"As
eleições municipais deste sábado (12) na Arábia Saudita são
históricas e marcam um novo passo na lenta evolução da igualdade
entre os sexos no país. Pela primeira vez, as mulheres foram
autorizadas a votar e mais de 900 delas também concorrem
a cargos de conselheiras municipais,
algo inédito.
"Há
10 anos, desde que os homens votaram pela primeira vez, nós
esperamos essa oportunidade", disse Fawzia al-Harbi, candidata
na eleição. Ela fez campanha acompanhada de vários homens e
vestida com a tradicional vestimenta preta que cobre todo o corpo, só
deixando os olhos à mostra.
País
conhecido por aplicar de maneira rigorosa as leis islâmicas, a
Arábia Saudita é o único país do mundo a proibir as mulheres de
dirigir. Elas também são obrigadas a ter um "tutor masculino",
seja o marido, pai ou irmão, que deve autorizá-las a viajar,
trabalhar ou realizar determinadas consultas médicas.
Ainda
sob o regime do Rei Abdallah, sucedido pelo rei Salman, a monarquia
saudita deu início a uma série de reformas
para promover uma evolução dos direitos das mulheres.
No entanto, as regras continuam limitadas e monitoradas pelos
religiosos conservadores e submetidas ao ultraconservadorismo da
sociedade saudita.
Em
2011, após o anúncio do rei Abdallah de que as mulheres seriam
autorizadas a votar e se candidatar nas eleições deste ano, o
grande mufti, maior autoridade religiosa do país, afirmou que a
decisão de permitir às mulheres participar da vida política seria
como "abrir as portas ao diabo".
Pouco
menos de mil candidatas
Na
votação deste sábado, os sauditas poderão eleger dois terços dos
membros dos conselhos municipais. Nas eleições anteriores, em 2005
e 2011, as mulheres foram excluídas e os eleitores definiram apenas
a metade dos conselheiros. No entanto, os partidos políticos
continuam proibidos e muitas candidaturas foram rejeitadas.
De
um total de 20 milhões de habitantes, apenas 1,74 milhão de homens
e 130 mil mulheres se inscreveram nas listas eleitorais para votar.
Do total de 7 mil candidatos, apenas 978 são mulheres."
Fonte: RFI
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