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terça-feira, 8 de março de 2022

Dia Internacional da Mulher: 8 de março - hábitos que podem prejudicar a saúde íntima da mulher

Hábitos que prejudicam a saúde íntima feminina — Foto: Foto: Pexels

A lista vai do absorvente diário à calcinha no box

"Ginecologista Flávia Fairbanks, doutora pela USP, dá dicas para que mulheres repensem hábitos considerados triviais, mas que podem causar risco por serem benéficos para fungos e bactérias."


Por Mariana Garcia, g1

"Alguns hábitos podem parecer triviais ou inofensivos, mas - na avaliação de especialistas em saúde da mulher - podem colocar em risco a região íntima feminina. Calça justa, biquíni molhado, uma calcinha errada, absorventes diários e até a alimentação podem trazer efeitos indesejados.


12 hábitos que prejudicam a saúde da vagina:

1. Alimentação


Consumir muitos doces, carboidratos e gorduras podem alterar o pH vaginal.

"O pH vaginal é um dos mecanismos de defesa dessa região. Ele é naturalmente mais ácido, gira em torno de 3,8 a 4, e as bactérias mais maléficas não vivem nesse pH. O consumo de carboidratos, principalmente o açúcar, vai acidificar o pH, predispondo a candidíase, por exemplo. Uma alimentação muito rica em ácidos também vai mexer com esse mecanismo", explica a ginecologista Flávia Fairbanks, mestre e doutora em ginecologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Ela orienta que uma alimentação com um consumo equilibrado de carboidrato favorece a manutenção do pH.

2. Deixar a calcinha secando no box


Você pode lavar a sua calcinha durante o banho, mas o problema está na hora de secar. Nada de deixar pendurada na torneira ou em qualquer lugar do banheiro.

"Quando deixamos a calcinha secando no box (ou no banheiro), estamos favorecendo a proliferação de fungos. O melhor jeito de secar uma roupa íntima é no sol, por causa dos raios UV. Outra dica é passar o fundo da calcinha com o ferro quente, porque o calor ajuda a eliminar fungos e bactérias", alerta Fairbanks.

Na hora de secar a calcinha, prefira ambientes arejados e que batam sol — Foto: Reprodução/TV Globo


3. Absorventes/protetores diários


Algumas mulheres se sentem mais protegidas com os absorventes diários (ou protetores diários). No entanto, esse hábito é muito prejudicial para a saúde da vagina. Segundo a ginecologista, esses protetores bloqueiam os mecanismos próprios de oxigenação e ventilação da vagina.

"Oxigenar essa região é muito saudável. As bactérias costumam ser anaeróbicas, ou seja, não precisam de oxigenação. Quanto mais oxigênio levar para a região, mais você favorece a esterilização dessas bactérias. Um absorvente diário todos os dias diminui essa oxigenação e pode provocar corrimentos e infecções", diz a ginecologista.

4. Usar calça apertada


As calças mais apertadas prejudicam a ventilação, a transpiração da região íntima e a manutenção da temperatura normal da vagina. Além disso, calças mais justas podem causar um atrito permanente na região vulvar, provocando incômodo e irritações.

Fairbanks explica que o organismo vai ter uma resposta a essa irritação, desenvolvendo uma inflação. "Essa inflamação, junto com bactérias e fungos, gera um descontrole local e o favorecimento de infecções, candidíase", ressalta.

5. Não fazer xixi após a relação sexual


Não importa se você usou ou não preservativo durante a relação sexual. O xixi é indispensável após o sexo vaginal. Flávia Fairbanks explica que as mulheres liberam secreções para a lubrificação vaginal que ficam passeando e passam perto da uretra.

"Fica um shopping center de bactérias e não tem jeito: quando você termina a relação, a uretra está colonizada por essas bactérias. Essas bactérias estão doidas para ir para um lugar desconhecido e o caminho natural é subir a uretra e ir para a bexiga", comenta.

Ao urinar, a mulher expulsa as bactérias do canal da uretra com o próprio jato do xixi, não deixando chegar até a bexiga. "Pode ser até um pouquinho, não precisa estar com vontade", alerta Fairbanks.


Absorvente interno: troca deve ser feita a cada quatro horas
— Foto: Pixaba

6. Troca do absorvente interno


As adeptas do absorvente interno devem ter atenção na hora da troca. Mesmo que o fluxo da menstruação seja baixo, essa troca deve ser feita a cada quatro horas (seis horas, no máximo).

Mesmo que tenha pouco sangue, é preciso trocar o absorvente interno com frequência, mesmo no fim da menstruação. Se você deixar por mais tempo, corre o risco de ter infecções até mais sérias", explica a ginecologista.

7. Usar biquíni molhado por muito tempo


Umidade, baixa ventilação e ambiente quente: um cenário ideal para desenvolver candidíase, diz a ginecologista.

"O biquíni úmido não permite uma ventilação maior, o que contribui para a proliferação de fungos e bactérias. 
A dica é: usou o biquíni e ele está úmido? Dê um jeito de secar ou trocar".

A dica é: usou o biquíni e ele está úmido? Dê um jeito de secar ou trocar — Foto: Alessandro Buzas/Futura Press/Estadão Conteúdo

8. Ducha vaginal


O uso da ducha vaginal é muito prejudicial à saúde íntima da mulher. Ela não  tem função higiênica e ainda destrói os mecanismo de barreira da vagina.

"A vagina tem um tecido muito sensível. Essa ducha vaginal pode causar microfissuras, favorecendo a aquisição de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Não pode fazer ducha vaginal e nem limpar dentro da vagina. Essa região já tem seus próprios métodos de autolimpeza", diz Fairbanks.

9. Tipos de calcinha


A melhor calcinha é, sem dúvidas, a de algodão. Os tecidos sintéticos são mais acessíveis e comuns, mas são inimigos da saúde íntima da mulher, pois abafam a região, aumentando a umidade e favorecendo a proliferação de bactérias e fungos responsáveis pelas infecções vaginais.

10. Depilação


A depilação mais segura é que preserva os pelos perto da região da uretra, dos orifícios vaginal e perianal. "Não existe indicação médica para retirar todos os pelos dessa região íntima. Tirou tudo? Vamos observar. Cada pele reage de um jeito, cada mulher tem um hábito. Precisa ver como o corpo reagiu".

A vulva tem mecanismos próprios de autodefesa que são dependentes de: composição de gordura, bactérias naturais, pH local e composição da proteção trazida pelos pelos pubianos. Esse quarteto monta o sistema de defesa e proteção local.

11. Sabonete íntimo


Você não precisa usar um sabonete íntimo para higienizar a 
região da vulva. Água e sabonete neutro já dão conta do 
recado. Além disso, alguns produtos podem alterar o pH vaginal.

"Usar sabonete íntimo é opção, não é indicação 
ou obrigação. Caso a mulher queira usar, ela precisa 
procurar um produto que tiver o pH mais próximo possível 
do neutro. Se não for, ele pode mudar a constituição 
dos mecanismos de defesa da região, expondo o 
organismo a risco de outras infecções, bactérias e 
fungos", explica Flávia Fairbanks.

12. Secar o xixi de trás para frente


O correto é sempre usar o papel higiênico de frente para trás - 
no sentido da vagina para o ânus. Isso evita que a mulher 
leve bactérias intestinais da região anal para a região da 
vagina, levando a infecções."

Bate papo muito interessante sobre a TPM, menopausa
com mulheres, como todas nós Mulheres Guerreiras!

   
    Fonte: g1/Saúde                     

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