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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Eficácia do Protetor Solar

 

Estudo questiona eficácia de protetores solares

Luz ultravioleta e luz visível
Com informações da Agência USP
Já se sabia que os protetores solares não oferecem proteção total contra o câncer de pele e até que alguns componentes nesses e em outros cremes de higiene pessoal podem causar doenças como a endometriose.
Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) podem ter descoberto agora uma das explicações pelas quais os protetores solares podem não ser a garantia total de proteção contra o câncer de pele.
"Criou-se um mito de que a luz visível é segura, o que não é verdade," explica o professor Maurício Baptista, cuja equipe demonstrou que a exposição à luz visível, e não apenas à luz ultravioleta, também pode ser prejudicial à pele mesmo com o uso de protetores solares.
Baptista e seus colegas do Redoxoma (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Processos Redox em Biomedicina) mostraram como a melanina, ao ser estimulada pela luz visível, gera moléculas altamente reativas que causam danos ao DNA das células.
"Este resultado tem impacto importante para a saúde pública, pois demonstra que a estratégia de passar filtro solar e se expor por longos períodos ao Sol pode causar danos irreparáveis na saúde da pele, incluindo o fotoenvelhecimento e possivelmente a formação de tumores", alerta o cientista.
Ele explica que a irradiação solar tem vários componentes, ou comprimentos de onda: o que enxergamos (luz visível), e uma série de componentes que nossos olhos não captam, como os ultravioletas. "Os bons filtros solares encontrados hoje no mercado nos protegem contra radiação solar ultravioleta (UVA e UVB), mas não contra a radiação visível. É um equívoco considerar que a exposição à luz visível seja segura para a saúde da pele," adverte Baptista.
Sol na medida certa
Segundo o pesquisador, proteger a pele humana da exposição ao Sol é uma questão complexa que envolve aspectos ainda pouco claros da interação entre a luz e o tecido biológico.
"O ideal parece ser a velha receita de se expor ao Sol por pouco tempo sem proteção externa, pois nesse caso obtemos os benefícios do Sol, por exemplo, ativação da vitamina D, sem sofrermos os riscos que a exposição prolongada oferece, mesmo com a utilização dos filtros solares atuais", afirmou.
  • Benefícios de tomar Sol superam risco de câncer de pele
Fotossensibilização
O mecanismo de fotossensibilização e geração de espécies reativas por radiação UVA, com efeitos
como fotoenvelhecimento e desenvolvimento de vários tipos de câncer de pele, já era conhecido.
Agora, os pesquisadores avaliaram a toxicidade da luz visível em melanócitos humanos e de murinos, tanto com nível basal quanto com superexpressão de melanina, e demonstraram que a presença de melanina aumenta a fototoxicidade da luz visível. Eles também quantificaram a formação de oxigênio singlete, que seria um dos mecanismos pelos quais ocorrem danos às células.
Esse mecanismo, como explica Baptista, envolve uma reação de transferência de energia da melanina excitada por absorção luminosa para o oxigênio, formando o oxigênio singlete, que ataca principalmente a base nitrogenada guanina, formando derivados potencialmente mutagênicos do DNA. Além da formação do oxigênio singlete, os resultados obtidos pelo grupo também indicam a ocorrência de reações diretas da melanina em estado excitado com o DNA.
Os melanócitos são células localizadas na barreira entre a epiderme e a derme, fundamentais para manter a saúde da pele. Eles produzem a melanina, um pigmento na forma de grânulos responsável pela coloração da pele e pela proteção contra a radiação ultravioleta B (UVB). Na presença de raios UVA e da luz visível, no entanto, a melanina passa a causar danos às células epiteliais.

Protetor solar não oferece proteção total contra câncer de pele

Cientistas britânicos chamaram a atenção da imprensa ao anunciar que os tão recomendados protetores solares não oferecem a proteção que se acreditava contra o câncer de pele.

Para se proteger contra o melanoma, um tipo maligno de câncer de pele, o Dr. Richard Marais e seus colegas recomendam ficar na sombra nos horários de sol forte, usar chapéus e roupas folgadas.
De acordo com o Dr. Marais, apesar de tudo indicar que o melanoma está associado aos raios ultravioleta do Sol, os cientistas não sabem quase nada sobre como isso acontece, ou seja, sobre o mecanismo molecular pelo qual os raios UV prejudicam o DNA em células da pele.
Fazendo experimentos em animais, ele verificou que os raios UV causaram problemas no gene p53, que se acredita ser o agente protetor da pele contra efeitos de falhas induzidas ao DNA.
Na verdade, o gene p53 - uma proteína citoplasmática produzida pela própria célula - está envolvido em aproximadamente 50% de todos os tumores humanos, o que o torna o gene mais alterado nos diversos tipos de câncer, e não apenas no câncer de pele.
Usando o protetor solar, os animais tiveram uma menor incidência de falhas no gene p53, mas não uma eliminação total dos danos induzidos pelos raios ultravioleta.
"Acima de tudo, este estudo traz provas de que os protetores solares não nos oferecem uma proteção completa contra os efeitos prejudiciais dos raios UV," disse o pesquisador em uma nota emitida pela Universidade de Manchester, onde o estudo foi realizado.
Sem surpresas
Na verdade, o alerta feito pelo cientista já consta das recomendações feitas pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer).
Segundo o órgão, além de evitar a exposição ao Sol no horário das 10h às 16h, "recomenda-se a utilização de proteção como chapéu, guarda-sol, óculos escuros e filtros solares com fator de proteção 15 ou superior".
O INCA também esclarece outros fatores de risco para o câncer de pele: "história prévia de câncer de pele, história familiar de melanoma, nevo congênito (pinta escura), maturidade (após 15 anos de idade a propensão para este tipo de câncer aumenta), xeroderma pigmentoso (doença congênita que se caracteriza pela intolerância total da pele ao sol, com queimaduras externas, lesões crônicas e tumores múltiplos) e nevo displásico (lesões escuras da pele com alterações celulares pré-cancerosas)".
Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e corresponda a 25% de todos os tumores malignos registrados no País, o melanoma representa apenas 4% das neoplasias malignas da pele, apesar de ser o mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase.
Fonte: Diário da Saúde

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