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quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Vírus descoberto no Brasil ataca HIV dormente



Redação do Diário da Saúde


Vírus contra vírus
O vírus Marabá ou MG1, consegue alvejar e destruir as células infectadas pelo HIV que as terapias antirretrovirais não conseguem alcançar.

Se esta técnica, testada até agora apenas em laboratório, funcionar nos seres humanos, este pode ser um caminho para uma cura definitiva para a infecção pelo HIV e a AIDS.

Embora os medicamentos antirretrovirais mantenham o nível de vírus HIV no sangue em níveis baixos, atualmente não há como eliminar totalmente as células infectadas pelo HIV dormente. Se uma pessoa que vive com HIV parar de tomar os medicamentos antirretrovirais, esses vírus ocultos rapidamente se recuperam e a carga viral do paciente volta a subir.

Essas células latentemente infectadas pelo HIV são difíceis de atingir porque elas não se distinguem das células normais.

A nova abordagem usa o vírus MG1 para identificá-las - seu nome é uma homenagem à cidade de Marabá, no Pará, onde ele foi isolado pela primeira vez em 1983.

Esse vírus tipicamente ataca células cancerosas - é um vírus oncolítico - que apresentam defeitos na via do interferon, o que as torna mais vulneráveis aos vírus. Ocorre que as células infectadas pelo HIV dormente também apresentam defeitos nessa via.

Ataque seletivo
Usando uma série de modelos de laboratório de células latentes infectadas pelo HIV, os pesquisadores descobriram que o vírus Marabá alveja e elimina as células infectadas, deixando as células saudáveis ilesas.

Mas a terapia ainda não está pronta para ser testada em humanos.

"Nós sabemos que o vírus Marabá está alvejando e matando as células latentes infectadas pelo HIV, mas não sabemos exatamente como ele está fazendo isso. Acreditamos que o vírus é capaz de atingir essas células por causa de uma via de interferon danificada, mas precisamos fazer mais pesquisas para saber com certeza," disse o Dr. Jonathan Angel, da Universidade de Ottawa (Canadá).


Os resultados preliminares foram publicados no Journal of Infectious Diseases.”

Fonte: Diário da Saúde

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