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quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Despejo em Campo do Meio, sul de Minas em plena pandemia

 








Por Ana Lúcia Dias



Polícia Militar de Minas Gerais realiza despejo de trabalhadores Sem Terra (MST), em plena pandemia, no Acampamento Quilombo Campo Grande, Campo do Meio, Sul de Minas


Um povo que produz agricultura orgânica e ainda doa o que produz para cidades da região em meio à pandemia. Eles não compactuam com o agronegócio que coloca agrotóxico na mesa do brasileiro e também do estrangeiro, que compra do mercado brasileiro toneladas de grãos, como milho e soja transgênica.
PMs de MG no Quilombo Campo Grande

São cerca de 450 famílias que vivem na área rural de Campo do Meio, um lugar que antes existia a monocultura de cana-de-açúcar, que produzia álcool na Usina Ariadnópolis, pertencente à CAPIA – Companhia Agropecuária Irmãos Azevedo.


Eram cerca de 4 mil hectares com a plantação de cana-de- açúcar para a produção de álcool na usina que faliu nos idos anos de 1990. E os trabalhadores não receberam nenhuma indenização e hoje, nos dias atuais, esses mesmos ex-trabalhadores da Usina integram o Acampamento Quilombo Campo Grande.




As famílias acampadas se organizaram, e produziam  alimento orgânicos sem agrotóxico para a agricultura familiar e para o conjunto da população. Na área há milhões de pés de cafés, que geram em média 15 mil sacas por ano. 


Também são produzidas, anualmente, em torno de 55 mil sacas de milho, ao que soma a produção de galinhas, gado e hortaliças, que são comercializadas no Sul de Minas, bem como em outras regiões do Estado de Minas Gerais.




"Em meio a crise de saúde pública, gerada pela pandemia da Covid19, tivemos conhecimento de um comunicado, por meio de ofício do Comando do 64º Batalhão da Polícia Militar, dando conta que no dia 12 de agosto seria realizada uma ação de despejo em parte da área da sede, que foi objeto de decreto para a construção de uma Universidade Popular, em parceria com Instituto Federal e Universidades da região.




Essa ação representa o despejo de diversas famílias, destruição de suas casas e lavouras, bem como destruição da Escola Eduardo Galeano, espaço construído  coletivamente e que desempenha um papel fundamental na educação de crianças, jovens e adultos." 











E o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (novo) poderia ter brecado esse despejo, afinal estamos em meio de uma pandemia bastava ele mandar que a Polícia Militar teria de obedecer. Afinal, quem é o governador do Estado de Minas Gerais? Mas ele não se manifestou.

Para onde irão cerca de 450 famílias que antes residiam no Acampamento Quilombo Campo Grande, Campo do Meio? Em meio a essa pandemia cuja o Estado de Minas está, segundo o consórcio de órgãos de imprensa, entre os estados que ainda não conseguiu controlar nem os casos e vidas perdidas estão aumentando dia após dia. E o governador faz uma coisa dessas com cerca de 450 famílias com crianças pequenas. Isto é desumanidade. Ele quer competir com o Bolsonaro.

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