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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Novas regras da CFEM em Minas

Aumento da CFEM – Compensação Financeira
pela Exploração de Recursos Mineirais –      
Ditam novas regras para os royalties da mineração

Projeto do senador Aécio Neves modifica
as alíquotas para exploração de recursos,
como o ferro, o alumínio e o cobre, e
aumenta a arrecadação da União, de
estados e de municípios.
"A atividade exploratória do petróleo é menos
nociva, sobretudo a que acontece em alto-mar.
No caso da exploração mineral, existem vários
morros, a céu aberto, que ficam muito devastados",
diz o senador, Aécio Neves

O senador Aécio Neves
(PSDB-MG) apresentou
na Comissão de Infra-
estrutura do Senado um
projeto de lei estabele-
cendo novas alíquotas
para a exploração dos
recursos minerais bra-
sileiros. Pela proposta,
o percentual máximo da
Compensação Financeira
pela Exploração de Recursos
Minerais (CFEM) sobe de 3%
para 5%, especialmente para
produtos como ferro, alumínio
e cobre. 
A CFEM está para o setor de mineração assim como os
royalties estão para o petróleo. Além disso, o senador
mineiro defende que a alíquota passe a incidir sobre o
faturamento bruto, e não sobre o líquido, para diminuir
os descontos inerentes às atividades de exploração mineral.

Sempre tendo como exemplo o setor petrolífero, o senador
Aécio Neves cria uma participação especial, a ser paga
pelas mineradoras na exploração de jazidas de alta
produtividade, com alíquotas variando de 1% a, no
máximo, 2,5%. E um fundo especial para beneficiar os
municípios que não produzam minerais, mas que
estejam em estados produtores.

Aécio aproveita a indecisão do governo federal, que há
três anos discute um novo marco regulatório para o setor
de mineração e, até o momento, não encaminhou nenhuma
proposta concreta ao Congresso. Com isso, quando a
iniciativa da União chegar ao parlamento, já haverá
um parâmetro para discussão política do assunto.

"Nós estamos querendo corrigir uma injustiça histórica,
sobretudo em relação aos municípios e estados
produtores de minerais", afirmou o senador tucano.

     

O senador do PSDB já discutia esse tema na época em que
 era governador de Minas. Ele lembra que o ministro de
Minas e Energia, Edison Lobão, concorda com a necessidade
de mudanças no setor, mas até o momento não expôs quais
as propostas do governo federal. O interesse de Minas Gerais
na iniciativa é concreto: o estado é o maior produtor de minério,
sobretudo de ferro, no país, com 48% da arrecadação total.

Bem atrás, vem o estado do Pará, com 28%; seguido
de Goiás com 5%; e São Paulo com 4%. Os demais
15% estão diluídos por diversas unidades da Federação.
Caso a medida seja aprovada, a arrecadação de Minas Gerais
praticamente quadruplicará. Atualmente, o estado
arrecada com o CFEM aproximadamente R$ 253 milhões/ano.
Com a mudança nas alíquotas e na base de cálculo da
cobrança, esses recursos aumentarão para R$ 1 bilhão,
no mínimo.

O Senador Aécio Neves também encontrou um mecanismo
para distribuir recursos para os municípios não produtores,
mas que sejam de estados onde a atividade extrativista
exista. Para isso, será criado um Fundo Especial,
com alíquota de 8% incidente sobre toda a produção.
Embora seja um tema para ser tratado em uma
regulamentação posterior, ele defende que esses recursos
sejam destinados à Saúde e à Educação.

Danos ambientais - Para o ex-governador de Minas,
a proposta é fundamental para compensar os danos
ao meio ambiente causados pela exploração
mineral. "A atividade exploratória do petróleo é
menos nociva, sobretudo a que acontece em alto-mar.
No caso da exploração mineral, existem vários morros,
a céu aberto, que ficam muito devastados", comparou Aécio.
"Além disso, dão condições para que esses municípios
se preparem para o futuro, quando a exploração mineral
for encerrada."

Para definir os critérios de faturamento das empresas, Aécio
sugere que o Ministério de Minas e Energia divulgue, diariamente,
o valor da cotação das commodities, que não deve ser inferior
ao valor de mercado delas. Ele também não acredita que
a criação da participação especial, com alíquotas de 1%
a 2,5%, vá gerar um problema com as mineradoras.
"A nossa maior mineradora, a Vale, teve, no primeiro
semestre, um lucro líquido de R$ 21,4 bilhões", declarou.

São remotas as chances de a matéria
ser aprovada, já que o próprio Aécio
espera um pedido de vista de algum
senador da base aliada. Com a votação
na próxima semana, o projeto seguirá
para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE),
onde tem caráter terminativo - significa que não
precisará ser apreciado pelo plenário do Senado,
seguindo diretamente para a Câmara.
(Correio Braziliense)

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