Matérias interessantes

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

O EQUÍVOCO SOBRE A MUDANÇA DE SIGNO


Dentre todos os argumentos utilizados em matérias que pretendem desqualificar a Astrologia, o mais repetido e tosco é aquele que tenta convencer o leitor de que o zodíaco astrológico está errado.


Uma abordagem crítica da Astrologia é não apenas possível, como necessária e desejável, pois não há área do conhecimento humano que não se beneficie da crítica. Todavia, poucas coisas são mais vergonhosas do que quem critica sem estudar.
O suposto "erro" do zodíaco astrológico é ressuscitado de tempos em tempos e tende a fazer sucesso entre os incautos. Se os autores destas matérias tivessem o cuidado mínimo de consultar quem entende do riscado, poderiam se poupar de expor a si mesmos como ignorantes. A ignorância não pode ser confundida, aqui, como um problema incurável. Todos nós ignoramos, em maior ou menor grau, alguma coisa. Mas se eu pretendo criticar, por exemplo, a culinária chinesa, eu preciso me dispor a estudá-la. Se me deparo com algo que me pareça bizarro, faço certo em investigar melhor antes de assinar uma bobagem com meu nome.
O zodíaco astrológico não é o zodíaco sideral, astronômico. Signos astrológicos não são constelações.
"O zodíaco astrológico não é o zodíaco sideral, astronômico. Signos astrológicos não são constelações."
E isso é algo sabido por qualquer astrólogo com um mínimo de conhecimento. Astrônomos - que em geral não gostam da Astrologia e não acreditam nela - também sabem disso. Ronaldo Rogério Mourão, um dos maiores astrônomos brasileiros, falecido há pouco tempo, chegava a se irritar quando alguém criticava a Astrologia a partir deste suposto "erro" dos signos. Mourão não acreditava em Astrologia, mas sabia que não é a partir deste ponto que se pode criticar o assunto.

DIFERENÇAS ENTRE SIGNOS E CONSTELAÇÕES

Os signos da Astrologia são geométricos. Resultam da divisão por doze da eclíptica zodiacal. Milhares de anos atrás, estudiosos do céu resolveram demarcar esta divisão virtual, utilizando as estrelas como "bandeiras de marcação". Eles não "viam" um Leão quando desenharam a constelação do Leão. Eles não achavam que havia um leão no céu. Subestimar os antigos como se fossem ignorantes supersticiosos é outro erro comum. Você já parou para ver as constelações e procurar o desenho dos signos nela? É preciso forçar bastante a barra para ver uma Virgem na Constelação de Virgem. Dentre todas as constelações, a que mais parece com um signo é a do Escorpião. Além disso, as constelações têm tamanhos muito desiguais. Os antigos sabiam muito bem que as constelações não eram os signos da Astrologia.
O que acontece é simples: algumas constelações celestes têm nomes iguais aos dos signos da Astrologia. Mas quando alguém fala do signo de Câncer, por exemplo, não é a mesma coisa de se referir à constelação do Caranguejo.
"O que acontece é simples: algumas constelações celestes têm nomes iguais aos dos signos da Astrologia. Mas quando alguém fala do signo de Câncer, por exemplo, não é a mesma coisa de se referir à constelação do Caranguejo."
Deste modo, ainda que as constelações tenham mudado de lugar ao longo de dois mil anos, isso não muda nada para a Astrologia Ocidental.
Signos astrológicos são projeções a partir da Terra. Você já parou para pensar o que são os trópicos de Capricórnio e o de Câncer? São signos. Estes signos - todos os doze - estão na Terra, e não no céu. O que está no céu são os planetas, cujas posições são interpretadas a partir dos ângulos que fazem em relação à Terra. Deste modo, esqueça o tal "zodíaco da NASA". A NASA não tem um "zodíaco" oficial.

As constelações, para os astrônomos, nada mais são do que convenções culturais.Conclusão: se você nasceu no dia 27 de agosto, por exemplo, o Sol está no signo astrológico de Virgem. O alinhamento entre o Sol e uma determinada constelação não tem a menor importância para a Astrologia, e nenhum astrólogo de qualidade confunde uma coisa com a outra. Só quem insiste em confundir este tipo de coisa são repórteres mal informados.
A Astrologia é uma aplicação prática da Geometria, assim como a Música é uma aplicação prática da Aritmética. Estes quatro saberes (Astrologia, Geometria, Música e Aritmética) faziam parte da estrutura conhecida como "quadrivium" - as matérias ensinadas no início do processo educativo, pelas escolas da antiguidade.
Fonte: Personare



SOBRE O AUTOR
Consultor da UNESCO no Brasil e mestre em Filosofia e Ética pela USP. Astrólogo há mais de 20 anos, autor de livros do gênero e também das análises de Astrologia, Tarô e Runas do Personare.

<

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é sempre bem-vinda!