O Temer dando "barganha", ou seja, verbas para emendas para os partidos, principalmente o PSDB, e o toma lá da cá com a votação do Aécio Neves, que o livrou de ser preso e desligado do Senado Federal e, exonerando ministros para votarem a favor do arquivamento da denuncia contra ele. Mais uma vez ele conseguiu se livrar das acusações que pesam sobre ele.
Vamos ver no final de 2018, se ele será julgado pelos crimes que vem cometendo para se manter no poder. Como o caso das malas de dinheiro encontradas no apartamento de Gedel, apenas para citar um dos casos que abalaram sua conduta como presidente da nação.
Oposição
conseguiu empurrar votação para a noite - quando supostamente mais
pessoas poderiam
acompanhar a sessão de suas casas | Foto: Luis Macedo/Ag. Câmara
“Como
esperado, a Câmara dos Deputados negou o prosseguimento da segunda
denúncia contra o presidente Michel Temer. Foram 251 votos
favoráveis a Temer e 233 contrários. Dois deputados se abstiveram e
outros 25 se ausentaram.”
"A
vitória do peemedebista, porém, foi mais apertada do que na
primeira denúncia barrada pela Câmara - foram 263 votos favoráveis
a Temer e 227 contrários.
“A
segunda denúncia contra Temer, apresentada pela Procuradoria-Geral
da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), acusa o presidente
de obstrução de Justiça e formação de quadrilha. Com a decisão
da Câmara, a denúncia fica suspensa até que Temer conclua seu
mandato. A Justiça poderá, no entanto, julgá-lo quando ele deixar
de ser presidente, caso considere as acusações consistentes.
Embora
favorável ao presidente, o resultado indica que ele terá
dificuldades em reunir o apoio necessário (308 deputados) para
aprovar sua ambiciosa proposta de reforma de previdência.
"Mesmo
com todo o esforço do governo, perderam votos. Com esse resultado,
sem chance de conseguirem aprovar a reforma da previdência. Os
deputados da base não vão encarar mais esse desgaste", disse o
líder do PSB, Julio Delgado, deputado de oposição ao governo.
O
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que tem assumido uma postura
mais conflituosa com Temer, voltou a manifestar total compromisso com
a aprovação das mudanças na previdência, mas apontou certo
desgaste na relação entre governo e a Casa após as duas denúncias.
"O presidente saberá refletir qual o melhor caminho para
restabelecer sua relação com os deputados", afirmou.
Novo cronograma do governo
Novo cronograma do governo
Já
aliados de Temer minimizaram a perda de votos. Para o ministro da
Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, que deixou temporariamente
o cargo para votar como deputado, o governo só perdeu de fato 6
votos, que foi o número de deputados a mais que foram favoráveis ao
andamento da denúncia. Os outros que deixaram de votar com o governo
dessa vez optaram por se ausentar, ressaltou.
"A
primeira denúncia foi muito mais difícil que essa", disse
ainda, evitando, porém, fazer prognósticos sobre a reforma da
previdência.
Vencida
a denúncia, essa será a nova prioridade do Palácio do Planalto,
que argumenta que as mudanças nas regras de aposentadoria são
imprescindíveis para reverter o rombo bilionário das contas
públicas.
No
cenário ideal do governo, a reforma será aprovada em novembro na
Câmara dos Deputados e até março no Senado, onde precisa do apoio
de 49 dos 81 senadores.
Depois
disso, a fervura eleitoral tende a inviabilizar qualquer pauta mais
sensível, reconhecem políticos da base. Eles admitem também que a
reforma só será aprovada se o governo ceder em pontos polêmicos,
como a criação de uma idade mínima para aposentadoria, que deseja
fixar em 65 anos para homens e mulheres.
O
líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB),
argumentou que o resultado desta noite não serve de parâmetro para
a votação da reforma, já que alguns parlamentares favoráveis às
mudanças na previdência ficaram contra Temer na votação da
denúncia - foi o caso de parte da bancada tucana.
Ele
acabou reconhecendo, porém, que o governo terá que negociar uma
proposta mais modesta: "Mesmo que se vote esse ano (a reforma da
previdência na Câmara), não será suficiente para o que o Brasil
precisa".
Votação à noite
As
semanas anteriores à votação foram marcados por intenso contato de
Temer com deputados da base, que foram agraciados com a liberação
de dinheiro para obras, por meio do empenho de emendas parlamentares
- quase R$ 1 bilhão em setembro e outubro - e uma série de
nomeações de aliados para cargos do segundo escalão.
Sem
votos para aprovar o andamento da denúncia - que exigiria 342 dos
513 deputados - a oposição passou o dia tentando impedir que fosse
atingido o quórum necessário de 342 deputados para abertura da
votação. Não conseguiu, mas, com ajuda de alguns insatisfeitos da
base governista, foi capaz de empurrar a votação para a noite,
quando supostamente mais pessoas poderiam acompanhar a sessão de
casa, gerando mais desgaste para os aliados de Temer.
Durante
o dia, com um pequeno caixote e um megafone, improvisaram um palanque
do lado de fora do plenário, onde se revezaram em ataques ao
governo.
"Somos
minoria aqui na Casa, mas somos maioria na sociedade. Mais de 90% do
povo brasileiro quer Temer fora do governo. Essa casa, por força de
manobras e da corrupção da compra de votos, é a única instância
em que esse governo tem maioria", discursou a deputada Luiza
Erundina (PSOL-SP).
Deputados
fiéis ao presidente, por sua vez, lançaram novamente mão do
discurso da "estabilidade", argumentando que a continuidade
do governo era fundamental para a recuperação da economia.
"Deixe
o homem trabalhar", brandou da tribuna o polêmico deputado
Wladimir Costa (SD-PA), que na primeira denúncia fez uma tatuagem
falsa com nome de Temer no ombro.
Além
disso, aliados do presidente repetiram o discurso contra a "inépcia"
da denúncia apresentada pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot -
críticas que ganharam novo fôlego depois que foram revelados no
início de setembro indícios de ilegalidade na condução da delação
da JBS pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
"Essa
denúncia é inepta, fruto de uma armação sórdida para derrubar o
presidente da República, o que seria uma irresponsabilidade",
defendeu o líder do PMDB, deputado paulista Baleia Rossi.
Legado de Janot
Na
segunda denúncia, Janot acusou o presidente de ter tentado parar a
Lava Jato. Ele teria feito isso ao dar o aval para que o empresário
Joesley Batista, do frigorífico JBS, "comprasse" o
silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), e do suposto operador do PMDB, o empresário Lúcio
Funaro.
Além
disso, Janot acusa Temer de ser o chefe de um grupo criminoso, que
seria formado por políticos do PMDB na Câmara dos Deputados. Para a
PGR, Temer era o braço político da suposta quadrilha, responsável
por viabilizar os interesses de empreiteiras e outras empresas dentro
do Congresso em troca de subornos.
Além
da delação da JBS, o acordo de delação de Lúcio Funaro também
forneceu elementos para a nova denúncia.
Em
sua defesa, Temer se diz vítima de uma "conspiração" e
cita os indícios de possíveis ilegalidades na condução da delação
da JBS pela Procuradoria. Informações reveladas em setembro, a
partir de gravações entre os delatores, indicaram que procuradores
podem ter orientado os delatores ilegalmente a gravar o presidente.”
Fonte:
BBC-Brasil
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