Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro e o procurador da Lavajato, Deltan Dallagnol |
Por Lucas Rafael
Chianello
“A chamada “operação
lava jato” veio à tona durante as eleições de 2014.
Com a descoberta do
pré-sal e a destinação de seus royalties à educação (75%) e à
saúde (25%), fascistas e “privatas” reuniram-se numa aliança de
tudo ou nada para desmantelarem políticas sócio-econômicas focadas
em promover a redução das desigualdades sociais.
Ao contrário do dito e
propagandeado por muitos fanáticos desinformados e irascíveis (ou
desonestos intelectuais), a base política e econômica dos governos
Lula e Dilma não era o socialismo/comunismo cubano ou venezuelano,
mas estava muito mais próxima dos chamados Estados europeus de
bem-estar social.
Porém, como somos um
país da periferia do capitalismo, a mínima mudança na estrutura
econômica da sociedade proporcionada pelo PT levou fanáticos
irascíveis de extrema-direita unirem-se numa aliança
propagandística que repetiu a chamada “Marcha da Família com Deus
pela Liberdade”, a sustentação civil do golpe de 1964, ao dizer
que o Brasil precisava se livrar do comunismo.
Piada de mau gosto para
quem, politicamente, é minimamente informado.
E como bem diz o
professor Silvio Luiz de Almeida, “Não há golpe sem a
participação do poder judiciário.”
Daí porque se entende
a razão pela qual, o TRF 4, sede da operação lava jato, foi
treinado pelo Departamento de Justiça dos EUA, conforme revelado
pelos Wikileaks, numa clara ofensa à soberania de nosso país, uma
vez que uma fração jurisdicional de um Estado soberano passou a
praticar julgamentos políticos para contemplar interesses
estrangeiros relacionados ao petróleo.
Desde sempre a esquerda
brasileira, moderada ou “radical”, sempre denunciou a atuação
enviesada da operação lava jato, o que tinha como resposta o “choro
de petista”, até que a máscara caiu.
Materiais revelados
periodicamente pelo
jornalista estadunidense Glenn Greenwald na
página The Intercept mostram que o rearranjo geopolítico ocorrido
no Brasil com a queda de Dilma e a prisão de Lula ocorreu numa
fraude processual gigantesca em que o então juiz Sérgio Moro atuava
em conluio com os procuradores da chamada força tarefa da operação
lava jato.
Jornalista Glenn Greenwald |
Como sempre era
denunciado, não se tratava de combater a corrupção governamental,
mas sim de criar um clima que justificasse a ascensão política da
extrema-direita através do discurso moralista, afinal, “o Lula tá
preso, babaca...”
O problema é que agora
está mais do que comprovada a tese da brilhante defesa do presidente
Lula capitaneada pelo advogado Cristiano Zanin Martins: o lawfare,
ou seja, a perseguição judicial para fins políticos.
O conluio entre o então
juiz Sérgio Moro e os procuradores da lava jato, ainda não
revelados em sua totalidade, são o maior exemplo de assalto à
mínima noção de república civilizada que já tivemos.
A partir do momento em
frações de um poder de Estado treinadas por uma potência
estrangeira combinam resultados de julgamentos entre juiz e promotor,
não se tem um processo justo e sim perseguição política.
E como, nas palavras da
presidenta Dilma Rousseff, não só a direita brasileira, mas a
latino americana não possui o chip da moderação, os
cavernícolas do conluio e do atraso civilizatório, defensores de
processos suspeitos, revelam o quanto suas vidas são um complexo de
frustração: resta-lhes celebrar a prisão de alguém cuja sentença
foi encomendada.
Glenn Greenwald
comprova: Lula está preso?
Sim.
Injustamente, babaca!”
Articulista: Lucas
Rafael Chianello é advogado e jornalista
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