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sábado, 30 de novembro de 2019

"Tiradentes", em São Thomé das Letras, Sul de Minas

Domingo(1) é a última noite da temporada para assistir: "Tiradentes  hoje é o dia do batizado"

ARENA CONTA TIRADENTES, 
de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal. 

Adaptação livre da peça com excertos do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meirelles. 

"Tiradentes, hoje é o dia do batizado"

Quem foi Barbara Heliodora na Inconfidência mineira? 

Adaptação e Direção: Iara Fortuna Direção de Atores: Marlene Fortuna Coordenação Geral: Ana Aurélia Di Bella Napolitano

Elenco em ordem alfabética:
Adriana Martins;
Elias Rosa;
Elifelete Rosa; 
Elisama Rosa; 
➧Emerson Junior Gomes 
➧Everson Furtado de Castro 
➧Flávia Cardoso Alvarenga 
➧Gleibson Carlos de Oliveira Calisto 
Helenicio Cardoso 
➧Leandro Pedro de Castro 
➧Luciano Carvalho 
➧Lucila Costa Silva 
➧Lucyan Alan Peixoto 
➧Luiz Gilmar de Castro Furtado 
➧Sophy Marie F. Martins 
➧Valquíria Paula Rosa

Cenografia: Célio Viera Costa;
Projeto de Luz: Gustavo Guerra 
Trilha Sonora: Luiz Ribeiro 
Operador de Luz e Som: Edson Pereira da Silva 
Figurinos: Ana Aurélia Di Bella Napolitano 
Arte: Fernanda Trocolli Napolitano / Liliana Di Bella Napolitano 

Músicas: Ladainha - Domínio Público / Desenredo - Dori Caymmi e Paulo  César Pinheiro / Cálice -Chico Buarque de Holanda e Gilberto Gil / Bocca Chiusa da Ópera Madame Butterfly de Giacomo Puccini / Concerto Nº 2 op. 18 de Sergei Rachmaninoff

Técnico de Estúdio e Mixagem: André Fernandes 

Estúdio e Mixagem: Turbo Mastering Estúdios: L&A Studio/Estúdio Casa Aberta; A Studio/Estúdio Casa Aberta 

Registros de Vídeo: Cauê Baptista 
Registros de Fotos e Filmagem: Andréa Santos 

Edição de Vídeo: Darlan Evangelista 

Cobertura Jornalística: Cicera Rosa 

Produção: Luiz Gilmar de Castro Furtado, Valquíria Rosa, Neusa Helena Moreira, Sophy Marie F. Martins, Adriana Martins. 

Atelier de Costura: José Coelho e Lúcia Silveira de Souza 

Costureiras: Neusa Helena Moreira, Iraci Maria de Souza Rezende, Maria Aparecida Furtado, Marilene Noronha

Apoio Institucional de São Thomé das Letras: Câmara Municipal; Secretaria Municipal de Cultura; Secretaria de Turismo; Prefeitura Municipal e  Sociedade Brasileira de Eubiose.

Parceiros: ARLS Justiça e Caridade nº 16, Oriente de Conceição do Rio Verde - MG, Madereira São Thomé, Restaurantes: O Alquimista Típico, O Alquimista Cantina, O Alquimista Praça, Santo Japa, Sinhá, Supermercado Souza Reis, Supermercado Noel, Pousada São Thomé das Letras, Pousada São Thomé das Lendas, COOPEDRA, Restaurante e Gruta de Sobradinho.

Agradecimentos
Felícia Clélia Forlenza de Souza, Neusa Maria de Campos, Dagmar Gandin, Padre Antônio Carlos, Marilene Melão Martins, Elizabeth Ornellas, Aparecido Januário, Denilson Policarpo, Viviane Mayumi, Ramon V. de Oliveira, Alexandre Kroetz, Gerson Rosa, Marcelo F. Leite, Rosilei F. C. Reis, Valdir Ferreira, Naná, Leila Guedes, André Barata, Celso Martins.

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Homens caiam na real, vocês dependem das mulheres para viver literalmente!


Fonte: whatsapp

Mulheres no chile manifestando-se contra a violência e feminicídios recorrentes.

Apenas as mulheres podem gerar. Só elas possuem o útero! 

Até quando será preciso lutar para que os homens machistas não pratiquem a violência e feminicídios contra mulheres?


O Brasil é o quinto país que mais pratica a violência e feminicídios.


No Sul de Minas, a cada 8 minutos comete-se feminicídio, que é o assassinato de mulheres pelo simples fato de ser mulher. No primeiro semestre, foram registrados 10 mil feminicídios no Sul de Minas. Uma estatística surreal.

Notícias locais: Violência Contra a Mulher – Seminário no Instituto Federal (IF) Campus Poços de Caldas,em 29 de novembro

ONU pediu aos países uma legislação que puna  com maior rigor a Violência Contra a Mulher


Esse seminário realizado pela prefeitura de Poços de Caldas e afim de se construir políticas públicas contra a violência a mulher!


Vamos ver se o poder público se dispõe a colocar mais "delegacias da mulher" e com gente mais capacitada para as mais diversas situações. 

A cada 8 minutos uma mulher é morta no Sul de Minas. O Brasil é o 5º país do mundo na violência e em feminicidios contra a mulher!    


Não necessariamente nesta ordem são as palestras







Fonte: Coletivo de Mulheres Pela Democracia  

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Mais uma vez, a população não terá um jornalismo de qualidade.









"A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), a Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) e a Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (Abej) divulgaram notas em repúdio à extinção do registro profissional para jornalistas e outras profissões. A extinção faz parte da Medida Provisória 905/19, que instituiu o chamado Contrato de Trabalho Verde e Amarelo, no último dia 12 de novembro.
As entidades somam suas vozes à da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e dos Sindicatos de Jornalistas Profissionais dos diversos estados brasileiros, que já manifestaram seu repúdio à medida inconstitucional do governo federal, mais uma tentativa para destruir o Jornalismo e enfraquecer a imprensa no país. Em resposta à FENAJ e aos Sindicatos, o presidência da Câmara, Rodrigo Maia, declarou que o item será retirado da MP, pelo Legislativo.
A ABI denuncia na sua nota “mais uma investida do governo Bolsonaro contra o jornalismo” e informa que quer trabalhar junto com a FENAJ e sindicatos dos jornalistas “para debater e articular formas de enfrentar esta onda de ataques à profissão”. A entidade reproduz no seu portal a íntegra da nota da Federação.
Intercom
A Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) afirma em sua nota que “O governo de Jair Bolsonaro volta a atacar o campo da Comunicação, ao pretender eliminar a obrigatoriedade do registro profissional de diversas categorias, entre as quais jornalistas, publicitários e radialistas, em um retrocesso que fere duramente nossa democracia.” A conceituada instituição de estudos da comunicação afirma também que “Disfarçada de socorro socioeconômico, a MP 905/19 é, na verdade, uma reforma trabalhista que precariza ainda mais a vida de todos os trabalhadores e trabalhadoras no Brasil.” “No que se refere especificamente ao campo da Comunicação, a MP revoga artigos do Decreto-Lei nº 972/1969 (que regulamenta a profissão dos jornalistas), da Lei nº 4.680/1965 (dos publicitários) e da Lei nº 6.615/1978 (dos radialistas). Pelo proposto no novo texto, não haveria mais necessidade de obter autorização, via registro profissional no Ministério do Trabalho, para exercer as atividades em jornalismo, publicidade e radialismo.”
Além dos prejuízos à vida dos profissionais das categorias cujo registro pode ser extinto pela medida, a Intercom chama atenção para o grave risco de pessoas não especializadas, atuando em condições cada vez piores, virem a produzir uma comunicação sem a qualidade e a ética necessárias ao cumprimento do direito humano fundamental à informação, previsto no artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e garantido à população brasileira pelo artigo 5º da Constituição Federal de 1988.
Como se não bastasse a retirada de direitos trabalhistas, a extinção desses registros profissionais terá consequências nefastas para o Estado Democrático de Direito”, enfatiza a nota da Intercom, que “vem a público exigir que os representantes eleitos democraticamente para a Câmara dos Deputados e Senado Federal impeçam esse duro golpe aos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros”.
SBPJor
Em sua nota, a  Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo  (SBPJor) afirma que a MP 905/19 representa um retrocesso inaceitável ao campo do Jornalismo. Segundo a entidade, trata-se “de mais um ataque coordenado ao projeto histórico de uma imprensa livre e democrática no Brasil e contribui para a precarização e o enfraquecimento do exercício profissional calcado em valores éticos e deontológicos”.
A defesa da vitalidade dos estudos que resultem no avanço do estado da arte do campo passa também pela junção de forças com outras instâncias da sociedade civil”, continua a nota. Segundo a SBPJor, cada qual com contribuições em seu campo de atuação, essas forças se mobilizam pela defesa de um Jornalismo de qualidade e plural, “substrato essencial para uma vida democrática plena”.
A entidade de jornalistas pesquisadores conclama seus associados para atuar junto aos representantes parlamentares em todas unidades da federação “de modo a manifestar a insatisfação frente à irresponsabilidade medida governamental”.
Abej
A MP afetará, não apenas diretos garantidos historicamente, mas atingirá a qualidade do jornalismo, já fragilizada pela desregulamentação da exigência do diploma, denuncia a nota da  Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (Abej). “O interesse pela formação superior em jornalismo, como condição para o exercício pleno da atividade, estará em risco, além da qualidade dos serviços, já precarizados pelas mudanças na área de comunicação”, alerta.
A Abej considera que, ao retirar a obrigatoriedade do registro profissional de jornalista, entre outras profissões, como a de publicitários e químicos, junto ao Ministério do Trabalho, a MP é “mais uma ação contra os trabalhadores e trabalhadoras”.
Sem registro, não há controle sobre quem é jornalista e torna difícil exigir o cumprimento dos direitos desta categoria, que passará a ser facilmente enquadrada em outras profissões”, enfatiza a nota, citando pronunciamento do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal.
A entidade conclama a todos e todas a denunciar, por todos os meios possíveis, mais esse ataque à categoria e à formação superior em jornalismo, como forma de garantir o mínimo necessário à atuação profissional qualificada. Orienta ainda os colegas a pressionem os parlamentares para derrubar ou alterar a MP."
Veja as notas na íntegra clicando nos links abaixo.
Fonte: Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas 

Reportagem local: Audiência Pública sobre a Educação cívico-militar no município

Composição da Mesa na Audiência Pública sobre Educação em Poços de Caldas.


Por Ana Lucia Dias

Na véspera do feriado nacional da Proclamação da República, na tarde de 14 de novembro, na câmara municipal de Poços de Caldas houve a audiência pública sobre a Educação: escolas cívico-militares ou não nesta cidade.
  
Como disse o vereador Paulo Tadeu (PT) – “pouco atrasada essa audiência pública, visto que resultado, dos municípios que terão  as escolas cívico-militar, está previsto para dia 15 –. E o prefeito, Sérgio de Azevedo (PSDB), já protocolou o pedido de escolas municipais cívico-militares na cidade, sem antes consultar aos cidadãos, pais e a comunidade escolar em especial." 



A câmara municipal estava com muita gente, preocupada com os rumos que podem ser tomados na Educação Municipal de Poços de Caldas. 


A vereadora Maria Cecília, a Ciça (PT) compartilha opinião semelhante ao do vereador Paulo Tadeu, colocando a situação atual da Educação em Poços de Caldas e no Brasil.

"Se São Paulo, o maior estado em termos de população do Brasil não aderiu a escola cívico-militar". Muito pelo contrário, além de ser um dos primeiros estados a cumprir com o Piso Nacional  dos professores, em 2008, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) ainda aumentou o investimento nos professores: os novatos cumprindo 40 horas semanais receberão 2.500 reais e os concursados e mais antigos na carreira pelas mesmas 40 horas semanais receberão 5.000 reais. 


Quanto mais estudados esses profissionais mais ganharão, com por exemplo, pós graduação, mestrado e doutorado. 

Educação não é custo é investimento. Assim pensam os grandes gestores.



Este professor, da rede pública estadual, estava em dúvida. Ele teve a melhor atitude que um cidadão pode ter, foi ouvir os dois lados, embora seja em princípio seja contra as escolas cívico-militares. 

A nova secretária de Educação de Poços de Caldas, a Maria Helena Braga, (que já foi secretária da educação de 1993 a 1996 e 2009 a 2012) integrou a mesa, junto com os demais. Na sessão ex-secretaria de Educação, a Flávia Vivaldi, que estava na plateia. Ela que pediu para ser exonerada por discordar do prefeito, Sergio de Azevedo, quanto a impor uma educação cívico-militar ao município de Poços de Caldas. Ela também teve direito à palavra e elogiou a ex-atual secretaria de Educação do município, Maria Helena.






"Escolas cívico-militares não se sustentam", diz especialista


Outro motivo que Poços de Caldas não se encaixa no modelo:

1- Ideb - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica: Poços de Caldas têm acima da média comparando com outros municípios mineiros.


2- IDH - Índice de Desenvolvimento Humano este, Poços de Caldas supera muitos municípios no país.



Weintraub explica o cruzamento dos Estados e Municípios na adesão deste tipo de Educação



Acompanhe os momentos mais importantes da Audiência Pública sobre a Educação em Poços de Caldas. A pergunta é  a seguinte: Poços de Caldas Será que precisamos mesmo de uma escola cívico-militar?


   Vereador Pedro Magalhães proponente de Escolas cívico-militares em Poços de Caldas, MG




Prof de Geografia e coordenador do EDUCAFRO, Tiago B. Mafra

  
Vereador Paulo Tadeu 
   
Ex-secratária da Educação de Poços de Caldas, Flávia Vivaldi 

Fonte: vídeos  com tarja em azul gentilmente cedidos pela câmara municipal de Poços de Caldas, MG



"A fé  não costuma Falhar"


Resultado das implantações das Escolas cívico-militares no Estado de Minas Gerais:  governo federal acabou de anunciar, em 21 de novembro de 2019. 

Nestas três cidades, sendo uma delas a capital do Estado serão implantadas as escolas cívico-militares. Vamos ver como é que vão se sair estas três Escolas cívico-militar.

– Belo Horizonte;
– Ibirité;
– Barbacena.

Fonte: vereadora de Poços de Caldas, Maria Cecilia Opinari PT, a Ciça

Pinochet é homenageado na Assembleia Legislativa de SP, em 2019



Por Jamil Chade
Colunista do UOL
20/11/2019 16h57

Rogério Sottili, diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog, anunciou que pedirá ao presidente da Alesp o cancelamento do evento Monarquista e produtor rural, o deputado estadual Frederico d'Avila (PSL) organiza na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo uma sessão solene em homenagem ao ditador chileno Augusto Pinochet. O dia escolhido: 10 de dezembro, data da morte do presidente. A data, porém, também marca o dia internacional dos direitos humanos, num evento que é celebrado a cada ano pela ONU e por centenas de entidades pelo mundo como um momento para relembrar as liberdades fundamentais. ..." -leia mais: homenagem ao ditador Pinochet 
Fonte: Uol.com

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Basta de escravidão! Viva as lutas libertárias!










Por Gilvander Moreira[


Dia 20 de novembro, dia de Zumbi dos Palmares, dia da Consciência Negra. É vital recordar a crueldade da escravidão do passado e as lutas libertárias travadas ao longo da história. No estado de Alagoas, o Quilombo dos Palmares, em 1670, contava com mais de 20 mil pessoas e resistiu por mais de 100 anos ao sistema escravista.

Recentemente, 11 Acampamentos do MST, em Campo do Meio, no sul de Minas Gerais, em homenagem à resistência quilombola no estado de Minas Gerais, batizou o nome da sua luta de “Quilombo Campo Grande”, em que cada Sem Terra é outro Zumbi e outra Dandara.

O Quilombo dos Palmares é considerado um grande símbolo nacional de luta, mas é importante também ressaltar que a antiga Confederação dos Quilombos Campo Grande, em Minas Gerais – um dos estados com escravidão mais cruel -, vem sendo considerada por historiadores ainda muito maior do que foi o Quilombo dos Palmares, tendo sido composta por, pelo menos, 27 núcleos de resistência, espalhados por territórios que abrangem hoje, em Minas Gerais, o Centro-Oeste, o Alto São Francisco, o Sudoeste e o Triângulo Mineiro e , em 1752, segundo o pesquisador Diogo de Vasconcelos, chegou a possuir vinte mil habitantes.

Os líderes quilombolas Ambrósio e Pedro Angola da Confederação do Quilombo Campo Grande devem ser também lembrados por todas as pessoas que lutam por direitos humanos fundamentais e sociais. Na segunda metade do século XVIII, houve várias investidas repressivas que visavam desbaratar os principais núcleos quilombolas em Minas Gerais.

A perseguição e a matança de negros escravizados foi grande, cruel e hedionda. O capitão do mato, Bartolomeu Bueno Prado, fez questão de trazer para mostrar ao governador da capitania de Minas Gerais 3.900 pares de orelhas de negros escravizados assassinados. Apesar da intensa perseguição, muitas pessoas quilombolas conseguiram fugir para as matas, pois a existência de rotas de fuga antes da chegada das milícias saqueadoras e repressivas era uma forte estratégia de resistência negra.

A história oficial divulgou o extermínio total dos quilombolas, da mesma maneira que dizia não haver mais indígenas nas matas e nas vilas! Muitos indígenas e quilombolas se mantiveram na invisibilidade como forma de resistência ao sistema repressor e ao preconceito racial e social. Todavia, atualmente muitas comunidades remanescentes de quilombolas que estão se organizando e lutando por seus direitos em Minas Gerais têm a sua raiz na belíssima história dessa grande Confederação de Quilombos Campo Grande.

Atualmente, em Minas Gerias, há mais de 800 Comunidades Quilombolas já autorreconhecidas e com processo de reconhecimento junto à Fundação Palmares e há outras centenas de Comunidades Quilombolas em processo de autorreconhecimento nas minas e nos gerais.

Temos que recordar também que o coronelismo, em Minas Gerais, devastou matas e escravizou o povo camponês. Os fazendeiros colocavam os empreiteiros para derrubar a mata e transformar em pastagem de capim colonião. Os agregados podiam fazer uma pequena roça para a subsistência – mandioca, banana, milho, abóbora, feijão, batata doce, arroz e alguma verdura -, mas no ano seguinte não podiam replantar.

Esse poder do dono da terra ou do gerente do proprietário da terra vem de longe. “Não era a dívida apenas que prendia o colono ao cafezal, mas o fato de ser um trabalhador livre de meios de produção, sem alternativa senão a de trabalhar nas fazendas da grande lavoura” (MARTINS, 2013, p. 54).

O controle do fazendeiro sobre o colono agregado chegava ao ponto de ser necessária autorização do fazendeiro ou do administrador da fazenda para que o colono pudesse se ausentar da fazenda para ir à cidade mais próxima para visitar um parente ou um conhecido (Cf. MARTINS, 2013, p. 242).

Necessário também recordarmos que dia 20 de novembro de 2004, um sábado chuvoso, dia, por volta das 10h40 da manhã, Adriano Chafic, dono também de muitas outras fazendas na Bahia, chegou ao Acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, MG, com um bando de 17 jagunços. Renderam um Sem Terra que estava na guarita do acampamento e, com revólver encostado na sua orelha, o obrigaram a soltar um foguete, que era a senha para reunir todo o povo do acampamento em caso de ameaça ou de necessidade de se reunir com rapidez. O povo começou a se reunir. Visto por muitos no local, Adriano Chafic liderava um massacre, perguntando “Cadê a Eni e o Jorge?” e ordenando “Podem atirar e matar...”.

O bando de jagunços - uns encapuzados, outros não - iniciaram os disparos. Dentro de poucos minutos já tinham assassinado cinco Sem Terra - Francisco Nascimento Rocha (72 anos), Juvenal Jorge da Silva (65 anos) Miguel José dos Santos (56 anos), Joaquim José dos Santos (49 anos) e Iraguiar Ferreira da Silva (23 anos).

Todos os tiros foram à queima roupa.  Feriram mais de 12 pessoas, incendiaram com gasolina dezenas de barracos de lona preta, inclusive a barraca da Escola, a barraca de alimentos, a barraca da biblioteca, barracos da Eni e do Jorge. Uma criança de doze anos levou um tiro próximo ao olho. Puseram gado nas lavouras dos Sem Terra. Muitos trabalhadores do acampamento ficaram, desde então, amedrontados e portadores de alguma doença, física ou mental, como consequência daquele crime.

A escravidão não acabou, infelizmente. O que se vive atualmente no Brasil e na América Afrolatina, com os inúmeros retrocessos e perdas de direitos conquistados pelos povos e a ascensão de fascistas, fundamentalistas religiosos e militares ao poder político é uma forma concreta de reproduzir a escravidão de muitas formas.

Não percamos a memória das lutas de resistência! Sobretudo a memória das nossas ancestralidades, de Dandara, de Zumbi, de Chico Rei, dos povos indígenas, de quem resistiu ontem e resiste bravamente com o povo boliviano, chileno e argentino. O momento dramático de tsunami do capitalismo neoliberal no Brasil e América AfroLatÍndia exigem de nós coragem e perseverança nas lutas de resistência e por conquista de direitos.

Os opressores são poderosos, mas contraditórios e, por isso, têm pés de barro quebradiços. “Todos os que cometem injustiças serão como palha na fornalha acesa. E deles não sobraram nem raízes e nem ramos” (Malaquias, 3,19), diz o profeta Malaquias.

Referência.
MARTINS, José de Souza. O Cativeiro da Terra. 9ª edição. São Paulo: Contexto, 2013.
Obs.: Os filmes e vídeos nos links, abaixo, versam sobre o assunto tratado, acima.

1 - De Galanga no Congo a Chico Rei em Ouro Preto
2 - Massacre de Felisburgo: Mística durante o Encontro de preparação para o Plebiscito Popular em MG


4 - Comunidade Quilombola Braço Forte, em Retomada/Salto da Divisa, MG/A luta pela terra/09/6/2016.

5 - Terras devolutas Salto da Divisa, MG, tem muito. Povo Sem Terra repudia opressão a CPT. 10/06/2016

face: Gilvander Moreira III
Twitter: gilvanderluis

[1] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Ciências Bíblicas; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG.