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terça-feira, 28 de março de 2017

América Latina está atrasada no uso medicinal da maconha






Com informações da Agência Brasil


Melhorando devagar
Dos 19 países da América Latina, apenas dois têm legislações que permitem o uso medicinal da cannabis sativa, a maconha, e sete estão em fase de regulamentação.
Outros dez proíbem o uso da planta medicinal e seus derivados, incluindo o canabidiol (CBD), sob qualquer apresentação.

Estes dados estão no Mapa Interativo da Regulamentação da Cannabis Medicinal na América Latina, lançado pelo Instituto Humanitas 360.

De forma didática, o mapa traz informações sobre a situação legal para posse, venda, transporte, cultivo doméstico e trâmite legislativo atual em cada país pesquisado, com atualizações constantes. "O mapa ajuda a entender mais todo o sistema, que é muito complicado. É um convite para as pessoas se informarem mais sobre isso," diz o vice-presidente do instituto, Piero Bonadeo.

Legislação sobre maconha
De acordo com Bonadeo, apesar da situação atual, houve avanços na região. "Todo o continente latino-americano está melhor, no sentido de ter sistemas jurídicos mais perto da legalização da maconha medicinal, mas ainda não é a legalização total."

Para ter acesso aos medicamentos os pacientes precisam comprovar determinado tipo de doença e passar por várias avaliações, mas o caminho parece já estar aberto.

Apenas a Colômbia e o Uruguai têm leis que regulamentam a indústria e o mercado nacional da cannabis, mas a implementação da lei está lenta no primeiro país do continente a aprovar o uso da maconha.

"A lei do Uruguai é também sobre o uso recreativo, aprovada em 2013, mas nós conversamos recentemente com uma das pessoas que ajudou a escrever a legislação e ela falou que a implementação está muito atrasada, apenas os clubes de cultivo estão funcionando. Toda a outra parte ainda está bloqueada. O uso medicinal não teve uma implementação total, está muito atrasada," disse Bonadeo.

Uso medicinal da maconha no Brasil
No Brasil, o canabidiol tem autorização de uso pelo Conselho Federal de Medicina desde dezembro de 2014 para "tratamento de epilepsias em crianças e adolescentes que são refratárias aos tratamentos convencionais".

Em 2015, o canabidiol foi retirado da lista de substâncias perigosas e regulamentada pela Anvisa, com autorização para a importação excepcional de uma lista restrita de medicamentos. Em março de 2016, o  tetrahidrocanabinol (THC) também foi autorizado.

Segundo a agência, o órgão já recebeu 2.242 pedidos para importação excepcional de medicamentos à base de maconha e autorizou 2.077. Do total de pedidos, um foi indeferido, 17 arquivados, 30 aguardam análise e 117 estão com exigências pendentes.

No mês passado a Anvisa aprovou o registro do medicamento Mevatyl, que contém THC e CBD e é vendido em 28 países com o nome de Sativex, indicado para o tratamento de adultos com espasmos relacionados à esclerose múltipla. Ainda falta o processo de definição de preço para que ele seja comercializado no Brasil, o que deve demorar cerca de dois meses, segundo a agência.



Ainda este ano será inaugurado o primeiro centro de pesquisas brasileiro em canabidiol, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto. O centro já tem autorização para um estudo clínico, ou seja, investigação em seres humanos, que será feito com 120 crianças e adolescentes que tem epilepsia refratária.”

Fonte: Agência Brasil

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