos postos de saúde da cidade. Como se a política do meio ambiente de Bolsonaro fosse a melhor e todo o mundo literalmente sabe que não é!



Como se o auxílio emergencial desse para uma família sobreviver. Não dá! Com essa inflação galopante que voltou com tudo. Um botijão de gás está custando 105 reais para entrega, como é que faz para quem recebe do governo 150 reais ou 375 reais e ainda tem três filhos ou mais? E o preço do arroz? E o preço da carne? Boa hora para nos tornarmos veganos.  

Esse dinheiro do auxilio emergencial é nosso, dos impostos que pagamos. E que se fosse uma quantia maior, não afetaria os cofres públicos que recebeu de impostos em 2020 mais de dois trilhões de reais e tralalá, além de ajudar na economia do país. Como se pode ver nos cinco primeiros meses do início da pandemia. Assim como todos os países fizeram, dentre eles os Estados Unidos. O que faz a economia de país crescer é principalmente o consumo interno.


Dinheiro esse que não foi destinado às vacinas, em função do responsável por esse gasto é o Tesouro Nacional, que tinha 370 bilhões de dólares que é para ser utilizado em casos de calamidade pública, pandemias ou acidentes naturais como terremotos, furacões. Agora e as propinas nas vacinas da AstraZeneca e Covaxin. Isso é cuidar da Saúde de um país, foram vítimas da covid-19, não pela covid em si, mas por não encontrarem socorro em hospitais lotados com pacientes da covid. Por falta de programa nacional, que deveria ser elaborado pelo Ministério da Saúde com total apoio financeiro da presidência da República. 

 

É o 4º Ato Fora Bolsonaro em dois meses que os brasileiros saem às ruas para grandes protestos nacionais contra Bolsonaro, após os atos de 29 de maio, 19 de junho e 3 de julho, e a primeira após uma pesquisa Datafolha indicar reprovação recorde de Bolsonaro.


Não adianta é uma prática comum entre a quadrilha Bolsonaro. Ele veta o Fundo Eleitoral, que era de 5,7 bilhões de reais, mas aprova 4 bilhões de reais com a economia do país em frangalhos, com gente passando fome e frio sem agasalhos, sem casa para morar.


São 15 milhões de pessoas desempregadas. É o famoso "toma lá, dá cá" para segurá-lo no cargo até pelo menos o fim do mandato, mais um ano de lambança para o país. Mais que o dobro. Vale lembrar que todo esse dinheiro público era 1,8 bilhão de reais nas eleições de 2018. Resultado de escolhas mal feitas pelo chefe da Nação.


Uma economia capenga e ultrapassada realizada pelo super Ministério da Economia comandada por Paulo Guedes, que ainda vive na década de 70, com sua economia neoliberal que afundou o Chile na ditadura Pinochet.

  

Desta vez, foram registradas manifestações em 26 Estados, 500 municípios do país e em países, principalmente europeus como na Alemanha, Reino Unido, Itália, França, dentre outros países.


Todas as pessoas com alguma consciência política, cientistas políticos e pessoas que conviveram com a ditadura militar, sabem o perigo que representa Bolsonaro no poder. Nós queremos a democracia! 

 

Mas vamos focar na manifestação em Poços de Caldas


Fonte: O Guardião da Montanha - Jornal online - Imagens 1

A concentração e passeata contou com a participação de cerca de 400 pessoas engajadas com tudo isso que está descrito acima. Foram cumpridas todas as medidas sanitárias. Todos de máscara e mantendo o distanciamento. Apesar de poucas pessoas, em comparação com o 3º Ato Fora Bolsonaro, em que vieram cerca de 2 mil pessoas para o ato. A organização deste 4º Ato Nacional, em Poços de Caldas teve a participação de sindicatos, movimentos  sociais, partidos políticos, coletivos e militantes independentes.


Fonte: O Guardião da Montanha - Jornal online Imagens 2


Em compensação, tivemos a Fátima de São Lourenço, que trouxe uma faixa verde e amarelo imensa, que foi  ela, uma amiga também militante, a filha e sua mãe de 83 anos que fizeram. E ela veio pessoalmente trazer a faixa e participar da manifestação. A faixa foi a sensação da passeata.


Para se ter ideia do tamanho da faixa

A concentração foi marcada para às 16h na Praça Affonso Junqueira, por ser maior que a Praça Pedro Sanches, esperava-se mais gente do que no último ato Fora Bolsonaro, o terceiro. A passeata saiu às 17h30 aguardando mais gente.


Fonte: O Guardião da Montanha - Jornal online (1º) 


Caminhamos 4,5 km, em 1h30 de passeata pelas ruas do centro de Poços de Caldas. Escureceu rápido em função do inverno. Várias pessoas da organização fizeram uso do microfone, lembrando que não só o povo presente na passeata que estava indignado, mas os trabalhadores (as) que estavam labutando por mais um dia. Tivemos muitas buzinas de apoio. E  também de turistas admirando a manifestação.



Fonte: O Guardião da Montanha - Jornal online (2º)


E a polícia de trânsito da prefeitura de Poços de Caldas sempre atenta aos que não têm paciência, nas travessas das avenidas, tiveram de fechar e desviar o trânsito com cones.


Por enquanto ainda podemos sair às ruas reivindicando nossos direitos de tirar um presidente corrupto que compactua com um governo que ele escolheu. Ele e seu governo são responsáveis por mais de meio milhão de vidas perdidas. Mas qualquer descuido pode ser fatal.


Fonte: O Guardião da Montanha - Jornal online (3º)



Então, bora lá tirar do poder esse presidente que não honra a Carta Magna e nem o país que o sustenta! 


Juntos Somos Mais Fortes, mas para os que têm coragem e determinação. Para os que não têm, fiquem em casa nas redes sociais, esperando que tudo isso passe! Vai passar, apesar de você! Mas saiba que é "nas ruas que se luta e no lugar que o povo que quer mudanças têm de estar, não em casa, nas redes sociais", diz Andressa Vaz, que perdeu sua irmã, Alessandra Vaz, vítima de feminicídio, há cerca de dois anos.

Notícias locais: neste frio intenso, nesta sexta-feira, 30 de julho, zero graus durante a manhã!

Em Casa Branca (SP), prefeitura disponibiliza abrigo aos moradores de rua (Foto: Prefeitura Casa Branca)


Em Poços de Caldas (MG) – equipes de Abordagem Social tem intensificado o serviço no período da madrugada e o contato com outros serviços que trabalham em ronda, como Guarda Municipal e PM, para que as pessoas identificadas sejam abordadas e acolhidas com a máxima agilidade.

Se você encontrar alguma pessoa vulnerável pelas ruas de Poços de Caldas passando frio, sem lugar para se aquecer, ligue para o serviço de Abordagem Social  pelos telefones 156 e 3697-2645. Este serviço funciona 24h, você liga e pessoas responsáveis encaminham a pessoa para o local certo, por exemplo, se for uma pessoa daqui de Poços em situação de vulnerabilidade, eles levam até casa abrigo ou se for uma pessoa de fora de Poços de Caldas levam para um albergue e assim por diante. É gente! Como deixar um outro ser humano nessa situação vulnerável, podendo até morrer de hipotermia, que é quando o coração para de tanto frio! Faça a sua parte! "Faça o bem sem olhar a quem!"

“A operação de inverno foi iniciada em junho, com a chegada do frio na cidade. A partir daí, a Secretaria Municipal de Promoção Social intensificou o trabalho de abordagem e busca ativa da população em situação de rua. A meta é que todas as pessoas sejam encaminhadas aos abrigos institucionais, pelo menos durante a noite, período em que o frio é mais intenso”.


E as igrejas, que principalmente em MG têm uma em cada povoado, ou município por mais pequeno que seja. Têm de abrir suas portas para abrigar quem tem frio. E dar alimentos quentes a esses seres humanos que por algum motivo estão na rua. Deus ficará muito agradecido e para quem é cristão, Jesus Cristo faria a mesma coisa. Então faça a sua parte! Você só tem a ganhar, em ver um sorriso, um muito obrigado!

Na Escola Municipal Pedro Afonso, no Kennedy, região sul de Poços de Caldas têm agasalhos e cobertores que estão sendo arrecadados e doados a quem têm frio e não tem um agasalho. Mas uma iniciativa de quem tem bom coração. 

Quem passa frio acolhe os animais. E você?

E os bichinhos, principalmente os cães e gatos nesse frio, também não merecem morrer de frio porque foram abandonados!Se você os vir, em algum lugar de Poços de Caldas entre em contato com o CCZ - Centro de Zoonoses que está funcionando 24h. Ligue: (35) 9-8871-0479 que eles virão buscar. Faça a sua parte!

quinta-feira, 29 de julho de 2021

"Após 3 anos de falar de fraude, Bolsonaro assume não ter provas"

Quem não lembra da demora que era a contagem do voto impresso? Basta lembrar!


RICARDO DELLA COLETTA E RENATO MACHADO - Folha de S.Paulo 

"Após três anos denunciando supostas fraudes nas eleições brasileiras, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizou uma live nas redes sociais nesta quinta-feira (29) para apresentar o que ele chama de provas das suas alegações, mas trouxe até as 20h apenas teorias que circulam há anos na internet e que já foram desmentidas anteriormente.

Ao longo de sua fala, Bolsonaro mudou o discurso e admitiu que não pode comprovar se as eleições foram ou não fraudadas.

"Não tem como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas. São indícios. Crime se desvenda como vários indícios", declarou.

Durante a apresentação, que começou às 19h e continuava por volta das 20h, foram veiculados vídeos divulgados na internet que buscam transmitir a mensagem de que é possível fraudar o código fonte para computar o voto de um candidato para o outro.

Os vídeos utilizam uma linguagem bem didática, com desenhos animados, para deixar a mensagem facilmente assimilável.

O TSE, reportagens jornalísticas e checadores já mostraram, diversas vezes, que esses esse tipo de fraude não é possível e que os vídeos que circulam na internet não indicam qualquer tipo de irregularidade ou que alguma urna tenha sido corrompida.

A apresentação ocorreu em transmissão no Palácio da Alvorada na noite desta quinta-feira (29).

Estavam presentes na residência oficial da Presidência os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência), Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), além do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).

O responsável pela exibição dos indícios foi um homem identificado apenas como Eduardo, que, segundo Bolsonaro, é analista de inteligência.

O presidente abriu o evento com um discurso de cerca de 40 minutos, sem abordar especificamente as provas que havia prometido. Tratou de remédios sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19, novamente criticou governadores e prefeitos que promoveram isolamento social e mencionou políticas de seu governo

Bolsonaro também criticou, por diversas vezes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu provável adversário no pleito de 2022. De acordo com a última pesquisa do Datafolha, o petista venceria Bolsonaro no segundo turno por 58% a 31% das intenções de voto.

O presidente também atacou o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, e defendendo a sua tese do voto impresso --chamado por Bolsonaro de "auditável" e democrático.

"Por que o presidente do TSE quer manter suspeição das eleições? Quem ele é? Por que ele fica interferindo por aí, com que poder? Não quero acusá-lo de nada, mas algo muito esquisito acontece", disse Bolsonaro

"Onde quer chegar esse homem que atualmente preside o TSE? Quer a inquietação do povo? Quer que movimentos surjam no futuro que não condizem com a democracia?"

Bolsonaro afirmou ainda, erroneamente, que a contagem dos votos seria feita em uma sala escura no TSE pelo mesmo homem que determinou a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O presidente então repetiu a mentira de que a contagem das eleições hoje seria secreta e de que quer uma apuração pública, algo que não faz sentido, pois atualmente o processo de totalização dos votos já pode ser auditado, inclusive com um registro impresso, que é o boletim da urna.

Os boletins de urna são distribuídos aos partidos políticos e afixados nos locais de votação em cada seção eleitoral. A impressão e publicidade dada aos boletins de urna impressos às 17h em cada seção eleitoral garantem a auditoria e impedem fraudes na totalização, pois uma diferença entre os números impressos e os totais podem ser identificados.

A proposta do voto impresso em debate no Congresso e defendida por Bolsonaro não provocaria alterações na contagem dos votos.

Embora tenha prometido provas, em determinado momento da transmissão, o presidente transferiu para a responsabilidade de mostrar fatos concretos a quem defende o sistema.

"Será que esse modo de se fazer eleições é seguro, é blindado? Os que me acusam de não apresentar provas, eu devolvo a acusação. Me apresente provas [de que] não é fraudável", desafiou."

Fonte: Folha de S.Paulo

Porque Bolsonaro quer o voto impresso?

Foto publicada no Twitter por Vera Magalhães    




Vacinação contra a Covid-19 em Poços de Caldas nesta sexta-feira, 30 e sábado, 31 de Julho

Vacina, SIM! Não esqueça a 2a dose!

Sexta-feira (30/07) – A partir das 12h

Pessoas com 37 anos

Sábado (31/07) – Até às 12h 

Pessoas com 37 anos


Onde vacinar?

Drive Thru e Atendimento a pé- Complexo Cultural da Urca – 08h às 17h

UBS Regional Leste – Rua Cecília Fischela, nº63 – Estância São José – 08h às 15h

UBS Regional Sul –  Av. Antônio Marinoni, nº 125 – São Sebastião – 08h às 15h

UBS Jd. Country Club – Ruas José Mendonça, nº131- Jd. Country Club – 08h às 15h

PSF Parque Esperança 2 (novo local) – Rua Lázaro de Lima, 280 – 8h às 15h

Preciso me cadastrar? Não, mas precisa levar documento oficial com foto, Cartão SUS e comprovante de endereço.

Boletim epidemiológico atualizado: quinta-feira, 29 de julho, em Poços de Caldas, MG

 

  Painel da covid-19 em Poços de Caldas

Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação Social  

Temos a variante Delta a caminho. Esta variante é mais transmissível, ou seja, qualquer vacilo, principalmente se não tomou a segunda dose da vacina, portanto continue usando a máscara e, principalmente se preocupe com a distanciamento. 

Cuide de você e da sua família. A pandemia ainda não acabou!

"CARTA DE BOLSONARO PUBLICADA EM SITES NEONAZISTAS EM 2004"

Imagem de Bolsonaro fardado no site Econac em 2004, além de um banner para seu site. É a única menção a um político no site neonazista

 

Imagem: Reprodução/Web Archiv

 

Agora está explicado o porquê ele não adquiriu as vacinas em tempo de salvar os brasileiros!

Ele queria nos exterminar como fez Hitler com os judeus!

Só que ele não imaginava as proporções que a pandemia iria tomar. Quem não lembra de Bolsonaro dizendo, "que a pandemia iria matar alguns, mas que todo ia morrer um dia"  

Basta lembrar do primeiro secretário da Cultura escolhido por Bolsonaro, o Roberto Alvim "Ao som de Richard Wagner, o compositor favorito de Adolf Hitler, o secretário de Cultura do Governo, Roberto Alvim, plagiou em pronunciamento que foi ao ar nas redes sociais trechos de um discurso do ministro da Propaganda do führer nazista, Joseph Goebbels". E, ele apenas foi demitido por pressões da sociedade e do Congresso Nacional, o presidente da Câmara dos Deputados na época, Rodrigo MaiaFonte: El País


Por Leandro Demori, The Intercept Brasil

“A antropóloga Adriana Dias é uma das maiores autoridades em neonazismo no Brasil. Carta e banner que levava a site de Bolsonaro reforçam ideia de que a base bolsonarista é neonazista”

"FOI POR ACASO que a antropóloga Adriana Dias encontrou provas de que neonazistas brasileiros apoiam Jair Bolsonaro há pelo menos 17 anos.

Dias estava em casa se preparando para uma palestra e precisou consultar uma parte do vasto material que armazena em Campinas, onde vive e trabalha. Há 20 anos pesquisando a movimentação de grupos neonazistas no Brasil, a professora da Unicamp pediu para que o marido buscasse um site que ela havia fisicamente impresso no longínquo ano de 2006.

Doutora em antropologia social, Dias já imprimiu milhares de páginas de dezenas de sites neonazistas em língua portuguesa – isso antes de derrubá-los para sempre. Adriana Dias é uma caçadora digital de nazistas.

Sempre que encontra um desses sites, ela pede aos provedores para que o conteúdo seja tirado do ar. Antes, no entanto, imprime todas as páginas para arquivar em sua pesquisa e tê-los como prova. “Eu abri em uma página aleatória e ali estava o nome de Jair Bolsonaro”.

O material é uma prova irrefutável do apoio de neonazistas brasileiros a Bolsonaro quando o hoje presidente da República era apenas um barulhento e improdutivo deputado. A base bolsonarista é, há quase duas décadas, composta por neonazistas.

Três sites diferentes de neonazistas trazem um banner com a foto de Bolsonaro – com link que leva diretamente ao site que o político tinha na época – e uma carta em que o parlamentar afirmava: “Ao término de mais um ano de trabalho, dirijo-me aos prezados internautas com o propósito de desejar-lhes felicidades por ocasião das datas festivas que se aproximam, votos ostensivos aos familiares”.

O melhor vinha depois: “Todo retorno que tenho dos comunicados se transforma em estímulo ao meu trabalho. Vocês são a razão da existência do meu mandato.”

Carta assinada por Jair Bolsonaro, em 2004, publicada pelo site neonazista Econac. 


Imagem: Reprodução/Web Archive

Nós não conseguimos descobrir se Bolsonaro enviou a carta, via gabinete em Brasília, apenas para as pessoas que administravam os sites neonazistas. Mas uma coisa chamou atenção da pesquisadora Adriana Dias: a mensagem não foi publicada em canto nenhum da internet além dessas páginas.

Leandro Demori entrevista a doutora em Antropologia Social pela Unicamp, Adriana Dias

Eu pedi para que nosso repórter em Brasília, Guilherme Mazieiro, fosse atrás da história. Ele conversou com um servidor de carreira que ocupou um cargo de comando na administração da Câmara para saber como a casa arquiva e-mails enviados e recebidos por parlamentares e como, eventualmente, poderíamos legalmente acessá-los.

A fonte explicou que o conteúdo dos e-mails é tratado como informação pessoal e, portanto, não passível de ser obtido via Lei de Acesso à Informação, mas apenas em casos de decisão judicial, como busca e apreensão. A resposta foi confirmada em pedido de informação oficial que Mazieiro fez à Câmara. Mas o backup existe, segundo a fonte, desde 1995.

Tentamos também outro caminho. Há um processo na Justiça Federal em Minas Gerais sobre um neonazista preso por ter registrado, em foto, o momento em que ele simula o enforcamento um morador de rua. Durante a busca e apreensão em sua casa, policiais encontraram uma carta enviada a ele por Jair Bolsonaro. Tentamos acesso à carta, para compará-la àquela estampada nos sites neonazistas.

Mazieiro enviou e-mails em 29 de abril e 7 de junho ao procurador Carlos Alexandre Ribeiro de Souza Menezes para conversar. Não tivemos resposta. O processo corre no Tribunal Regional Federal da 1a Região, em Brasília. Em sigilo.

Jair Bolsonaro já elogiou as qualidades de Hitler, já tirou foto com sósia de Hitler, já disse que o holocausto poderia ser perdoado. Seu ex-secretário especial da Cultura reproduziu, no início de 2020, em discurso, falas, ambientação e postura, um vídeo copiando o político nazista Joseph Goebbels. Seu assessor especial, Filipe Martins, é réu por fazer um gesto de white power em uma sessão do Senado.

Na semana passada, Bolsonaro e vários membros de seu governo receberam sorridentes a deputada alemã Beatrix von Storch, 


Fonte: Mônica Bergamo

do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), neta do ministro das Finanças de Hitler, o homem que liderou o confiscos dos bens dos judeus enviados para os campos de concentração e extermínio durante a ditadura do Partido Nazista.

Agora, tornamos público o fato de que neonazistas brasileiros apoiam Jair desde, pelo menos, 2004. Que não se trate isso mais como especulação, coincidência ou provocação. A base do bolsonarismo é nazista. E sabemos onde pode haver provas que confirmem a ligação do presidente com a ideologia de Hitler: basta que a Câmara dos Deputados abra seus arquivos – se não à população brasileira, a alguma autoridade interessado em rastrear o neonazismo por aqui – e que o procurador Carlos Alexandre Ribeiro de Souza Menezes preste contas de um processo fundamental para a história do país.

A bola está com Artur Lira e o com Ministério Público Federal. E com o Supremo Tribunal Federal, que já mandou investigar, no passado, ameaças à democracia brasileira."

Fonte: The Intercept Brasil