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quinta-feira, 13 de maio de 2021

"O que acontece no próximo sábado, 15 de maio se não tivermos aceitado as condições de uso do WhatsApp?"

Montagem de um usuário e um celular em frente a um logotipo do WhatsApp.UNSPLASH
 

 

 POR GUILLERMO VEGA - EL PAÍS

Las Palmas De Gran Canaria 

"APROXIMA-SE A DATA CRUCIAL DE 15 DE MAIO PARA OS MAIS DE DOIS BILHÕES DE USUÁRIOS DO WHATSAPP. NESSE DIA, SÁBADO QUE VEM, TERMINA O PRAZO PARA QUE SEUS CLIENTES ACEITEM OS NOVOS TERMOS E CONDIÇÕES DE USO QUE A COMPANHIA PROPÕE, OS MESMOS QUE JÁ CAUSARAM UMA ONDA DE CRÍTICAS CONTRA A PLATAFORMA NO COMEÇO DESTE ANO. A POLÊMICA TEM A VER COM A PRIVACIDADE: ACATAR ESTES NOVOS TERMOS SIGNIFICA ACEITAR QUE O APLICATIVO COMPARTILHE DETERMINADOS DADOS COM O FACEBOOK, A EMPRESA DONA DO SERVIÇO DE MENSAGENS INSTANTÂNEAS, E QUE ESTE POSSA LUCRAR COMERCIALMENTE COM TAIS INFORMAÇÕES." 

"A companhia diz que as novas condições não terão efeitos práticos na privacidade dos moradores de países da União Europeia, porque o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) do bloco impede que o compartilhamento de dados com o Facebook. Mas, mesmo assim, quem não aceitar a nova atualização, mesmo residindo na UE, começará a ter a funcionalidade limitada a partir do dia 15. Por exemplo, não terá como acessar a sua lista de chats ao abrir o aplicativo. Mas por enquanto poderá continuar a ler e responder mensagens, além de atender a chamadas de voz e vídeo e, se tiver as notificações ativadas, poderá tocá-las para ler ou responder mensagens e para devolver chamadas perdidas, segundo a empresa.

Entretanto, após algumas semanas “de funcionalidade limitada”, a situação do usuário que não tiver aceitado se complicará. “Não poderá receber chamadas nem notificações entrantes, e o WhatsApp deixará de enviar mensagens e chamadas para o seu telefone”, informa a companhia. Chegado o momento, e após receber notificações cada vez mais insistentes para que tome uma decisão, os usuários terão que aceitar as novas condições ou não poderão mais usar o WhatsApp “absolutamente”. Além disso, se um usuário não usar a plataforma por mais de 120 dias a conta será eliminada, “a fim de manter a segurança, limitar a retenção de dados e proteger a privacidade dos usuários”.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), entre outras instituições brasileiras, como o Ministério Público Federal, recomendou ao Facebook adiar a adoção da nova política de privacidade, alegando que suas sugestões não foram acolhidas nos novos termos. As autoridades brasileiras são contra o compartilhamento dos dados com o Facebook e a imposição de limitações no uso da ferramenta para quem não aceitar os novos termos. O WhatsApp declarou em nota que a atualização vale para o mundo todo e que “a maioria das pessoas que já foi notificada aceitou a atualização e o WhatsApp continua crescendo”.

Anúncio do WhatsApp para que os usuários aceitem os termos e condições. WHATSAPP

Problemas na Alemanha

Fora da União Europeia, entre os dados que o WhatsApp compartilhará com as empresas do Facebook não se inclui o conteúdo das conversas dos usuários, já que estas estão criptografadas e nem sequer a companhia tem acesso a elas. Mas será compartilhada a informação associada à conta de cada usuário e o uso que ele faz do serviço. Por exemplo, o número de telefone, as transações realizadas, o celular que utiliza, o endereço IP. O WhatsApp informa ainda que é possível o compartilhamento de outros dados mencionados na seção “informação que recolhemos” da sua política de privacidade, mas não especifica quais. Estes dados vão do nome de perfil às conexões ou a localização.

Embora a nova política do WhatsApp não afete a privacidade de seus clientes europeus, o comissário de Hamburgo para a Proteção de Dados e a Liberdade de Informação na Alemanha, Johannes Caspar, mostrou-se convencido de que há problemas para que entre em vigor. Por isso, emitiu uma “proibição de emergência” de três meses em que a companhia não poderá “continuar com a coleta de dados” e exigiu aos órgãos reguladores da União Europeia que estendam esta medida aos demais Estados membros, segundo a AFP." 

Fonte: EL País 

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