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terça-feira, 29 de maio de 2018

Greve dos Petroleiros amanhã, 30 de maio

Uma das reivindicações dos petroleiros é a saída de
Pedro Parente (foto) da presidência da estatal (
Sergio Moraes/Reuters)
Por Reuters

Advocacia Geral da União (AGU) e Petrobras entram com liminar para impedir greve dos petroleiros. O Objetivo é pedir ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) a nulidade da greve e que seja reconhecido seu caráter "abusivo" frente ao desabastecimento vivido pelo país.





Advocacia-Geral da União (AGU) e a Petrobras apresentaram nesta terça-feira, 29, ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) uma ação com pedido de liminar para evitar a greve dos petroleiros, prevista para amanhã, quarta-feira. A ação pede a nulidade da greve e que seja reconhecido seu caráter “abusivo”, diante da crise de abastecimento que já recai sobre a sociedade por conta da paralisação dos caminhoneiros.

A ação tem como objetivo evitar que a paralisação da categoria prejudique ainda mais a sociedade, que nos últimos dias já enfrenta um quadro de desabastecimento de combustíveis, alimentos e outros insumos por causa da interrupção das atividades dos caminhoneiros”, diz nota divulgada pela AGU.

Advocacia-Geral e a Petrobras argumentam que os sindicatos de petroleiros apresentam reivindicações de “natureza político-ideológica” e ressaltam que um acordo coletivo fechado com funcionários da estatal tem duração até 2019. Também acusam os sindicatos de não terem cumprido a legislação para a realização da greve, como a abertura de negociação, comunicação prévia, ou envio de atas de assembleias que decidiram pela paralisação.

Nessa linha é inadmissível admitir que a atuação oportunista de determinado grupo enseja a ausência de serviços públicos essenciais, em prejuízo de toda a sociedade”, argumentam na ação.

No pedido protocolado nesta terça no TST, AGU e a estatal sustentam que eventual ocupação de unidades por conta da greve acarretaria em risco de acidentes e teria um custo de 349 milhões de reais à Petrobras por dia.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados convocaram a categoria para uma greve nacional de advertência de 72 horas. Eles prometem começar o movimento grevista a partir do primeiro minuto de quarta-feira, dia 30. A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) também indica greve por tempo indeterminado a partir de 30 de maio.
Entre as reivindicações, os sindicalistas colocam a redução dos preços dos combustíveis e a saída do presidente da Petrobras, Pedro Parente.

O coordenador-geral da FUP, José Maria Rangel, disse que a greve é contra o processo de privatização da empresa e garantiu que a categoria tomou “todas as medidas necessárias para ter a legitimidade que a lei de greve exige”."


Petroleiros marcam greve e pedem queda no preço de combustíveis

Categoria convocou paralisação em todas as refinarias do país para quarta-feira, 30; saída de Pedro Parente do comando da Petrobras é uma das reivindicações

Paralisação na Refinaria de Capuava (Recap) no município de Mauá (SP) (Roberto Parizotti/Fotos Públicas)


Por Ricardo Rossetto

Inicialmente organizada para tentar barrar a privatização de ativos da Petrobras — como a venda de quatro refinarias e doze terminais da Transpetro, anunciada no programa de desinvestimento da estatal —, a greve dos petroleiros marcada para a próxima quarta-feira, 30, em todo o país passou a incorporar em sua pauta de reivindicações a redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis.

A decisão, acordada nas assembleias da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), busca captar a insatisfação da população com o aumento da gasolina e do etanol nas bombas, e pega carona na greve dos caminhoneiros, que há oito dias paralisam as estradas do país.
Dirigentes sindicais das duas federações afirmaram que o calendário de paralisações da categoria já estava marcado antes mesmo de os caminhoneiros tomarem as rodovias. Mas reconhecem que o apoio popular à sua greve pode ser maior neste momento.

Em comum, a FUP e a FNP reivindicam o fim da política de preços da Petrobras, que reajusta os valores dos combustíveis diariamente, com base na cotação do dólar e do barril do petróleo. Além disso, os petroleiros pedem a demissão do presidente da Petrobras, Pedro Parente, segundo eles, o culpado pelo desmonte da estatal e o sucateamento do setor de refino de derivados de petróleo.

A FUP, que representa treze sindicatos de petroleiros em todo o país, convocou uma greve nacional de três dias a partir de quarta-feira. Segundo José Maria Rangel, coordenador-geral da entidade, a paralisação afetará o refino de produtos como diesel, gasolina, querosene de aviação e gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de cozinha). Já nesta segunda-feira, a FUP realiza mobilizações em frente a refinarias da Petrobras, e diz ter recebido a solidariedade dos sindicatos de categorias como metalúrgicos, bancários e portuários.
A paralisação convocada pela FNP, por sua vez, será por tempo indeterminado. O diretor Rafael Prado explica que a entidade representa cerca de metade da força de trabalho nas refinarias da Petrobras (entre funcionários contratados e terceirizados) e diz que também tem recebido apoio de outros profissionais, como os químicos. “Hoje, cerca de 30% da capacidade produtiva das nossas refinarias está ociosa. O Temer colocou um presidente na Petrobras que só tem vistas para o investidor estrangeiro, e que vira as costas para a sociedade brasileira”, diz Prado.
Em todo o país, o sistema Petrobras conta com treze refinarias. São produzidos mais de 2 milhões de barris de derivados por dia, como diesel, gasolina, nafta, querosene de aviação, GLP, lubrificantes, entre outras substâncias que servem de matéria-prima para diversos produtos.”

Fonte: veja.com  

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