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sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Governo de São Paulo: o candidato "Haddad promete investir na Polícia Civil para reduzir roubo de celular e criar metas de segurança"

© Fornecido por Estadão Candidato apresentou propostas para segurança pública durante sabatina realizada na manhã desta sexta-feira, 19 Foto: Werther Santana 
Por Matheus de Souza, Davi Medeiros e Luiz Vassallo, Estadão

"O candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, defendeu investimento maior do Estado em ações de inteligência da Polícia Civil e não apenas em “policiamento ostensivo”, que, segundo ele, “faz parte do imaginário das pessoas que é a segurança pública”. Líder das pesquisas de intenção de voto, o petista foi entrevistado nesta sexta-feira, 19, na série de sabatinas realizadas pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).

Ao avaliar que uma presença maior de policiais nas ruas pode trazer uma sensação de segurança em determinados bairros - e criar atritos em outros, como nas periferias -, Haddad disse que um efetivo militar maior não resolve necessariamente os problemas da cidade. Como exemplo, o ex-prefeito citou o problema do roubo de celulares. “Se você não investigar as quadrilhas de receptação, você não vai acabar com o problema”, declarou. Em 2021, apenas na capital paulista, foram registrados 107 mil aparelhos roubados, ou um crime a cada cinco minutos.

“Tudo o que é roubado tem um destino. O destino é o receptador. Hoje, os delegados e investigadores estão batendo carimbo nas delegacias porque falta efetivo. Ou fazemos uma reforma da nossa segurança pública, ou a gente qualifica os nossos profissionais, fazendo a policia investigativa chegar a essas quadrilhas, ou não vamos ver as nossas estatísticas melhorarem”, completou.

Haddad tocou no tema ao responder pergunta enviada por uma leitora Estadão sobre o déficit de policiais civis no Estado. De acordo com o petista, seu plano de governo prevê ainda a criação de um plano de metas transparente para os agentes de segurança, elencando quais os objetivos a serem cumpridos e fiscalizados. Sem dar muitos detalhes, Haddad mencionou que usará exemplos já usadas em outras áreas da gestão pública, como educação e saúde.

Ao estabelecer como prioridade na segurança pública o investimento na Polícia Civil, o candidato entra numa disputa direta com o atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), pelo apoio da categoria, considerada “menos bolsonarista” na comparação com os policiais militares. Mais próxima do presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais distante dos tucanos em São Paulo, a Polícia Militar tende a apoiar a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos), Em ambos os casos, os apoios são informais.

Combate à corrupção

Questionado sobre suas propostas de combate à corrupção, o petista disse que pretende fortalecer a atuação da Controladoria Geral do Estado. Segundo ele, durante os governos tucanos de João Doria e Rodrigo Garcia, o órgão não tem funcionado a contento.

Sobre a suposta ligação de petistas com o crime organizado na capital e no Estado, Haddad não descartou essa hipótese, reconhecendo a necessidade de esclarecer quaisquer suspeitas. “O crime organizado se infiltra em todas as fileiras. Em grandes associações, você sempre vai ter que vigiar”, afirmou.

Ele foi provocado pelos entrevistadores a esclarecer as suspeitas sobre o vereador Senival Moura (PT). Em junho, a Polícia Civil de São Paulo deflagrou operação para investigar o envolvimento do parlamentar em um crime de homicídio, além de supostas conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC) na gestão de uma empresa de ônibus da capital paulista. O vereador negou as acusações e disse ter sido “surpreendido” pela operação policial em sua casa.

Haddad citou acusações que pesaram sobre outros partidos ao comentar o caso do vereador, incluindo o “gabinete paralelo” no Ministério da Educação do governo Bolsonaro - revelado pelo Estadão - e o episódio envolvendo o ex-diretor da Dersa em governos tucanos.

“Você teve aqui o Paulo Preto [...] um dos maiores ladrões da história de São Paulo, foi pego com R$ 100 milhões em conta no exterior”, disse, ao citar Paulo Vieira de Souza. O escândalo da Dersa veio a público durante a gestão do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), hoje aliado de Haddad.

Ainda sobre Senival Moura, o candidato evitou entrar em detalhes sobre as suspeitas levantadas contra ele e insistiu que é preciso respeitar o direito de defesa das pessoas. “Todo mundo tem o direito de defesa, que nem sempre é respeitado”, mas “tem gente que merece ser averiguada, e pode ser afastada, como já aconteceu no PT e em vários partidos”, declarou."

Fonte: Estadão     

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