© REUTERS/Ueslei Marcelino Senador Aécio Neves durante sessão do Senado, em Brasília |
“O presidente
licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), retirou o também
senador Tasso Jereissati (CE) do comando interino da legenda e
indicou nesta quinta-feira o ex-governador de São Paulo Alberto
Goldman para dirigir a sigla até a convenção marcada para início
de dezembro que elegerá o novo presidente tucano.
Em carta a Tasso,
Aécio afirmou que tomava a atitude em vista da formalização da
candidatura do parlamentar cearense ao comando do PSDB na convenção
marcada para o dia 9 de dezembro.
"Conforme
conversa que tivemos hoje, em razão da sua candidatura à
presidência do PSDB, formalizada ontem, e com o objetivo de garantir
a desejável isonomia entre os postulantes, estou reassumindo a
presidência do partido e, ato contínuo, indicando o nosso mais
antigo vice-presidente, o ex-governador de São Paulo Alberto
Goldman, para conduzir com imparcialidade a eleição que se dará na
convenção nacional marcada para o próximo dia 9 de dezembro",
afirma Aécio na carta.
O governador de
Goiás, Marconi Perillo, também já anunciou sua candidatura ao
comando do PSDB e disputará o cargo com Tasso no início do próximo
mês.
Aécio se
licenciou do comando do partido após ser gravado pelo empresário
Joesley Batista, um dos donos da J&F, holding que controla a JBS,
tratando da entrega de 2 milhões de reais que seriam usados em sua
defesa na operação Lava Jato.
O senador mineiro,
derrotado pela ex-presidente Dilma Rousseff no segundo turno da
eleição de 2014, afirma que os recursos seriam um empréstimo que
posteriormente seria formalizado e que foi alvo de uma armação de
Joesley, que estava em busca de benefícios de um acordo de delação
premiada.
A destituição de
Tasso por Aécio se dá em um momento de racha interno do PSDB. Os
deputados do partido, que têm quatro ministros no governo do
presidente Michel Temer, votaram divididos nas duas denúncias
criminais contra o peemedebista.
Uma parcela dos
tucanos, entre eles Tasso, defende o desembarque do partido do
governo federal, enquanto uma outra, que tem Aécio entre seus
expoentes, defende a permanência.
Além disso, a
infidelidade de parte dos tucanos na votação das denúncias contra
Temer têm aumentado a pressão dos partidos do chamado centrão para
que o presidente desaloje os tucanos de cargos e ministérios e
contemple aliados do centrão que se mostraram mais fiéis ao
governo.
O PSDB ocupa o
Ministério das Cidades, com o deputado Bruno Araújo (PE); a
Secretaria de Governo, com o deputado Antonio Imbassahy (BA); o
Ministério das Relações Exteriores, com o senador Aloysio Nunes
(SP), e o Ministério dos Direitos Humanos, com Luislinda Valois. Os
comandos das Cidades e da Secretaria de Governo são os mais
cobiçados pelos partidos do centrão.
A cizânia dentro
do tucanato também acontece em um momento em que o partido ainda não
tem definido seu candidato à Presidência da República no ano que
vem.
O governador
paulista, Geraldo Alckmin, é visto como nome mais provável, mas o
prefeito de Manaus, Arthur Virgílio já manifestou interesse em se
candidatar e o prefeito de São Paulo, João Doria, tem se
movimentado nacionalmente, embora não tenha admitido publicamente a
intenção de concorrer.
Doria, inclusive,
protagonizou um entrevero público com Goldman, novo presidente
interino do PSDB, ao afirmar, em resposta a críticas feitas pelo
ex-governador à sua gestão à frente da prefeitura paulistana, que
o correligionário era um "fracassado" que ficava em casa
"de pijamas".”
Fonte:
Reuters
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é sempre bem-vinda!