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domingo, 4 de outubro de 2020

Outubro Rosa!



Por Fernanda Aranda


O câncer coleciona cerca de  500 mil novos casos por ano e já é a segunda causa de morte dos brasileiros. Supera todas as formas de violência no ranking da mortalidade e, em apenas seis meses, essa doença exigiu que 70 mil licenças trabalhistas fossem concedidas, fazendo com que as pessoas deixassem seus empregos para tratar os tumores malignos.

Nas mulheres, o câncer de mama é o mais numeroso, com cerca de 57 mil casos anuais. Mas durante todo o mês de outubro, escolhido para a conscientização contra a doença, a maior parte das campanhas só abordou a mamografia e o autoexame como formas de vencer este mal feminino.

Nos preparamos um relatório que vai além do que pregam as campanhas preventivas. Reunimos em um “coquetel” quais são os passos que podem fazer com que as pessoas ampliem a prevenção contra o câncer e, caso já tenham ingressado para as estatísticas, consigam elevar as chances de sobrevivência.

Algumas vitaminas e a forma como enxergamos o reflexo no espelho são só exemplos de armas inesperadas contra o câncer de mama, que reduzem drasticamente o sofrimento imposto por este problema chamado de mal do século.

No meio do estresse tinha um câncer

Giselle recebeu a notícia da volta do câncer de ovário como uma imposição para organizar despedidas o mais rápido possível.

Entendeu, de alguma forma, que seu corpo não seria capaz de vencer pela segunda-vez o tumor maligno que impôs tanto sofrimento.

Tratou de pensar em como diria adeus aos seus familiares, sem revelar a eles que os exames não trouxeram boas novas.

Não queria dividir com ninguém, além do marido, que a doença havia retornado. Pensava em seus pais. Quem aguentaria programar o adeus de um filho?

Lembrou então que a avó era fã incondicional da dupla Zezé di Camargo e Luciano. Mesmo sem nunca ter apreciado o estilo sertanejo, comprou ingressos para as duas nos melhores locais da plateia.

Para os filhos, decidiu fazer uma viagem de navio e celebrar em alto mar o Natal que – quem sabe – poderia ser o último com a presença dela. Era a chance de realizar o sonho das suas crianças, de 14 e 7 anos.

Vivenciou estes dois episódios no final do ano passado. Em tom de despedida, cantou “É o amor” a plenos pulmões.

Giselle chega agora às festas natalinas de 2015 mais viva do que nunca.

Aos que pensam que ela errou ao programar o “até mais”, sua história mostra que, mesmo de forma inconsciente, ela se despediu dela mesma para poder sobreviver.

Hoje, amigo(a) leitor(a), compartilho a experiência da advogada, mãe de família e “palmeirense incurável” Giselle Betto.

Números

Aos 40 anos de idade, ela entrou para as estatísticas de câncer – doença que no Brasil acumula mais de um novo caso por minuto, conforme o último relatório do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Para introduzir a sua história com a doença crônica, Giselle me disse algo extremamente tocante.

O câncer fez com que eu olhasse para mim pela primeira vez”.

Sobre esta reflexão, os especialistas em saúde integrativa e medicina antropofágica confirmam que todo e qualquer sintoma é um recado do organismo sobre uma situação que você ainda não parou para ouvir.

E nos ensaios científicos da atualidade, já há uma relação bem estabelecida entre os hábitos de vida e o desenvolvimento do câncer – sendo esta a segunda causa de mortalidade da população mundial – conforme alerta a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Para mim, escutar o relato de Giselle foi transformador.

E eu espero que você tenha a mesma experiência após o contato com ele.

Estresse e tempo

Vamos lá.

O câncer de ovário que afetou Giselle fará 6.150 novas vítimas em 2016, segundo a última projeção realizada pelo Ministério da Saúde. É o quinto em incidência entre as mulheres brasileiras.

Nos informes do A.C Camargo Cancer Center, uma das instituições do país que pesquisa as causas e prevenção dos tumores malignos, está em evidência que este tipo de câncer apresenta sintomas silenciosos.

Também por isso, em 75% dos casos a descoberta já é feita em fases tardias, em que há menos probabilidade de intervenções cirúrgicas.

No caso de Giselle Betto, os sinais prévios ao diagnóstico foram zero. Ou melhor. Se o corpo dela estava pedindo algum tipo de socorro, ela nem sequer teve a chance de ouvir.

Tinha uma relação de completa entrega e devoção ao trabalho, com nenhum tempo para as minhas demandas internas”, contou em nosso último encontro.

Mesmo com a família, sempre priorizei a vontade dos outros. Não considerava que o estresse pudesse ser um fator de risco a ponto de me causar um câncer. Então, de maneira completamente inesperada para mim, eu adoeci”.

Até chegar o diagnóstico de câncer avançado, contou ela, foram três anos sem visitar o médico e sem fazer uma pausa para cuidar da própria saúde.

Quando finalmente decidiu não mais desmarcar a consulta no ginecologista (ação que repetiu uma infinidade de vezes), a dor aguda que sentiu enquanto o doutor apalpava a região do abdômen denotou que algo estava muito errado.

Ela, refletiu, só tinha assoprado 40 velas no bolo de aniversário e queria mais, muito mais.

Giselle resolveu então agarrar tudo que a medicina tradicional oferecia para vencer a doença. Cirurgia, quimioterapia, coquetel de pesadas medicações.

De certa forma deu certo. Passou dois anos sem sinal do câncer.

Até que os novos exames, em forma de um grande balde de água gelada, anunciaram a recidiva do tumor maligno.

Foi aí que ela – primeiro – pensou em organizar as despedidas secretas com os familiares.

Porém, em meio a estas organizações, a advogada – workaholic assumida – esbarrou com novas oportunidades. Encontrou a possibilidade de gerenciamento do estresse. Esbarrou com a “autorização” para vivenciar a plenitude dos desejos.

Entendeu o que é a alimentação mais consciente e, assim, desenvolveu uma nova relação com o tempo.

Nota: “workaholic é uma expressão americana que caracteriza pessoas que trabalham compulsivamente”.

As condutas que passaram a fazer parte da vida de Giselle já são apontadas como eficientes pelos adeptos da saúde integrativa.

São mecanismos nem sempre lembrados por todos os médicos tradicionais, mas que já são considerados importantes tanto para prevenir o adoecimento crônico, quanto para mudar o curso de doenças já estabelecidas.“

Fonte: Jolivi – Sua Saúde Natural     

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