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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Anticoncepcional injetável favorece o HIV

O anticoncepcional que aumenta o risco de contrair HIV em 40%


Um tipo específico de anticoncepcional injetável aumenta o risco das mulheres contraírem o HIV


Depo-Provera
Uma análise de 12 estudos observacionais realizados na África subsaariana, envolvendo 39.560 mulheres, revelou que o uso de um contraceptivo injetável aumenta o risco de infecção com o HIV.
O risco das mulheres que usaram esse mecanismo de controle da natalidade aumentou em 40% em comparação com as mulheres que usaram outros métodos anticoncepcionais ou nenhum controle de natalidade.

O contraceptivo, acetato de medroxiprogesterona, é vendido sob a marca Depo-Provera, e é administrado na forma de uma injeção de três em três meses.
"Nós embarcamos neste estudo por causa da inconsistência na literatura científica sobre o tema," disse o principal autor do estudo, Dr. Ralph Lauren, da Universidade da Califórnia em Berkeley. "Os resultados têm implicações potencialmente grandes porque os contraceptivos hormonais permanecem populares para as mulheres em todo o mundo."
Anticoncepcionais e risco de HIV
Na análise, publicada na revista médica The Lancet Infectious Diseases, os pesquisadores selecionaram os estudos baseados no rigor metodológico - como se eles levaram em conta o uso de preservativos, por exemplo.
Além do Depo-Provera, os estudos examinaram outras formas comumente prescritas de contracepção hormonal, como o também injetável NET-EN (noretisterona oenatato), contraceptivos orais combinados e pílulas somente com progestina. Nenhum desses outros métodos de controle da natalidade parece aumentar o risco de infecção pelo HIV para as mulheres na população em geral.
Cerca de 144 milhões de mulheres em todo o mundo usam a contracepção hormonal, entre as quais cerca de 41 milhões usam formas injetáveis de controle de natalidade, em vez de tomar a tradicional pílula.
O estudo concluiu que as mulheres que usaram o acetato de medroxiprogesterona (Depo-Provera) apresentaram um risco 40% maior de contrair o HIV em comparação com as mulheres que usavam métodos não-hormonais e aquelas que não praticavam o controle da natalidade.
O risco aumentado foi ligeiramente inferior, 31%, entre os estudos feitos com mulheres na população em geral, sem comportamentos de risco específicos para a contaminação com o HIV.
Progestina
Ainda não está claro por que o aumento do risco de contrair o HIV ocorre apenas entre as usuárias do Depo-Provera, mas não das outras formas de contracepção hormonal, disseram os autores da análise.



Uma possibilidade é que o controle da natalidade com altos níveis de progestina, a forma sintética do hormônio natural progesterona, mude o revestimento vaginal ou altere a imunidade local, aumentando o risco de infecção pelo HIV.
Mas os pesquisadores enfatizam que este estudo não examinou os efeitos fisiológicos dos diferentes métodos contraceptivos e será necessário realizar mais pesquisas sobre os possíveis mecanismos biológicos subjacentes.
Fonte: Sarah Young - UC Berkeley



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