Decisão foi votada em Assembleia Estadual
Permanece a greve, por tempo indeterminado, dos educadores mineiros, coordenada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG). A decisão foi votada nessa quarta-feira (28.05), na Assembleia Estadual da categoria, no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), por cerca de 1.500 trabalhadores em educação, vindos de todas as regiões. Os educadores saíram em passeata com destino Av. Afonso Pena, no centro da capital, onde vão se unir ao movimento da rede pública municipal.
O movimento teve início dia 21 de maio, em todo o Estado e, desde o começo da greve, os trabalhadores em educação de Minas Gerais realizaram assembleias locais e mobilizações por todo o Estado, para reforçar a reivindicação da categoria por abertura de negociação com o governo.
Nessa quarta-feira (28/05), pela manhã, centenas de educadores fecharam a BR/040, entrada de Belo Horizonte, nas proximidades da Ceasa, e a BR/381, na altura do Posto 13 em protesto. No final da manhã, a paralisação aconteceu na BR/040, próximo ao Posto Chefão.
Para a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, a greve é a maneira que a categoria tem de pressionar o governo do Estado a abrir negociação. Isso porque, apesar de a pauta de reivindicações ter sido protocolada no dia 31 janeiro, até o momento, a Secretaria de Estado da Educação não se posicionou, sequer agendou uma reunião para discutir as questões com a categoria.
Reivindicações
A campanha salarial educacional 2014 conta com extensa pauta. Entre as questões estão o descongelamento da carreira, o pagamento do Piso Nacional Profissional, a nomeação dos concursados e solução para os efetivados sem concurso pela Lei Complementar 100/2007, considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e que atingiu cerca de 98 mil trabalhadores em educação.
“A estratégia do governo do Estado é a de não negociar. Já avisou que não vai ter modificação na carreira ou vai discutir reajuste antes de outubro. O momento é agora ou só teremos chance de conquistas em 2015”, afirma Beatriz Cerqueira.
Trabalhadores e trabalhadoras da educação do Estado de Minas Gerais, em greve por tempo indeterminado, desde o dia 21/05, realizam assembleias locais e mobilizações por todo o Estado.
Em CAMPO BELO, trabalhadores em educação pararam as atividades no dia 23/05 e fizeram passeata pelas principais ruas da cidade, com concentração na Praça dos Expedicionários. A manifestação reuniu mais de 500 pessoas, que contou com a participação de educadores de CANDEIAS E PERDÕES.
Em CAXAMBU, os educadores da rede estadual se reuniram em assembleia regional para debater a situação à qual se encontra a categoria, os problemas e os desafios, como a falta de diálogo do governo acerca das demandas apresentadas pela categoria.
Participaram educadores de Caxambu, BAEPENDI, SERRANOS E SERITINGA, e aprovaram a organização de uma caravana da região para participar da Assembleia Estadual, dia 28 de maio. Uma nova assembleia regional acontece, em Caxambu, no dia 29 de maio. O Sind-UTE Subsede POÇOS DE CALDAS realizou assembleia dia 27/05.
Na região do BARREIRO/BELO HORIZONTE, a mobilização da categoria continua crescendo com o registro de paralisação parcial de cerca de 30% das 23 escolas estaduais. Segundo o diretor do Sind-UTE Subsede Barreiro, professor Max Fredson de Souza Mol, no sábado (24/05), foi feita uma carreata pelas ruas do centro do Barreiro e na porta das escolas, chamando a sociedade para o movimento dos educadores.
Na segunda-feira (26/05), o Sind-UTE Subsede Barreiro realizou panfletagem nas ruas e no restaurante popular, além de visitas às escolas do Barreiro e Ibirité. Boa parte dos estudantes da Escola Estadual Carmo Giffoni se recusou a entrar na escola, em apoio aos professores, e saíram em passeata até a Escola Estadual João Paulo, onde conseguiram a adesão de mais estudantes, seguindo até a Escola Estadual Imperatriz Pimenta. Os estudantes portavam cartazes e houve muito apitaço.
Em VENDA NOVA/BELO HORIZONTE, a paralisação parcial já atingiu 32 das 41 escolas estudais da região. Nessa segunda-feira (26.05), os educadores, coordenados pelo Sind-UTE, realizaram passeata pelas ruas e fizeram visita às escolas.
Em UBERLÂNDIA, os trabalhadores em educação se mobilizaram usando roupas pretas e faixas, demonstrando a insatisfação com os salários e reivindicaram plano de cargos e carreira para a categoria. No dia 27 último, houve ato público dos educadores na porta da Superintendência Regional de Ensino, ao lado da Escola Estadual René Gianetti.
Na regional Centro-Sul/Belo Horizonte, o diretor do Sind-UTE/MG, Jonas Willian Pereira da Costa informa que o comando greve da Subsede Centro-Sul tem feito constantes visitas às 39 escolas para articular o crescimento do movimento.
Já na região de Venda Nova/Belo Horizonte, as ações de mobilização começaram no dia 21 de maio, quando foi criada uma Comissão de Greve, que tem visitado as escolas. O Sind-UTE Subsede Venda Nova tem também percorrido as ruas da região com carro de som divulgando a greve. Das 41 escolas, 32 estão parcialmente paralisadas e algumas com turnos totalmente parados e o movimento conta com apoio dos alunos, segundo afirma o diretor Adriano José de Paula.
O Comando de Greve da Subsede Floresta/Belo Horizonte está fazendo visitas às 25 escolas da região. Destas, 15% estão totalmente paradas e 45% parcialmente. De acordo com a diretora, Idalina Franco de Oliveira, o início de uma greve sempre é difícil, mas a adesão vai ganhando força a cada dia. “A greve é uma construção diária, de convencimento da categoria”, diz.
A coordenadora da Subsede Floresta, Dilma Sandra de Carvalho Silva Passos, lembra que o trabalho de mobilização no período de greve é fundamental. “O comando de greve está indo às escolas e fazendo o convencimento da categoria, alertando sobre o momento que estamos vivendo e a necessidade da participação de cada um.”
Os educadores realizam nova Assembleia Estadual na próxima quarta-feira (04/06), a partir das 14h, no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na capital mineira
Veja o que foi decidido na assembleia estadual ontem (28)