Redação do Diário da Saúde
Sucesso
“O Programa
Mais Médicos, lançado em 2010 para democratizar a Medicina no
Brasil,
tinha término previsto para 2019.
Contudo,
ele deverá ser prorrogado mais três anos porque a formação de
novos médicos não é capaz de atender à demanda nacional -
o Conselho
Federal de Medicina era radicalmente contrário ao Programa Mais
Médicos,
juntamente com uma série de outras entidades sindicais dos médicos.
"Eu
não acredito que tenhamos, até 2019, médicos brasileiros, formados
no Brasil, dispostos a estar onde estão os médicos do Mais Médicos.
Lugares afastados, lugares de alto risco, com pouca segurança",
disse o Ministro da Saúde, Ricardo Barros.
O
programa, criado justamente para suprir a falta de profissionais de
saúde em regiões pobres e mais afastadas dos grandes centros, conta
hoje com 18.240 médicos em 4.058 municípios, atendendo 63 milhões
de pessoas.
Carreira
de médico
O
ministro prevê que o programa será renovado no mesmo sistema usado
atualmente, com pagamento de bolsas aos participantes e incentivo à
abertura de cursos de medicina e residência medica em saúde da
família. "Não me parece que poderemos abrir mão dos
conveniados em 2019", ressaltou o ministro.
O
ministro não descartou a possibilidade da criação de uma carreira
de Estado para médicos formados no Brasil no Sistema Único de Saúde
(SUS), mas ponderou que existem grandes obstáculos. "A equação
é muito complexa, porque esbarra em princípios constitucionais da
isonomia. O limite constitucional do teto do servidor público diz
que, nos municípios, o maior salário é do prefeito. Isso não se
viabiliza para a contratação de médicos nesses locais",
afirmou.
Outro
ponto levantado pelo ministro é a irredutibilidade de remuneração.
"Pela lógica, [o médico] teria que ganhar muito mais no início
da carreira num posto muito afastado e menos quando vier para cidade
grande. Mas a Constituição não permite a redução do salário",
exemplificou. "Esses princípios constitucionais dificultam a
implantação da carreira médica no Brasil", disse.”
Fonte:
Diário da Saúde
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