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terça-feira, 19 de abril de 2016

Bolsonaro dedica voto ao Coronel Brilhante Ustra, torturador da ditadura

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Deputado Jair Bolsonaro

Em votação, deputado faz referência ao golpe militar de 1964 e à memória do primeiro militar reconhecido pela Justiça como torturador


"O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) dedicou seu voto a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff ao torturador da ditadura militar, ex-chefe do DOI-Codi, Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Morto em 2015, Ustra foi condenado pela Justiça por sequestro e tortura.

“Perderam em 64, perderam agora em 2016. Pela família, pela inocência das crianças em sala de aula, que o PT nunca teve, contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, pelo Brasil acima de tudo e por Deus acima de tudo, o meu voto é sim”, declarou.
O deputado, conhecido por suas posições homofóbicas e racistas, também parabenizou Eduardo Cunha, presidente da Câmara e réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de exigir e receber ao menos US$ 5 milhões em propina de um contrato do estaleiro Samsung Heavy Industries com a Petrobras. “Um nome que entrará para a história pela forma como conduziu os trabalhos na Casa.”

Quem é o Coronel Brilhante Ustra, “homenageado” por Bolsonaro

Condenado na Justiça por sequestro e tortura, ex-chefe do Doi-Codi, pior órgão de repressão da ditadura militar, faleceu em 2015
A declaração de Jair Bolsonaro (PP-RJ) ao dar seu voto na sessão da Câmara que determinou a abertura de processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff chocou aqueles que defendem os direitos humanos e os que conhecem a história obscura da ditadura militar no Brasil. No entanto, nem todos sabem a biografia do Coronel Brilhante Ustra, morto em 2015 e “homenageado” pelo parlamentar.
Carlos Alberto Brilhante Ulstra foi o primeiro militar reconhecido pela Justiça brasileira como torturador. Gaúcho, atuou entre 1970 e 1974 como chefe do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) – principal órgão de repressão da ditadura militar –, em São Paulo. No local, segundo apurações feitas pela Comissão Nacional da Verdade, teriam sido torturadas 502 pessoas e assassinadas outras 50.
O militar sempre negou as acusações mas chegou a dizer que tinha cometido “excessos”. Foi citado em inúmeros depoimentos de ex-presos e ex-agentes e admitiu que utilizava o codinome “Dr. Tibiriçá” – constantemente relatado por vítimas de torturas e diversos tipos de violência.
Em 2008, tornou-se o primeiro militar a ser declarado pela Justiça como responsável por episódios de tortura na ditadura. Já em 2012, foi o primeiro agente do período condenado a pagar indenização à família de uma vítima, o jornalista Luiz Eduardo Merlino. "
Fonte: Revista Forum

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