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sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Ecologia: encontrada a possível origem do petróleo

Praias como ficaram com o Petróleo vazou do navio de Bandeira Grega

Caio Spechoto - Poder360


Para se chegar à conclusão de que a mancha de óleo que atingiu o litoral no Nordeste nas últimas semanas teve origem em 1 navio de bandeira grega, a empresa que fez a descoberta recorreu a dados da Nasa, da Airbus e foi sondada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A empresa que atuou nas investigações é a HEX, que trabalha com tecnologias geoespaciais e está sediada em Brasília. O diretor executivo da organização, Leonardo Barros, deu entrevista a jornalistas no fim da tarde desta 6ª feira (1º.nov.2019), na capital, para explicar o processo.
Pesquisadores 
Barros conta que a empresa fez o trabalho voluntariamente. O esforço começou quando as primeiras notícias sobre o vazamento começaram a ter destaque no noticiário.

A Abin, conta o empresário, procurou a empresa para saber se eles teriam condições de proceder uma investigação deste tipo. A agência foi informada que a HEX já fazia a investigação.

O diretor explicou que a primeira etapa foi determinar onde o “ponto zero” do vazamento. “A dificuldade foi muito grande pela disponibilidade de imagens de satélites na região”, disse.
Voluntários locais ajudam a recolher o petróleo
Há uma infinidade de registros de satélites que não são processados por conterem informações sobre áreas de pouco interesse.

Após observar variáveis como correntes marítimas e ventos, foi possível encontrar uma imagem de arquivo com o ponto exato e o momento aproximado do vazamento.
Tartarugas atingidas pelo petróleo
A foto mostra uma mancha abaixo da superfície, com cerca de 200 quilômetros de extensão, a cerca de 700 quilômetros da fronteira entre os estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba. As imagens são de 29 de julho a 1º de agosto.

Para chegar a essa conclusão, a HEX rodou, sobre as informações obtidas, 1 algoritmo que desenvolveu para buscar manchas de óleo.

A empresa monitora, por exemplo, a Bacia de Campos, com grande produção de petróleo, em 1 contrato com o Ibama. O executivo não respondeu quanto o serviço de busca pela manha custaria, caso fosse cobrado.

De acordo com Barros, o software analisou aproximadamente 1 bilhão de quilômetros quadrados do Oceano Atlântico, distribuídos em 829 imagens de satélites. Praticamente todo o trabalho foi feito por computadores. Apenas duas pessoas participaram do processo.

Passou-se, então, a se procurar pela embarcação. Foi usado o banco de dados AIS, que mostra a trajetória de navios legalizados no mundo todo –cada embarcação tem algo como 1 transponder de avião.

Assim, chegou-se ao Bouboulina, 1 navio-tanque de 274 metros de comprimento, quase 180 mil metros cúbicos de carga, bandeira grega e operado pela empresa Delta Tankers.

Perguntado se a chance de ser outro barco é zero, Leonardo Barros respondeu: “Na nossa avaliação, sim”.

Ele conta que, além das imagens, foram usados dados de satélites do tipo radar. Eles têm a capacidade de detectar embarcações ilegais. Por isso, não seria possível que outra embarcação tivesse passado pelo local e causado a mancha.

As informações utilizadas vieram de satélites da Nasa, da ESA (Agência Espacial Europeia) e da Airbus Defense and Space. A empresa tem uma plataforma usada em pesquisas do tipo.

O relatório (íntegra) foi concluído em 25 de outubro, e entregue à Polícia Federal, como a Abin havia recomendado.

É impossível, com base no estudo, saber se o derramamento foi acidental ou intencional. Também não dá para ter certeza se há mais óleo para chegar às praias – quase 300 localidades já foram atingidas em toda a costa nordestina.”
Fonte: poder 360            

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