Bolsonaro e Trump |
Clarice Cardoso, do UOL |
"A derrota de Donald Trump nas urnas ganhou dimensão histórica sem precedentes após a invasão do Capitólio por seus apoiadores na noite de quarta, mas pode também trazer consequências para o Brasil. O motivo é a relação que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o republicano: "Acredito que podemos sair mais isolados. Nós somos um dos últimos países a se afastar de Trump, e, hoje, ele está no mais completo isolamento. Nós escolhamos estar ao seu lado", avalia o embaixador Sérgio Amaral, que ocupou justamente o posto de representante do Brasil nos Estados Unidos (EUA) entre setembro de 2016 e junho de 2019. Em entrevista ao colunista Jamil Chade, que o UOL publica hoje, o embaixador avalia, à luz dos últimos acontecimentos, que a democracia saiu vitoriosa. Isso porque, ao se recusar a reconhecer o resultado das urnas, o presidente norte-americano inicia um novo ciclo político, que Amaral classifica como "negacionista". "Mas o resultado foi uma segunda derrota. E essa segunda derrota é ainda mais importante, pois entregou aos Democratas o controle do Senado. Isso fortalece muito a eleição de Biden. Não apenas no plano interno, mas também na política internacional." Para o Brasil, será preciso uma mudança na política externa. "Não existem condições de a política externa não se ajustar a esse novo momento. [...] A grande aliança EUA-Europa se faz por convergência na agenda ambiental. Ela pode reunir movimentos políticos com grande determinação na agenda ambiental." "Será que nós seremos atores relevantes desse novo processo, e será que nós seremos convidados a sentar à mesa de negociações principais, como aquelas que poderão ser negociadas nessa cúpula? Nesse isolamento, mais do que vítimas, somos atores desse isolamento. Nós preferimos nos colocar na posição de isolamento. " Fonte: UOL |
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