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que o presidente da Câmara dos Deputados está sendo cassado:
confira as denúncias
Conselho de Ética |
Manifestação em SP. |
Mulheres contra Cunha |
Em
mais uma fase da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de
corrupção na Petrobras, a PF (Polícia Federal) cumpre mandado de
busca e apreensão em endereços do presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha, em Brasília e no Rio de Janeiro.
A
ação atinge também envolvem os principais nomes do PMDB, como o
deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), considerado o interlocutor do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nos desvios da
estatal; o senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão
(PMDB-MA), também investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) na
Lava Jato, e o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
Até
agora, Alves não estava incluído em nenhum dos inquéritos abertos
no Supremo Tribunal Federal para investigar o envolvimento de
políticos nos desvios da Petrobras.
São
ao todo 53 mandados de busca e apreensão em sete Estados (São
Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Pernambuco, Alagoas, Ceará e Rio
Grande do Norte) e Distrito Federal. O objetivo da PF é evitar que
provas importantes sejam destruídas pelos investigados. Também
foram autorizadas "apreensões de bens adquiridos pela prática
criminosa", informou o comunicado divulgado pela polícia.
A
etapa atual da operação foi batizada de 'Catalinárias', como ficou
conhecida a série de quatro discursos célebres do orador romano
Cícero contra o senador Catilina, que planejava derrubar a
República.
Não
há prisões, ao menos por enquanto, nessa nova fase, que se
restringe a autoridades políticas.
Cunha
é alvo de dois inquéritos por suspeita de ligação com o esquema
de corrupção na estatal. De acordo com os delatores, ele teria
recebido propinas que abasteceram contas mantidas pelo peemedebista e
familiares na Suíça. Ele nega todas as acusações.
O
deputado foi denunciado pela PGR (Procuradoria Geral da República)
ao Supremo pelos supostos crimes há quatro meses, mas até hoje as
denúncias ainda não foram acolhidas.
Confira
as denúncias:
1 – Navios-sonda
De
acordo com delatores, Cunha teria recebido US$ 5 milhões em propinas
sobre contratos de aluguel de navios-sonda pela Petrobras.
Preso
na Lava Jato, o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo disse que o
valor teria sido pago ao presidente da Câmara dos Deputados, em
Brasília para que os contratos fossem viabilizados. Cunha diz que,
o delator está "sendo obrigado a mentir".
Além
dos US$ 5 milhões, o deputado teria exigido pagamento de propina ao
doleiro Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado
como operador do PMDB no esquema da Petrobras. Em depoimento de
delação premiada, Baiano confirmou o pagamento de propina a Cunha.
2 – Contrato de exploração de petróleo na África
Cunha
teria recebido propina referente ao contrato de exploração pela
Petrobras de uma área de exploração de petróleo em Benin, no
oeste da África.
3
-Extratos bancários e documentos enviados à PGR por autoridades
suíças indicam que o peemedebista era titular de quatro contas no
país. Em uma delas, segundo o Ministério Público suíço, foram
depositados 1,3 milhão de francos suíços.
Operador
do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, João Augusto Rezende
Henriques, também preso na Lava Jato, afirmou em depoimento à PF
que fez uma transferência para uma conta do deputado. A
transferência seria referente à negociação da área de exploração
de petróleo no país africano.
Conselho de Ética
Cunha
foi alvo de uma representação, encabeçada por PSOL e Rede, que
pede sua cassação por corrupção e por ter mentido, ao ser
questionado na CPI da Petrobras, sobre a posse de contas bancárias
fora do país.
O
Código de Ética da Casa prevê que "omitir intencionalmente
informação relevante" justifica a perda de mandato.
Na
semana passada, o Conselho de Ética da Câmara adiou pela sexta vez
a votação sobre a cassação de Cunha após a destituição do
antigo relator.
Fonte:
BBC Brasil
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