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"Datafolha aponta que 56% dos brasileiros apoiam abertura de processo contra o presidente, enquanto 41% rejeitam. Além disso, metade dos entrevistados acredita que Bolsonaro pode tentar dar um golpe de Estado.
Uma pesquisa do instituto Datafolha divulgada neste sábado (18/09) pelo jornal Folha de S. Paulo apontou que mais da metade da população apoia a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o levantamento, 56% dos entrevistados se posicionaram a favor do processo, que depende de iniciativa do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para ser iniciado. Outros 41% são contrários ao impeachment, e 3% não souberam opinar.
O Datafolha ouviu presencialmente 3.667 eleitores em 190 cidades entre os dias 13 e 15 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
A porcentagem dos que apoiam o impedimento é maior do que a registrada na última pesquisa, em julho, mas ainda oscila dentro da margem de erro. Há dois meses, 54% haviam se posicionado favoráveis ao impeachment, 42%, contrários, e 4% não souberam responder. Havia sido a primeira vez em que mais da metade da população disse apoiar um processo contra Bolsonaro.
Já a pesquisa Datafolha anterior a essa, divulgada em maio, apontava que 49% eram a favor do impeachment, enquanto 46% rejeitavam a medida. A sondagem de maio já apontava uma tendência a favor do impedimento: havia sido a primeira vez em que a parcela favorável ao impeachment superava numericamente a fatia dos brasileiros contrários ao afastamento.
No momento, o presidente enfrenta uma tripla crise: econômica, sanitária e política. Além das acusações de má gestão da pandemia, seu governo se tornou recentemente alvo de suspeitas de corrupção na compra de vacinas e ainda vem enfrentando protestos de rua.
Nos últimos dias, o Datafolha divulgou uma série de pesquisas que mostram o derretimento do apoio ao presidente. Também neste sábado, o instituto revelou que, para 76% dos brasileiros, Bolsonaro deve sofrer um processo de impeachment caso desobedeça à Justiça.
Segundo a sondagem, 21% disseram que ele não deve sofrer impeachment mesmo se descumprir ordens judiciais, enquanto 3% afirmaram não saber.
Chance de golpe
Além disso, metade dos brasileiros disse acreditar que Bolsonaro pode tentar dar um golpe de Estado. Para 30% dos entrevistados, há muita chance de a retórica golpista do presidente se tornar realidade, enquanto 20% disseram haver um pouco de chance.
Para 45%, por outro lado, não há nenhuma chance de uma tentativa de golpe. Outros cerca de 6% responderam não saber.
Bolsonaro fez ameaças durante manifestações a favor do governo e com pautas antidemocráticas realizadas no dia 7 de setembro, dizendo diante de seus apoiadores que não cumprirá quaisquer ordens judiciais do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ele ainda afirmou que só sai de Brasília "preso ou morto".
Reprovação recorde e derrota em 2022
Já na última quinta-feira, o Datafolha apontou que a reprovação ao governo Bolsonaro aumentou ainda mais, passando para 53%, o pior nível desde o início do mandato. Por outro lado, o governo foi avaliado como bom ou ótimo por 22% dos inquiridos.
No levantamento anterior, feito em julho, Bolsonaro era rejeitado por 51% dos entrevistados, os quais avaliaram o governo dele como ruim ou péssimo, e aprovado por 24%.
O Datafolha também afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua liderando a disputa pela Presidência da República, em 2022, com larga vantagem sobre o atual chefe de Estado.
Na resposta espontânea, quando o entrevistado diz em quem pretende votar, Lula alcança 38% e Bolsonaro, 20%. Em julho eles tinham 42% e 19%. Nas simulações de primeiro turno, quando são apresentados ao entrevistado possíveis nomes de candidatos, Lula oscila entre 42% e 44%. Já Bolsonaro tem entre 24% e 26%.
No segundo turno, Lula bateria Bolsonaro por ampla vantagem, afirma o Datafolha: 56% a 31%. Em julho os percentuais apurados eram 58% e 31%, também com vantagem para o petista.
Entre os que votaram em Bolsonaro em 2018, 26% afirmam que não votariam nele de jeito nenhum de novo."
ek (ots)
Fonte: DW- Brasil