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quarta-feira, 4 de março de 2020

Ministério dos Direitos Humanos lança cartilha sobre proteção de direitos dos jornalistas


Assista a matéria realizada pelo Jornal Nacional no link abaixo:


Fonte: JN - G1.com

"Material foi divulgado dias após ataques do presidente Jair Bolsonaro a jornalistas de diferentes veículos. Entidades ressaltam importância de que texto seja cumprido."

lançou nesta terça-feira (3) uma cartilha sobre a proteção dos 
O documento reconhece a relevância das normas internacionais para 
a proteção de jornalistas e comunicadores. Na apresentação, o 
ministério diz que "esse tipo de violência constitui uma das formas mais 
extremas de censura".

A cartilha destaca "que jornalistas e outros comunicadores e comunicadoras
mantêm a sociedade informada sobre crimes relacionados à corrupção e à 
atuação de milícias, por exemplo".

Diz, ainda, que "a violência contra profissionais do jornalismo objetivando 
impedir a ampla divulgação de tais crimes impede a sociedade de cobrar das 
autoridades públicas o enfrentamento da criminalidade organizada, bem 
como prejudica a transparência no uso de recursos públicos".

"O Estado brasileiro tem o compromisso de não sancionar qualquer meio de 
comunicação ou jornalista por difundir a verdade, criticar ou fazer denúncias", 
aponta a cartilha.

O texto é uma reedição da cartilha lançada no governo Michel Temer, em 2018, 
e cumpre parte das recomendações feitas pela Comissão Interamericana dos 
Direitos Humanos sobre o tema. A nova versão mantém o nome de Aristeu 
Guida da Silva, jornalista assassinado em 1995 no estado do Rio de Janeiro.

Obrigações do Governo Brasileiro 
De acordo com a cartilha, cabe ao Estado brasileiro, dentre outras
atribuições: 

prevenir os crimes contra as pessoas por razão do 
exercício de seu direito à liberdade de pensamento e 
expressão;
➥adotar políticas públicas de prevenção à violência 
e crimes contra jornalistas e outros comunicadores, 
de modo a sinalizar para a sociedade que essas 
práticas constituem graves ameaças à 
democracia;
condenar veementemente agressões contra jornalistas, 
encorajar a punição dos responsáveis.

O documento também estabelece que as autoridades não devem 
fazer discursos que exponham jornalistas, comunicadores e comunicadoras 
a maior risco de violência ou aumentem a vulnerabilidade dos profissionais.
"É essencial que autoridades estatais reconheçam constante, explícita 
publicamente a legitimidade e o valor do jornalismo e da comunicação,
mesmo em situações em que a informação divulgada possa ser crítica 
ou inconveniente aos interesses do governo", diz a cartilha.

Sequência de ataques

A cartilha do Ministério da Família, Mulher e Direitos Humanos foi 
divulgada poucos dias após o presidente da República, Jair 
Bolsonaro, fazer ataques a jornalistas de diversos veículos.
Em 18 de fevereiro, Bolsonaro provocou indignação e protestos 
veementes ao fazer insinuações sexuais para colocar em dúvida a 
atuação profissional da jornalista Patrícia Campos Mello, da 
"Folha de S.Paulo".

A jornalista foi autora de reportagens sobre o disparo ilegal de 
mensagens pela campanha de Jair Bolsonaro em aplicativos de 
celular, durante as eleições de 2018.

Menos de dez dias depois, em 27 de fevereiro, Bolsonaro voltou a 
provocar críticas ao atacar outra jornalista: Vera Magalhães, do jornal 
"Estado de S.Paulo".

Vera revelou que o presidente compartilhou, em mensagens de 
direita que apoiam Bolsonaro. Os alvos do protesto seriam o 
Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.

Entidades defendem cartilha

Nesta terça, entidades ligadas ao jornalismo ressaltaram a importância do 
cumprimento da cartilha.

O presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech, 
afirmou em nota que "a cartilha está em dia com o que se defende em 
todo o mundo, em relação à proteção dos jornalistas". E disse 
esperar "que o atual governo cumpra exemplarmente sua própria orientação 
e abdique de ataques a jornalistas e veículos de comunicação."

O presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), 
Marcelo Träsel, disse esperar que o próprio governo Jair Bolsonaro passe a 
seguir a cartilha editada pelo ministério. Segundo ele, as repetidas críticas 
das autoridades ao trabalho da imprensa criam "um clima de ameaça constante".
"Esperamos, realmente, que o presidente e que outras autoridades do governo 
estudem com atenção essa cartilha, e sigam as orientações que estão contidas 
ali", declarou.”

Fonte: G1.com       

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