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sexta-feira, 18 de novembro de 2022

"Saiu do campo e levou a bola e o apito do juiz"

  Bolsonaristas fanáticos                             Foto: Alan Rios/Reprodução Redes Sociais

Por Lilia Moritz Schwarcz

"É assim que começa a degringolada geral. De um lado temos um presidente que resolveu parar de trabalhar dois meses antes do prazo. Saiu do campo e levou a bola e o apito do juiz. De outro lado temos os rebeldes sem causa, apoiadores do atual presidente (que não preside mais) que inflados pelo suposto silêncio do chefe, passaram a acusar, em mensagens em grupos de WhatsApp, cinco generais do Alto Comando do Exército. Segundo concepção do bolsonarismo eles não apoiaram os pedidos de golpe das Forças Armadas para impedir a posse de Lula.


No texto, os bolsonaristas dizem que os oficiais são "generais-melancia" porque seriam "verdes por fora e vermelho por dentro", em uma falsa referência de que os militares apoiariam Lula.

A mensagem irritou generais do Alto Comando do Exército, que passaram na manhã de quarta-feira (16) a tentar desmentir a informação.

Circo armado. Para reduzir o impacto da mensagem, o comandante Freire Gomes mandou o chefe do Centro de Comunicação do Exército, general José Ricardo Vendramin, escrever um comunicado para todos os militares da Força em que chamam de mentirosas as alusões. Pra piorar afirmam que as publicações visam “macular a coesão inabalável do Exército de Caxias". Coesão ou cisão? Só lembrar o que aconteceu com o alto comando durante a guerra do Paraguai na disputa entre Caxias e Osório ou nas divisões sobre o destino da guerra que já consumia os cofres brasileiros. E como se pode imaginar ainda chamam de “insatisfação legítima” o que são atos golpistas.

Seria risível se não fosse triste. Toda vez que Militares entraram na história do Brasil para governar o fizeram sob estado de sítio ou promoveram ditaduras e regimes autoritários; nunca ajudam a democracia."

Fonte: Lilia Moritz Schwarcz/Instagram


Lilia Moritz Schwarcz
Lilia Moritz Schwarcz
Antropóloga, historiadora, professora da USP e de Princeton, colunista do Nexo, curadora convidada do Masp.

Um comentário:

  1. Não precisamos conhecer a história de 500 anos para analisarmos as intenções dos componentes do exército brasileiro exército este wue não foi criado para combater o inimigo externo mas para proteger a oligarquia. Como brasileiro não conhece nem a história recente de 64 a 84, sai por aí pedindo intervenção. Assustador o grau do desconhecimento e ignorância política.

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