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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Qual foi de fato a maior inflação: a de Dilma, ou de FHC?

"O quadro comparativo entre a inflação de preços durante o governo FHC e a gestão petista vem aparecendo bastante. Tal fato se deve a forte crítica que o candidato tucano vem fazendo à política econômica do governo que falhou ao fazer com que a inflação ficasse no centro da meta. Contudo, o governo rebate as críticas da oposição afirmando que durante a gestão de FHC a inflação foi muito maior e também ficou fora da meta, como é possível notar no gráfico a seguir.

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De fato, a crítica do atual governo procede. Entretanto, é necessário analisar a conjuntura interna e externa para que possamos chegar a uma explicação sobre a inflação em cada período do gráfico.
O regime de câmbio fixo foi uma das ferramentas que norteou a política monetária, durante o primeiro mandato do governo FHC e uma parte do segundo. Esse arranjo fazia com que a inflação fosse baixa, uma fez que utilizávamos o arranjo US$1,00 equivale a R$1,00. Para isso, o Banco Central fazia constantes intervenções para que a taxa de câmbio se mantivesse estável. Com isso, o governo conseguiu reduzir a grande indexação (reajuste de salários, preços e etc.) da economia.
O problema é que, para tal arranjo funcionar, o país necessitava de uma quantidade relativa de reservas internacionais. A crise asiática colocou esse sistema à prova, porque os investidores estrangeiros tiraram seus capitais de países emergentes, inclusive do Brasil. Para salvar o arranjo, o país teve que recorrer a um empréstimo do Fundo Monetário Internacional.
Com o agravamento da crise na Ásia e, posteriormente, com o início da crise russa, o regime de câmbio fixo passou a não funcionar, por conta da grande fuga de capitais. O câmbio flutuante foi adotando, fazendo com que o real sofresse uma forte desvalorização, como é possível ver no gráfico.
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Como o câmbio ficou favorável à importação durante muito tempo e como o Brasil estava intensificando o processo de abertura comercial, passamos a importar mais insumos e produtos. Logo, a desvalorização do câmbio fez com que a o preço dos importados aumentasse, elevando assim a inflação de preços. Podemos corroborar essa tese utilizando o gráfico que mede a inflação no setor de serviços e de bens industriais.
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O efeito da desvalorização do real fez com que os preços dos bens industriais sofressem uma forte alta, ao passo que, no setor de serviços, tal variação ficou no teto da meta de 5,5% estabelecida pelo Banco Central, em 2002. Como o país não dispunha de reservas suficientes para fazer intervenções no câmbio, dado a nossa fragilidade econômica segundo os investidores internacionais, o artifício utilizado pela autoridade monetária foi a elevação da taxa de juros, para assim reduzir a inflação.
Vale ressaltar que as medidas adotadas no curto prazo para conter a escalada dos preços, durante a gestão de Armínio Fraga no BC, foram boas. O superávit primário foi elevado, assim como a taxa de juros, fazendo com que a política monetária não perdesse credibilidade dos agentes econômicos.”

Fonte: Instituto Liberal

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