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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Pesquisa mundial vai mapear influências genética e ambiental do câncer


Com informações da Agência Brasil

Herança genética ou comportamento?
"Um projeto global, que contará com a participação de três instituições brasileiras, pretende mapear como a ocorrência do câncer em todo o mundo é influenciada por fatores genéticos ou por fatores ambientais, incluindo o comportamento das pessoas.

O programa, chamado Grande Desafio (Grand Challenge), foi lançado pelo Cancer Research UK, um órgão do Reino Unido de pesquisas sobre o câncer, que vai investir cerca de R$ 390 milhões nesta iniciativa.

O que se pretende com o projeto é entender, por exemplo, porque determinados tipos de cânceres são mais comuns em certas regiões e como os comportamentos considerados de risco, como os hábitos de fumar e beber ou contaminações por produtos feitos pelo homem, podem levar ao desenvolvimento da doença.

Para que isso seja possível, os pesquisadores vão analisar e traçar o perfil epidemiológico e as assinaturas genéticas de 5 mil pacientes de cinco continentes, que desenvolveram tumores de rim, pâncreas, esôfago ou intestino.

"O câncer não é mais um problema de São Paulo, do Brasil ou dos Estados Unidos, é um problema mundial. Existem vários fatores que podem estar relacionados ao processo tumoral e temos que conhecer todos esses fatores para conseguir resolver o problema mundialmente", disse Vilma Regina Martins, superintendente de pesquisa do Hospital A.C.Camargo, em São Paulo, que participará do programa. "Quanto mais dados você tiver, tanto em amostras quanto em diversidade de amostras e de cérebros pensando a respeito do problema, aumenta a chance de se fazer alguma coisa relevante", ressaltou.


Causas desconhecidas do câncer
A pesquisa pretende identificar também fatores ainda desconhecidos que possam estar causando alterações na leitura do código genético do DNA e influenciando o desenvolvimento do câncer. Alguns desses fatores, como os que são provocados pelo tabaco, já foram identificados, mas há dezenas de outros que provocam alterações no código genético e que ainda não foram mapeados.

"Conhecemos alguns desses agentes [tabaco, álcool, benzeno, vírus, agrotóxicos, produtos químicos, entre outros] que são os mais clássicos e que já foram estudados. Mas o ponto é: E quando há um perfil que não está associado a nenhum desses agentes que conheço. Qual é esse agente?", perguntou Vilma.

"Quando se olha para a população mundial, vemos que alguns tumores são mais incidentes em algumas regiões. Pode ser por um fator ambiental como também por um fato genômico ou da genética daquela população, que pode ter algumas alterações que aumentam ou diminuem o risco de desenvolver determinado tumor. Provavelmente o que temos é uma combinação dos dois: do ambiente e da genética dessas pessoas", disse a cientista.”

O projeto está planejado para durar cinco anos.

Fonte: Diário da Saúde 

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