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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Luz azul destrói bactérias resistentes a antibióticos

"Uma simples luz azul, aplicada durante meia hora, pode erradicar seletivamente infecções causadas pela bactéria Pseudomonas aeruginosa da pele e de tecidos moles do corpo humano."

Redação do Diário da Saúde

A fototerapia, ao mesmo tempo, preserva a camada mais externa da pele.

"A luz azul é uma abordagem não-tóxica e não-antibiótica para o tratamento de infecções da pele e dos tecidos moles, especialmente aquelas causadas por patógenos resistentes a antibióticos," disse o principal autor da pesquisa, Dr. Michael R. Hamblin, do Hospital Geral de Massachusetts (EUA).

No estudo, cobaias sofreram queimaduras, que foram infectadas com a P. aeruginosa, uma das principais "superbactérias", microrganismos que estão desenvolvendo resistência aos antibióticos.

Todos os animais no grupo tratado com luz azul sobreviveram, enquanto que, no grupo de controle, 82% dos animais morreram em decorrência da infecção.

Terapias fotodinâmicas
Os tratamentos com luz, ou terapias fotodinâmicas, normalmente usam uma combinação de luz mais um fotossensibilizador - o fotossensibilizador é inserido no organismo e ativado pela luz.

Mas, para o tratamento de infecções, essa abordagem dupla não é conveniente porque é muito difícil introduzir os fotossensibilizadores nas bactérias. Por isso, o Dr. Hamblin decidiu desenvolver uma abordagem usando unicamente a luz.

De acordo com ele, a luz azul produz muito menos danos às células do que a irradiação com ultravioleta, e outros estudos já mostraram seus bons efeitos no tratamento da acne. Mas não havia ainda estudos que analisassem o uso da terapia da luz azul in vivo.

A luz usada para tratar os animais foi produzida por um conjunto de LEDs azuis disponíveis no comércio - as cobaias receberam uma única aplicação da luz azul, durante 30 minutos, com uma potência de 14,6 mW/cm2.

Infecções da pele
Infecções da pele e dos tecidos moles são o segundo tipo mais comum de infecção bacteriana encontrada na prática clínica, e o tipo mais comum de infecção adquirida por pacientes que passam por unidades de atendimento de emergência. A prevalência de infecções da pele e dos tecidos moles em pacientes hospitalizados é de 10%.

Apesar disso, o tratamento desse tipo de infecção tem sido significativamente afetada pela explosão de resistência aos antibióticos.

"Recentemente, uma nova enzima perigosa, a NDM-1, que faz com que algumas bactérias tornem-se resistentes a quase todos os antibióticos disponíveis, foi encontrada nos Estados Unidos. Muitos médicos estão preocupados que várias infecções logo poderão se tornar intratáveis," disse Hamblin.

Por isso o pesquisador aposta em tratamentos alternativos, como na terapia fotodinâmica, que já vem sendo usada para tratamentos tão diversos quanto micose de unhainfecções odontológicas e câncer de pele.

O estudo foi publicado na revista científica Antimicrobial Agents and Chemotherapy.

Fonte: Diário da Saúde



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