Ministro da Meio Ambiente, Ricardo Salles Foto: José Cruz/Agência Brasil |
"Ministério Público Federal apresentou ação de improbidade administrativa contra o ministro por 'favorecer interesses que não têm qualquer relação com a finalidade da pasta'
Por Agência
Estado
RESUMO
-
A
Procuradoria pede à Justiça que conceda liminar para afastar o
ministro do cargo
-
A
ação de improbidade administrativa contra o ministro é assinada
por 12 procuradores da República
-
Salles
teriam atuado em série de atos, omissões e discursos que
caracterizariam conduta intencional ‘com o objetivo de fragilizar
a atuação estatal na proteção do meio ambiente’
"O
Ministério Público Federal apresentou ação de improbidade
administrativa contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles,
por ‘desestruturação dolosa’ e ‘esvaziamento’ de políticas
ambientais ‘para favorecer interesses que não têm qualquer
relação com a finalidade da pasta’. A Procuradoria pede à
Justiça que conceda liminar para afastar o ministro do cargo.
De
acordo com doze procuradores que assinam a ação, Salles teriam
atuado em série de atos, omissões e discursos que caracterizariam
conduta intencional ‘com o objetivo de fragilizar a atuação
estatal na proteção do meio ambiente’. A ação foi movida na
esteira da declaração do ministro na reunião do dia 22 de abril,
tornada pública pelo Supremo Tribunal Federal.
Na
ocasião, Salles disse que o governo federal deveria aproveitar a
‘oportunidade’ da pandemia do novo coronavírus para ‘ir
passando a boiada’ em regulações ambientais. Após a divulgação
das imagens, o ministro disse que estava defendendo a flexibilização
de normas, dentro da legalidade.
“É
possível identificar, nas medidas adotadas, o alinhamento a um
conjunto de atos que atendem, sem qualquer justificativa, a uma
lógica totalmente contrária ao dever estatal de implementação dos
direitos ambientais, o que se faz bastante explícito, por exemplo,
na exoneração de servidores logo após uma fiscalização ambiental
bem sucedida em um dos pontos críticos do desmatamento na Amazônia
Legal”, afirma a Procuradoria.
O
MPF cita a exoneração de três coordenadores do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) um mês depois de ações de
fiscalização nas terras indígenas Ituna Itatá, Apyterewa ,
Trincheira-Bacajá e cachoeira seca, na região de Altamira (PA).
Cerca de 100 máquinas e equipamentos utilizados por quadrilhas foram
destruídas na ação – número superior ao contabilizado em todo o
ano de 2019. A Procuradoria vê que a exoneração teria sido uma
‘evidente retaliação’ do ministro.
A
Procuradoria também alega que, sob a gestão de Salles, o Brasil
registrou ‘as maiores altas do desmatamento e o menor número de
multas por crimes ambientais em 20 anos’. Os procurados dizem que o
ministro também reduziu em 25% o orçamento da pasta e paralisou o
Fundo Amazônia, que deixou de receber investimentos estrangeiros.
Brasil
verde
O
Ministério Público Federal também alega que os gastos do governo
com a Operação Brasil Verde, derivada do decreto de Garantia de Lei
e Ordem (GLO) durante as queimadas na Amazônia do ano passado,
custaram em apenas dois meses R$ 14 milhões a mais do que todo o
orçamento anual previsto para ações de comando e controle pelo
Ibama no ano de 2014.
Segundo
os procuradores, ao enxugar o orçamento da pasta e gastar mais com
operações das Forças Armadas na Amazônia, Salles ‘não fez
economia, e, ao contrário, provocou gastos muito maiores’.
“Ressalte-se que tal operação se deu apenas quando a situação
das queimadas na região amazônica tomou proporções desmedidas e o
fogo ganhou repercussão negativa internacional”, aponta.”
Fonte:
Itatiaia
A
Procuradoria pede à Justiça que conceda liminar para afastar o
ministro do cargo
A
ação de improbidade administrativa contra o ministro é assinada
por 12 procuradores da República
Salles
teriam atuado em série de atos, omissões e discursos que
caracterizariam conduta intencional ‘com o objetivo de fragilizar
a atuação estatal na proteção do meio ambiente’
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