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sexta-feira, 15 de abril de 2016

Adoçante só a frio

"O adoçante sucralose, quando adicionado em alimentos e sobremesas quentes, como chás, cafés, bolos e tortas, pode trazer riscos significativos à saúde.

Isso porque, quando aquecido, o adoçante torna-se quimicamente instável, liberando compostos potencialmente tóxicos e cumulativos ao organismo humano.
O alerta está sendo feito por pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) em um artigo publicado na revista científicaNature Communications.
Derivado da sacarose, o nosso açúcar de mesa, a sucralose é o adoçante mais consumido no mundo e liberado irrestritamente pelos principais órgãos de segurança alimentar, incluindo a FDA dos Estados Unidos, JECFA da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Anvisa do Brasil.
Tóxicos e cancerígenos
Os pesquisadores Diogo Noin de Oliveira e Maico de Menezes demonstraram que, quando aquecida, a sucralose libera hidrocarbonetos policíclicos aromáticos clorados (HPACs), compostos tóxicos, cumulativos no organismo humano e potencialmente cancerígenos.
"Com a queima das moléculas da sucralose há a formação de HPACs, uma família de compostos que têm muita facilidade para se tornarem tóxicos e mutagênicos. Isso acontece na sucralose por conta de um rearranjo das moléculas, quando elas são aquecidas. Outro fator preocupante é que esta substância liberada pelo aquecimento da sucralose é extremamente cumulativa no nosso organismo", explica o professor Rodrigo Ramos Catharino, orientador da equipe.
O professor assegura que o estudo é o primeiro, em nível mundial, a relatar o comportamento térmico da sucralose, abrangendo uma vasta gama de abordagens analíticas, como análises térmicas, espectroscopia no infravermelho e espectrometria de massas.
HPACs
Os HPACs (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos clorados) estão associados ao aumento da incidência de diversos tipos de cânceres no homem. A exposição humana aos HPACs se dá principalmente através da contaminação ambiental por meio da fumaça gerada a partir da queima de combustíveis fósseis.
"Os resultados da nossa pesquisa apontam dados novos na área de toxicologia de alimentos, indicando que a exposição crônica de seres humanos ao adoçante, caso, por exemplo, de diabéticos e de quem faz dietas especiais, pode causar efeitos nocivos à saúde. O uso deste edulcorante artificial merece, portanto, muita atenção dos consumidores, além do desenvolvimento de outras pesquisas por parte de órgãos de regulamentação," concluiu o professor Rodrigo."
Fonte: Diário da Saúde

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