Uma das reivindicações dos petroleiros é a saída de Pedro Parente (foto) da presidência da estatal (Sergio Moraes/Reuters) |
Advocacia Geral da União (AGU) e Petrobras entram com liminar para impedir greve dos petroleiros. O Objetivo é pedir ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) a nulidade da greve e que seja reconhecido seu caráter "abusivo" frente ao desabastecimento vivido pelo país.
“A Advocacia-Geral
da União (AGU) e
a Petrobras apresentaram
nesta terça-feira, 29, ao Tribunal
Superior do Trabalho (TST) uma
ação com pedido de liminar para evitar a greve dos
petroleiros, prevista para amanhã, quarta-feira. A ação pede a
nulidade da greve e que seja reconhecido seu caráter “abusivo”,
diante da crise de abastecimento que já recai sobre a sociedade por
conta da paralisação dos caminhoneiros.
“A
ação tem como objetivo evitar que a paralisação da categoria
prejudique ainda mais a sociedade, que nos últimos dias já enfrenta
um quadro de desabastecimento de combustíveis,
alimentos e outros insumos por causa da interrupção das atividades
dos caminhoneiros”, diz nota divulgada pela AGU.
Advocacia-Geral
e a Petrobras argumentam
que os sindicatos de petroleiros apresentam reivindicações de
“natureza político-ideológica” e ressaltam que um acordo
coletivo fechado com funcionários da estatal tem duração até
2019. Também acusam os sindicatos de não terem cumprido a
legislação para a realização da greve, como a abertura de
negociação, comunicação prévia, ou envio de atas de assembleias
que decidiram pela paralisação.
“Nessa
linha é inadmissível admitir que a atuação oportunista de
determinado grupo enseja a ausência de serviços públicos
essenciais, em prejuízo de toda a sociedade”, argumentam na ação.
No pedido protocolado
nesta terça no TST, AGU e a estatal sustentam que eventual ocupação
de unidades por conta da greve acarretaria em risco de acidentes e
teria um custo de 349 milhões de reais à Petrobras por dia.
A Federação Única dos
Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados convocaram a categoria
para uma greve nacional de advertência de 72 horas. Eles prometem
começar o movimento grevista a partir do primeiro minuto de
quarta-feira, dia 30. A Federação Nacional dos Petroleiros
(FNP) também indica greve por tempo indeterminado a partir de 30 de
maio.
Entre
as reivindicações, os sindicalistas colocam a redução dos preços
dos combustíveis e a saída do presidente da Petrobras, Pedro
Parente.
O coordenador-geral da
FUP, José Maria Rangel, disse que a greve é contra o processo de
privatização da empresa e garantiu que a categoria tomou “todas
as medidas necessárias para ter a legitimidade que a lei de greve
exige”."
Petroleiros marcam greve e pedem queda no preço de combustíveis
Categoria convocou paralisação em todas as refinarias do país para quarta-feira, 30; saída de Pedro Parente do comando da Petrobras é uma das reivindicações
Paralisação na Refinaria de Capuava (Recap) no município de Mauá (SP) (Roberto Parizotti/Fotos Públicas) |
Por Ricardo
Rossetto
“Inicialmente
organizada para tentar barrar a privatização de ativos
da Petrobras — como a venda de quatro refinarias e
doze terminais da Transpetro, anunciada no programa de
desinvestimento da estatal —, a greve dos
petroleiros marcada para a próxima quarta-feira, 30, em todo o país
passou a incorporar em sua pauta de reivindicações a redução dos
preços do gás de cozinha e dos combustíveis.
A decisão, acordada nas
assembleias da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), busca captar a
insatisfação da população com o aumento da gasolina e do etanol
nas bombas, e pega carona na greve dos caminhoneiros, que há oito
dias paralisam as estradas do país.
Dirigentes
sindicais das duas federações afirmaram que o calendário de
paralisações da categoria já estava marcado antes mesmo de os
caminhoneiros tomarem as rodovias. Mas reconhecem que o apoio popular
à sua greve pode ser maior neste momento.
Em
comum, a FUP e a FNP reivindicam o fim
da política de preços da Petrobras,
que reajusta os valores dos combustíveis diariamente, com base na
cotação do dólar e do barril do petróleo. Além disso, os
petroleiros pedem a demissão do presidente da Petrobras, Pedro
Parente,
segundo eles, o culpado pelo desmonte da estatal e o sucateamento do
setor de refino de derivados de petróleo.
A FUP, que representa
treze sindicatos de petroleiros em todo o país, convocou uma greve
nacional de três dias a partir de quarta-feira. Segundo José Maria
Rangel, coordenador-geral da entidade, a paralisação afetará o
refino de produtos como diesel, gasolina, querosene de aviação e
gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de cozinha). Já nesta
segunda-feira, a FUP realiza mobilizações em frente a refinarias da
Petrobras, e diz ter recebido a solidariedade dos sindicatos de
categorias como metalúrgicos, bancários e portuários.
A
paralisação convocada pela FNP, por sua vez, será por tempo
indeterminado. O diretor Rafael Prado explica que a entidade
representa cerca de metade da força de trabalho nas refinarias da
Petrobras (entre funcionários contratados e terceirizados) e diz que
também tem recebido apoio de outros profissionais, como os químicos.
“Hoje, cerca de 30% da capacidade produtiva das nossas refinarias
está ociosa. O Temer colocou um presidente na Petrobras
que só tem vistas para o investidor estrangeiro, e que vira as
costas para a sociedade brasileira”, diz Prado.
Em
todo o país, o sistema Petrobras conta
com treze refinarias. São produzidos mais de 2 milhões de barris de
derivados por dia, como diesel, gasolina, nafta, querosene de
aviação, GLP, lubrificantes, entre outras substâncias que servem
de matéria-prima para diversos produtos.”
Fonte:
veja.com
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