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sábado, 1 de junho de 2019

Por que o estresse atrapalha nossa audição?

FotoA equipe está pesquisando agora se a ativação do nervo vago por meio de estímulos elétricos na região auricular pode controlar o ritmo do coração. [Imagem: Viviane B. de Góes] 







Com informações da Agência Fapesp

Estresse, coração e audição
Em situações de estresse é comum a perda momentânea da capacidade de perceber sons do ambiente.

Pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), em colaboração com colegas da Universidade Oxford (Inglaterra), descobriram que essa conexão entre estresse e audiçãoocorre por meio de um caminho inusitado.

Ocorre que atividade cerebral relacionada à atenção auditiva acompanha o ritmo do coração. Dessa forma, a alteração na frequência cardíaca induzida pelo estresse compromete a percepção auditiva.

Essa descoberta abre novas perspectivas para o tratamento de distúrbios de atenção e de comunicação. E talvez explique também por que ouvir música faz bem para o coração.

"Constatamos que pequenos níveis de estresse já são capazes de alterar o ritmo do coração e, dessa forma, comprometer a atenção auditiva," explicou o professor Vitor Engrácia Valenti, acrescentando que a conexão entre flutuações da frequência cardíaca e estímulos auditivos é feita por meio do nervo vago.

Terapias elétricas nos nervos
O nervo vago, que percorre grande parte do corpo, indo do cérebro ao abdômen, desempenha funções motoras e sensoriais, diminui a frequência cardíaca ao ser ativado. Além disso, o nervo participa da atividade do sistema nervoso parassimpático - responsável, entre outras coisas, por desacelerar os batimentos cardíacos. E há forte desconfiança de que ele estabeleça a ponte entre o intestino e o desenvolvimento da doença de Parkinson no cérebro.

Os experimentos mostraram que o controle autonômico do coração por meio da atividade do nervo vago e o processamento cerebral dos estímulos auditivos trabalham em consonância.

"Isso indica que, em situações de estresse, a informação auditiva é processada de um jeito pior do que seria se a pessoa estivesse em um estado mais tranquilo," disse Vitor. "Dessa forma, em uma situação de estresse, ao se respirar mais lentamente, por exemplo, é possível ativar o sistema nervoso parassimpático e, com isso, diminuir o ritmo do coração e melhorar a percepção da informação auditiva."

A equipe está pesquisando agora se a ativação do nervo vago por meio de estímulos elétricos na região auricular pode controlar o ritmo do coração com vistas ao tratamento de casos relacionados com distúrbios de atenção e de comunicação, como no caso do autismo.”

Fonte: Diário da saúde 

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