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domingo, 22 de janeiro de 2017

Hormônio do sono pode ajudar no tratamento de infertilidade

Com informações da Agência Fapesp

Hormônio versátil
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP descobriram que a melatonina, hormônio cuja principal função nos humanos é regular o sono, atua na formação de novos vasos sanguíneos (angiogênese) das células foliculares do ovário, relacionadas ao desenvolvimento do óvulo.

A descoberta pode ajudar no tratamento de mulheres com infertilidade.

Além de regular várias funções celulares, a melatonina é responsável por carrear informações sobre a duração dos períodos diários de claro e escuro, transmitindo dados sobre as variações de luz que ocorrem durante os dias e as noites, o que permite ao organismo responder com mudanças adaptativas às alterações do ambiente.

A suspeita de que o hormônio estaria relacionado à maturação do folículo ovariano surgiu do fato de que há três vezes mais melatonina no líquido que o envolve do que na circulação sanguínea. Além disso, as células foliculares possuem receptores de melatonina.

"A angiogênese folicular é importante para a qualidade do folículo e do ovócito. Descobrimos que a participação da melatonina nesse processo modula o crescimento do folículo ovariano, a unidade básica do sistema reprodutor feminino," explicou o professor José Maria Soares Júnior.

Melatonina contra infertilidade
A equipe então avaliou o efeito da melatonina sobre a angiogênese das células do ovário em mulheres participantes de um programa de fertilização assistida e constatou que as altas concentrações do hormônio no órgão reprodutor feminino pode ter dupla função: facilitar a formação de novos vasos sanguíneos e aumentar a expressão de fatores de crescimento e citocinas, proteínas que modulam a função de outras células ou da própria célula que as gerou.

"Os resultados indicam que a melatonina  tem uma participação importante na regulação do crescimento folicular, com consequências numa melhor qualidade oocitária (Um oócito, oócito ou ocytus, é um feminino gametocyte ou germe célula envolvido na reprodução. Em outras palavras, é um óvulo imaturo, ou célula-ovo.), e sugerem uma possibilidade de tratamento de mulheres com infertilidade relacionada a baixas concentrações do hormônio ou a problemas nos receptores nas células da granulosa", diz Soares Junior - a granulosa é constituída por camadas de células foliculares.

O pesquisador agora pretende fazer novos estudos para que verificar se maiores níveis de melatonina no fluido folicular podem resultar em embriões de melhor qualidade.”


Fonte: Diário da Saúde

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