"Uma das vitrines de campanha de Jair Bolsonaro (PSL) à presidência do país, escolas com a tutela de profissionais das forças de
Segurança
também são uma das principais apostas da atual gestão do
Ministério da Educação (MEC).
Disciplina, cabelo curto e educação cívica: como funcionarão as escolas do DF que adotaram ‘modelo militar’
Com
o intuito de expandir o modelo educacional, o MEC em parceria com o
Ministério da Defesa lançou, no último mês, o Programa Nacional
das Escolas Cívico-Militares (Pecim). Até 2023, pretende-se
implantar o modelo em ao menos 216 instituições. PSOL propõe fim da ampliação de escolas “militarizadas” no país.
Dez perguntas e respostas sobre as escolas cívico-militares no modelo
que entrará em vigor em 2020.
1.
Quem comanda: civis ou militares?
O
modelo de escolas cívico-militares proposto pelo governo é
parcialmente inspirado no padrão dos colégios militares do
Exército, das Polícias e Corpos de Bombeiros Militares. Em escolas
militares, a organização didático-pedagógica e financeira é
exclusiva dos oficiais de segurança.
Diferentemente, nas escolas cívico-militares, a gestão é híbrida. Isso significa que, enquanto professores e demais profissionais da educação são responsáveis pela área didático-pedagógica, as forças de segurança pública atuam na gestão administrativa e formação disciplinar dos alunos. Como diz o MEC, eles serão responsáveis pela "melhoria do ambiente escolar".
2. Quais militares poderão participar do programa?
Diferentemente, nas escolas cívico-militares, a gestão é híbrida. Isso significa que, enquanto professores e demais profissionais da educação são responsáveis pela área didático-pedagógica, as forças de segurança pública atuam na gestão administrativa e formação disciplinar dos alunos. Como diz o MEC, eles serão responsáveis pela "melhoria do ambiente escolar".
2. Quais militares poderão participar do programa?
Segundo
o MEC, apenas militares inativos das Forças Armadas poderão
participar. Mas policiais e bombeiros militares também podem assumir
funções dependendo da adesão dos estados.
Poderão
ser convocados 540 militares da reserva. A proposta, ainda não
definida, é que eles sejam contratados por meio de processo
seletivo. "A duração mínima do serviço é de dois anos,
prorrogável por até dez, podendo ser cancelado a qualquer tempo. Os
profissionais vão receber 30% da remuneração que recebiam antes de
se aposentar", diz o MEC.
Quer dizer, já não basta a aposentadoria para os militares ser bem maiores do que para cidadão comum?
O governo garante que eles não ocuparão cargos dos profissionais da educação previstos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
3. Quem pagará o salário dos militares?
Dependerá
da parceria. No caso dos militares das Forças Armadas, o governo
federal será responsável pelo pagamento.
Mas
os estados que decidirem aderir ao programa, e permitirem que
militares da Segurança Pública participem, devem ser responsáveis
pela remuneração dos agentes.
4.
Quanto custará o programa aos cofres públicos?
O
MEC afirma que serão investidos R$ 54 milhões ao ano no programa.
Cada escola terá direito a R$ 1 milhão. O pagamento dos militares
da Defesa e a verba para os estados que aderirem ao Pecim sairá
desse montante.
Fonte: globonews
O valor, além disso, será investido no
pagamento de pessoal, mas apenas nas escolas em que for estabelecida
parceria entre o MEC e o Ministério da Defesa, para contratação de
militares da reserva. No geral, será investido em melhoria de
infraestrutura, compra de material escolar, reformas, entre outras
intervenções.5. Sorteio x prova: como será o ingresso de estudantes?
O
MEC garante que os alunos já matriculados nas instituições que
receberão o programa continuam com a vaga.
Não há definição clara, no entanto, se os novos estudantes passarão por processo diferenciado, como entrada via sorteio. Questionada, a pasta afirmou apenas que "os novatos serão atendidos conforme demanda".
6.
Haverá algum tipo de cobrança de mensalidade aos alunos?
Segundo
o ministério, não haverá cobrança de mensalidade. O ensino nas
escolas cívico-militares continua gratuito.
7.
Escolas são obrigadas a aderir ao programa?
Não.
O programa é de adesão voluntária para estados e municípios que
manifestarem interesse. Além disso, após a adesão da Secretaria de
Educação, para o modelo ser implementado, deverá passar pela
aceitação da comunidade escolar.
Em um primeiro momento, o MEC consultou todos as federações para saber se gostariam de aderir ao programa. Pelo menos 15 estados e o DF manifestaram interesse. A segunda etapa, que se encerra em 11 de outubro, prevê consulta aos municípios.
O
MEC afirma que a demanda é grande, mas que, a princípio, receberão
o programa escolas:
1) em situação de vulnerabilidade social e com
baixo desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(Ideb);
2) localizadas na capital do estado ou na respectiva região
metropolitana;
3) que ofereçam as etapas Ensino Fundamental II e/ou
Médio e, preferencialmente, atenda de 500 a 1000 alunos nos dois
turnos;
4) que possuam a aprovação da comunidade escolar para a
implantação do modelo.
8. E se o município quiser aderir, indicar a escola, mas ela não quiser? E se a comunidade escolar não aceitar?
À
comunidade que não aceitar a implementação do modelo, mesmo com o
aval do estado, o MEC sugere que entre em consenso com as secretarias
de educação, que devem providenciar "mecanismos democráticos
para garantir o direito à educação".
No
Distrito Federal, por exemplo, professores que não concordaram com a
implementação foram realocados para outras escolas, que não
receberiam o modelo cívico-militar.
9.
Quais as obrigações aos alunos? Farda, corte de cabelo?
Segundo
a Subsecretaria de Fomento às Escolas Cívico-militares, na rotina
de instituições deste modelo, "os cuidados com a aparência
e o uniforme são essenciais, pois promovem a sensação de
pertencimento e disciplina nos alunos".
Não está claro, no entanto, se os alunos serão obrigados a usar farda ou ter corte de cabelo específico. Nas escolas cívico-militares do Distrito Federal, um novo uniforme foi distribuído gratuitamente aos alunos. Meninos são instruídos a usar cabelo curto, enquanto as meninas, coque.
10.
Quando o programa entra em vigor?
O
Pecim deve entrar em vigor no primeiro semestre de 2020."
Fonte:
gazetadopovo
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