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sexta-feira, 23 de junho de 2017

Primeira anestesia descoberta em mais de 50 anos

Redação do Diário da Saúde


Começando a entender
Pela primeira vez desde a década de 1970, cientistas afirmam estar à beira de desenvolver uma nova classe de anestésicos. "Embora os médicos anestesiologistas tenham melhorado a segurança da anestesia ao longo dos anos, ainda existem muitos riscos associados à anestesia geral. E, no entanto, nenhum anestésico novo é desenvolvido há mais de 50 anos," disse Dr. Roderic Eckenhoff, da Universidade de Pensilvânia (EUA), principal autor do estudo, que foi publicado na revista médica Anesthesiology.

"Nós estamos apenas começando a entender os mecanismos reais que permitem que os anestésicos em geral gerem um estado de anestesia, e este estudo é um avanço rumo a esse mundo," entusiasma-se o pesquisador.

Tentativa e erro automatizada
De acordo com Dr. Eckenhoff, a busca por novos anestésicos tem sido historicamente uma mistura de empirismo - tentativa e erro - e do acaso. Os pesquisadores até modificam as drogas anestésicas já existentes, mas ninguém tem sido capaz de desenvolver uma classe inteiramente nova de anestésicos.

Eckenhoff e sua equipe não escaparam totalmente da tentativa e erro, mas automatizaram esse mecanismo de procura por novos compostos candidatos a anestésico. Essa abordagem já é largamente usada no desenvolvimento de medicamentos em geral, mas só agora está sendo usada para os anestésicos.

O sistema automatizado permitiu que a equipe testasse mais de 350.000 compostos para avaliar o potencial de cada um para servir como agente anestésico - os compostos foram testados quanto à sua capacidade para se ligar a uma proteína-alvo, chamada apoferritina.

Dentre os 350 mil compostos, o sistema automatizado identificou 2.600 com fortes interações com a apoferritina. Esses 2.600 foram então estudados em detalhes para avaliar se sua estrutura era adequada à atividade anestésica.

Finalmente, depois de efetuar testes em girinos e em ratos, a equipe identificou dois compostos potencialmente anestésicos, que agora entrarão em testes mais rigorosos.

"Os anestésicos identificados por esta abordagem exigem mais desenvolvimento antes que possam ser considerados para uso na sala de cirurgia," reconhece o Dr. Eckenhoff. "No entanto, os resultados do estudo mostram que novos anestésicos existem, e que não precisamos nos restringir a pequenas modificações nos medicamentos existentes."

Riscos das anestesias
Os riscos das anestesias são uma espécie de tabu na área médica sobretudo porque não há alternativas - e os riscos não justificam abrir mão dos procedimentos médicos que salvam milhões de vidas.

Mas o assunto vem sendo crescentemente discutido pela comunidade científica, o que tem levado a estudos no sentido de combater os danos que possam eventualmente ser causados pelas anestesias:

Fonte: Diário da Saúde

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