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quarta-feira, 23 de março de 2016

Lava-Jato ameaça dispensar Delação da Odebrecht se incluir tucanos

Da Redação

"A matemática moralizadora de Sérgio Moro tem um resultado a se confirmar: PT. Depois de anunciar, via defesa, que pretendia entrar no programa da Delação Premiada, o que deveria ser motivo de comemoração entre os investigadores da Lava-Jato provocou um terremoto nas zonas de Curitiba. A razão é sintomática: Marcelo Odebrecht teria concordar em falar sobre todos os partidos agraciados com propinas pagas por empreiteiras, e não exclusivamente o PT. A notícia esfriou ânimos dos investigadores.

A jornalista e articulista Tereza Cruvinel faz sua leitura pessoal e precisa: a esta altura, a menção de que tucanos também levaram dinheiro como propina pode "atrapalhar" o processo de impeachment. Isso, em outras palavras, deixa claro que muito mais do que uma ação moralizadora, o que a Lava-Jato pilotada por Sérgio Moro pretende é entregar o poder a quem não teve condições de conquistá-lo no voto, via democracia.

Com a decisão de contar toda a verdade de Marcelo Odebrecht, em vez de interesse, sua decisão acaba sendo colocada na prateleira. Moro, quem não o conhece, é que o compra.

A Odebrecht divulgou nota falando sobre o momento da empresa:

Abaixo, a nota da Odebrecht.

"COMPROMISSO COM O BRASIL

As avaliações e reflexões levadas a efeito por nossos acionistas e executivos levaram a Odebrecht a decidir por uma colaboração definitiva com as investigações da Operação Lava Jato. A empresa, que identificou a necessidade de implantar melhorias em suas práticas, vem mantendo contato com as autoridades com o objetivo de colaborar com as investigações, além da iniciativa de leniência já adotada em dezembro junto à Controladoria Geral da União.

Esperamos que os esclarecimentos da colaboração contribuam significativamente com a Justiça brasileira e com a construção de um Brasil melhor.

Na mesma direção, seguimos aperfeiçoando nosso sistema de conformidade e nosso modelo de governança; estamos em processo avançado de adesão ao Pacto Global, da ONU, que visa mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores reconhecidos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção; estabelecemos metas de conformidade para que nossos negócios se enquadrarem como Empresa Pró-Ética (da CGU), iniciativa que incentiva as empresas a implantarem medidas de prevenção e combate à corrupção e outros tipos de fraudes. Vamos, também, adotar novas práticas de relacionamento com a esfera pública.

Apesar de todas as dificuldades e da consciência de não termos responsabilidade dominante sobre os fatos apurados na Operação Lava Jato - que revela na verdade a existência de um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país - seguimos acreditando no Brasil.

Ao contribuir com o aprimoramento do contexto institucional, a Odebrecht olha para si e procura evoluir, mirando o futuro. Entendemos nossa responsabilidade social e econômica, e iremos cumprir nossos contratos e manter seus investimentos. Assim, poderemos preservar os empregos diretos e indiretos que geramos e prosseguir no papel de agente econômico relevante, de forma responsável e sustentável.

Em respeito aos nossos mais de 130 mil integrantes, alguns deles tantas vezes injustamente retratados, às suas famílias, aos nossos clientes, às comunidades em que atuamos, aos nossos parceiros e à sociedade em geral, manifestamos nosso compromisso com o país. São 72 anos de história e sabemos que temos que avançar por meio de ações práticas, do diálogo e da transparência.

Nosso compromisso é o de evoluir com o Brasil e para o Brasil"


Fonte: Conexão Jornalismo

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