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sexta-feira, 3 de julho de 2020

Educação: "Bolsonaro convida Renato Feder, secretário do Paraná, a assumir Ministério da Educação"

Crédito: Reprodução / Redes Sociais
Secretário de Educação do Paraná, Renato Feder


"O possível novo ministro tem apoio de empresários e já defendeu a privatização do ensino, com entrega de vouchers, e até mesmo o fim do MEC"

"O presidente Jair Bolsonaro convidou, nesta sexta-feira 3, o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, para assumir o Ministério da Educação. Será o quarto ministro nomeado na gestão Bolsonaro. Ele foi cotado ao cargo antes da nomeação de Carlos Decotelli e chegou a se reunir com o presidente mas, segundo informações, não teria sido escolhido pela proximidade com o governador de São Paulo, João Doria.
Em 2016, Feder doou 120 mil reais para a campanha de João Doria para a prefeitura de São Paulo. O nome de Feder aparece no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como a sétima maior quantia entre os doadores da campanha, que recebeu 12 milhões de reais.

Renato Feder, 41 anos, é mestre em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e graduado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi professor da Educação de Jovens e Adultos, lecionou matemática por dez anos, além de ter sido diretor de escola por oito anos. Também foi assessor voluntário da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, além de ter atuado como empresário do setor de tecnologia.

O novo possível ministro chega ao Ministério da Educação com amplo apoio de empresários e militares ligados ao governo.   

Em 2007, Feder publicou o livro “Carregando o Elefante – Como transformar o Brasil no país mais rico do mundo”, em parceria com o empresário Alexandre Ostrowiecki, onde defende a privatização do ensino e até mesmo o fim do MEC, e a ideia de que o governo pague voucher para que pais matriculassem filhos em escolas particulares.

Em entrevista recente ao jornal O Estado de S. Paulo, diz ter mudado de opinião. “É um livro muito antigo, escrito há quase 15 anos, não é o que penso hoje. As pessoas mudam de opinião, melhoram. Eu era um jovem de 20 e poucos anos quando escrevi aquele livro. Muito do que penso hoje não tem a ver com o livro”, disse. “Eu não entendia nada de educação e hoje conheço melhor. Toda a parte da (minha) escrita sobre educação eu não concordo. A questão do voucher eu não concordo e não deu certo em nenhum lugar do mundo”, continuou.

Em entrevista concedida à revista Veja, no dia 24 de junho, quando ainda era cotado para assumir o Ministério da Educação antes de Decotelli, Feder falou sobre seus principais objetivos frente ao MEC, sendo o maior deles colocar o País nos postos mais altos do Pisa, teste internacional que avalia estudantes do ensino básico.
“O grande objetivo é preparar os alunos para a vida e para o mercado de trabalho, e o Pisa reflete isso. Subindo no Pisa, estaremos preparando melhor os alunos da escola pública”, declarou.
Também desconversou quando questionado sobre a postura do ex-ministro Abraham Weintraub de atribuir à esquerda a culpa pelo fracasso da educação brasileira.

“O Brasil precisa de boas aulas, professores com apoio em gestão de sala de aula, prova para saber se os alunos estão aprendendo ou não estão aprendendo, curso de gestão para os diretores das escolas e uma construção de pontes com as secretarias estaduais e municipais. Os alunos e professores que precisam de ajuda estão nas escolas municipais e estaduais, não estão no MEC. Então, o papel do MEC é construir essas pontes, e focar na linha técnica-pedagógica. Esse é o trabalho e foi isso que foi conversado com o presidente”.

Ainda afirmou acreditar em uma linha que educação não tem ideologia e que acredita em uma gestão técnica. “O foco é trabalhar a gestão em sala de aula, trabalhar com metodologias ativas, com tecnologia, medir o aprendizado. Essa é a pauta”.

Ele ressaltou programas aplicados no Paraná e falou em replicá-los, caso do “Presente na Escola”, que é um aplicativo que controla a frequência dos alunos por celular e que mostra ao professor e diretor quem faltou na aula, a média de frequência de cada turma e a “Prova Paraná”, que avalia trimestralmente todos os alunos da rede estadual."
Fonte: Carta Capital

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