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sexta-feira, 16 de abril de 2021

"Ou Zema governa outro estado ou o secretário de Saúde é louco"

(foto: Gil Leonardi/Imprensa MG)
 

Por Ricardo Kertzman - Colunista do EM

"O governador mineiro se recusa a criticar o governo federal, e ainda por cima condena quem critica"


"A Secretaria de Saúde de Minas Gerais informou que há falta de remédios e anestésicos que compõem o chamado “kit intubação” em diversos hospitais do estado. Isso significa que, ou os pacientes não serão intubados e morrerão, ou estando intubados não contarão com os sedativos necessários. Ambas as hipóteses são inadmissíveis, cruéis e desumanas.

Há mais de um mês os estados vêm alertando o governo federal para a gravidade da situação, mas, como de costume quando se trata da administração atual, nada foi feito. Para piorar, o Ministério da Saúde vem confiscando as compras estaduais e centralizando a distribuição, o que está gerando atraso e ainda mais desabastecimento nos hospitais.

Poucos dias atrás, o governador Romeu Zema, em entrevista à Folha de São Paulo, considerou que há exagero nas críticas ao governo federal, e disse acreditar em uma certa perseguição ao presidente da República. E mais: apontou países em situação pior do que a nossa como forma de amenizar as cobranças feitas a Jair Bolsonaro.

Talvez os critérios de avaliação do governador sejam diferentes dos meus. Não posso aceitar 400 mil mortes, numa razão diária de mais de 3 mil vítimas fatais, superlotação de hospitais, falta de vacinas, escassez de medicamentos e a diuturna pregação contra as medidas de proteção sanitária como uma gestão que não mereça as mais duras cobranças e críticas.

Aliás, o Partido Novo tem como filosofia e norte de trabalho, a meritocracia. A busca obstinada pela eficiência e produtividade no setor público, equiparadas à iniciativa privada. Assim, fica difícil compreender a postura omissa e, por que não?, conivente do governador de Minas com a desastrosa atuação do governo federal diante do morticínio em curso no País.

É compreensível, como já cansei de reconhecer, a política de “boa vizinhança” com o verdugo do Planalto. A situação de Minas é bastante complicada. Mas uma coisa é não atacar o governo. Outra, bem diferente, é se calar. Pior. Considerar exageradas as justas e merecidas críticas. Na boa, num tá bão isso, não, Chico Bento. É melhor Jair mudando o rumo dessa prosa."
Fonte: EM / Opinião 

O que dá para perceber é que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema como não tem nenhuma experiência em administração pública. Ele é empresário. O que ele faz é se basear em tudo que o governo de São Paulo estabelece, em especial na pandemia. O que ele esquece que São Paulo é o Estado mais rico da federação, portanto com mais recursos.

E sabe o porquê ele defende o Bolsonaro: em primeiro lugar, ele negligenciou a saúde no Estado de Minas, ano passado desrespeitando o percentual estabelecido pela Constituição Federal, o que pode ser prejudicial a ele na CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito - do Senado que vai investigar também os governadores, ou seja, as verbas recebidas pelos  Estados repassados pelo governo federal, no caso da pandemia.  

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