sexta-feira, 31 de julho de 2020
Boletim epidemiológico atualizado: 31 de julho, em Poços de Caldas,MG
"Movido por pessoas incríveis"
Fonte: Verde Carinho
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Movidos por pessoas incríveis
quinta-feira, 30 de julho de 2020
Boletim epidemiológico atualizado: 30 de julho, em Poços de Caldas, MG
quarta-feira, 29 de julho de 2020
Meio ambiente no mundo: Itália pode ter temperaturas de até 40ºC no fim da semana
Itália com temperaturas que podem chegar a 50º graus no domingo |
O chamado nível "vermelho" é atribuído a áreas com "ondas de calor" e que apresentam "condições de elevado risco por três ou mais dias consecutivos", podendo comportar efeitos negativos para a saúde da população, especialmente os mais vulneráveis, como idosos.
"Pelo menos 10 grandes cidades da Itália entrarão em alerta vermelho para a onda de calor que deve cobrir o país na próxima sexta-feira (31), com temperaturas que podem chegar a 40ºC.
De acordo com boletim divulgado nesta quarta (29), os municípios de Roma, Turim, Bolonha, Florença, Bolzano, Perugia, Campobasso, Rieti, Frosinone e Pescara estarão no patamar máximo da escala de risco do Ministério da Saúde.
Dessas 10 cidades, Bolzano, no extremo-norte da Itália, e Perugia, no centro, já estão em alerta vermelho. O país vive o auge do verão no Hemisfério Norte e registrou desde 2011 oito dos 10 anos mais quentes de sua história. (ANSA).”
Fonte: Ansa
Boletim epidemiológico atualizado: 29 de julho, em Poços de Caldas, MG
Situação em Três Corações é muito grave, 100% dos leitos de UTI estão ocupados
Hospital São Sebastião, em Três Corações (MG) — Foto: Claudemir Camilo/EPTV |
"Médico e presidente do hospital São Sebastião destaca aumento rápido no uso dos leitos de UTI na cidade para tratamento da Covid-19."
Por EPTV 1 — Três Corações, MG
"Três Corações está com 100% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados para tratamento depacientes da Covid-19 no Hospital de São Sebastião . A situação é grave, segundo o médico e presidente do Hospital São Sebastião, José Pereira da Cunha.
“Estamos com a UTI totalmente ocupada. Isso trouxe uma preocupação muito grande pra gente porque até então vínhamos tendo cinco ou seis na UTI e cinco, seis, sete nas enfermarias. E de repente aumentou assustadoramente”, detalhou.
Todos os pacientes internados na UTI no momento são de Três Corações, segundo o médico. Diante da falta de leitos disponíveis, o presidente do hospital destaca a falta de consciência de moradores em relação à gravidade da doença.
Ainda conforme Cunha, o hospital estuda abrir novas vagas de UTI, mas esbarra na falta de profissionais. “Não se abre da noite pro dia. Nós precisamos de profissionais e os nossos profissionais já estão no limite de trabalho”, afirmou.
Sem leitos, uma das opções, caso novos pacientes precisem de UTI, seria a transferência para o Hospital de Campanha de Varginha. Mas segundo o médico, há uma preocupação diante da possibilidade de lotação também na cidade, por conta da ascendência de casos de Covid-19 no Sul de Minas. “Não sabemos até quando também Varginha vai aguentar”.
O médico também afirma que grande parte dos casos é de pessoas da mesma família. E que o aumento de registros pode estar ligado ao fato de Três Corações estar às margens da rodovia Fernão Dias e ser referência para cidades menores da região.
De acordo com a prefeitura, a cidade tem 312 casos de coronavírus, com 12 mortes.”
Prof. da UNIFAL alerta: agora que começou o pico da pandemia de covid19 no Sul de Minas
Fonte: G1/Sul de Minas
Prof.da Unifal alerta: 'A epidemia a Covid19 no Sul de MG começou agora'
Segundo professor, cenário é ainda de incertezas e exige cuidados da população; só 12 cidades ainda não têm casos.
Por EPTV 1
"A epidemia na nossa região praticamente começou agora". A afirmação é do professor de epidemiologia e saúde coletiva da Universidade Federal de Alfenas, Marcos Bissoli. Para ele, o cenário ainda é de incertezas. Ele explica que estamos no auge da pandemia na região e as curvas de casos influenciam as ações e cuidados da população.
"Enquanto em alguns locais no Brasil, que têm aeroportos, que têm portos, a curva começou primeiro e talvez comecem a descer primeiro, as nossas começaram depois, as nossas curvas têm um atraso de início e obviamente teremos um atraso de fim. A epidemia na nossa região praticamente começou agora. Nós tivemos muitos cuidados talvez no início, quando ela ainda estava chegando no Brasil, estava longe de chegar aqui e agora nós achamos que nós estamos imunes e nós não estamos, a epidemia está começando agora", disse o pesquisador.
Doze cidades do Sul de Minas seguem sem nenhum caso registrado de Covid-19 após mais de quatro meses do primeiro caso registrado na região. Mas este número vem ficado menor a cada dia. Nesta quarta-feira (29), Sapucaí-Mirim e São Sebatião do Rio Verde tiveram os primeiros casos confirmados pelo Estado.
Há dois meses, no Sul de Minas, 73 cidades não tinham nenhum caso confirmado de Covid-19. Nesse período, 61 delas registraram os primeiros casos da doença.
Para chegar até aqui sem nenhum caso, o município de Dom Viçoso teve que mudar a rotina.
Para chegar até aqui sem nenhum caso, o município de Dom Viçoso teve que mudar a rotina.
Dom Viçoso é uma das 12 cidades sem casos de Covid-19 no Sul de Minas — Foto: Reprodução EPTV |
"Regulamentação e avaliação semanal de estratégias e ações pelo comitê gestor de combate à Covid. Barreiras sanitárias foram necessárias, comércio e população, uso obrigatório de máscara. Fiscalização ativa, evitando aglomerações, proibição de festas particulares, isolamento de famílias que recebem ou receberam visitantes de outras localidades", disse o gestor de saúde de Dom Viçoso, Jailson Palma.
Na cidade de Consolação a doença também não chegou. Medidas parecidas foram tomadas e deram resultado.
"A gente fez no início dois meses de barreira sanitária, depois que o vírus estava nas cidades vizinhas, já não teria como mais continuar com as barreiras, já que os munícipes precisaram sair para as cidades vizinhas. A gente fez reunião com comerciantes, onde a gente decidiu os horários de funcionamento e medidas sanitárias dentro dos comércios. Foi feito um decreto, com o uso obrigatório de máscaras nos estabelecimentos e a recomendação de máscaras nas vias públicas", disse a secretária de Saúde de Consolação, Selma Aparecida Nogueira.
As cidades que não registraram casos da doença têm em comum o pequeno número de moradores, o que pode representar uma menor circulação de pessoas. Mas essa não é uma característica que funciona sozinha para a prevenção, já que outras cidades com esse perfil registraram casos do novo coronavírus.
Por enquanto não registraram nenhum caso os seguintes municípios:
Alagoa
Areado
Carvalhos
Consolação
Dom Viçoso
Fama
Gonçalves
Liberdade
Marmelópolis
São Thomé das Letras
Seritinga
Soledade de Minas
Para o professor da Unifal, a cooperação das pessoas é essencial para que o vírus não se espalhe.
"Esses municípios que ainda não apresentam a doença, muito provavelmente vão apresentar a doença em breve, a não ser que tenhamos um coletivo de mudança de postura na sociedade mineira e do Sul de Minas", disse o professor.”
Fonte: G1/Sul de Minas
terça-feira, 28 de julho de 2020
Em São Paulo, os pais podem decidir se filhos voltam à escola
Por Renata Cafardo – Estadão
“O Conselho Municipal de Educação de São Paulo prepara uma resolução para deixar claro que os pais podem optar por não mandar seus filhos para a escola durante a pandemia, mesmo com o retorno autorizado pelo Estado. Dessa maneira, quem não for não receberá falta e deverá continuar a fazer atividades de ensino remoto em casa.
Por outro lado, a Prefeitura vai pedir aos responsáveis que decidirem enviar os alunos às escolas que assinem um termo se comprometendo com regras sanitárias e a estarem acessíveis.
Segundo a legislação atual, as crianças que têm entre 4 e 17 anos precisam estar matriculadas na escola. Caso contrário, os pais podem ser responsabilizados judicialmente. Há também uma quantidade de faltas máxima para que o aluno não perca o ano. Para as de 4 e 5 anos, a presença obrigatória é de 60%. No ensino fundamental e médio, é de 75%.
"Assim como há famílias querendo e precisando que os filhos retornem, há outras muito amedrontadas e elas não podem ser punidas", diz a presidente do Conselho Municipal de Educação, Rose Neubauer, que foi secretária estadual de Educação e também faz parte do conselho estadual. "É preciso que os pais tenham a opção, como aconteceu em outros países", completa. A medida, quando for publicada, serve também para escolas particulares da capital. Segundo o Estadão apurou, o conselho estadual também deve discutir o tema em breve.
Países como Austrália e Canadá permitem que os pais escolham se querem ou não o retorno dos filhos nesse período de pandemia. Muitos australianos, por exemplo, não mandaram nos primeiros dias e acabaram enviando após terem mais segurança.
No caso da rede pública, além de não receber faltas excessivas, a criança poderá continuar recebendo o cartão alimentação se ficar em casa - já que não terá como a merenda na escola. O secretário municipal de educação, Bruno Caetano, concorda com a iniciativa. "É importante atribuir responsabilidade à família, tanto para não mandar quanto para mandar o filho para a escola", diz.
Segundo ele, os pais com filhos nas escolas municipais terão que assinar um termo informando que vão medir a temperatura dos filhos antes de sair de casa e que vão assegurar que as crianças nao esqueçam máscaras e álcool em gel fornecidos pela Prefeitura.
Além disso, os pais e mães terão que garantir que vão atualizar seus telefones de contato e que estarão disponíveis para buscar o filho na escola quando ele apresentar algum sintoma. "Não é para transferir responsabilidade para as famílias nem para eximir o Estado do retorno seguro, mas tem coisas que acontecem no ambiente familiar e as é preciso observar", diz o secretário.
O especialista em educação Mozart Ramos também acha essencial esse monitoramento das crianças em casa e diz que "a responsabilidade deve ser conjunta, assim com pede a Constituição". No entanto, ele acredita que um termo assinado pode assustar os pais. "Parece que a rede municipal está na defensiva, o ideal é fazer uma boa comunicação para os pais", diz.
O governo do Estado indicou que as aulas poderiam voltar a partir de 8 de setembro, se 100% das regiões estiverem na fase amarela do plano de retomada por 14 dias. Atualmente, três regiões ainda estão na fase vermelha, a mais restritiva de todas, o que leva muitos a acreditar que a data não deve ser mantida. No dia 7 de agosto, o governo deve fazer um novo anúncio sobre a situação em São Paulo.
Nesta semana, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou um manual de segurança necessária para a retomada do ano letivo, indicando que mesmo depois do retorno, pode haver novas suspensões. Pesquisas têm mostrado que as crianças se infectam menos pela doença, mas os pais continuam com medo de mandar seus filhos para a escola porque a pandemia não está controlada no País.”
Fonte: Estadão
Jovens assintomáticos podem estar disseminando a covid19
Fonte: MSN
“Queremos estimular o turismo de natureza na retomada da economia”, diz diretora da Fundação Grupo Boticário
Fonte: Istoé - Dinheiro
Boletim epidemiológico atualizado: 28 de julho, em Poços de Caldas, MG
"Carta ao Povo de Deus", ao desgoverno federal.
Fonte: frei Gilvander Moreira
Por Frei Gilvander Moreira - Articulista às terças-feiras
Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG.
segunda-feira, 27 de julho de 2020
E mantida a greve dos metroviários em São Paulo, capital
Em Baependi, MG conhecida como "santuário da Nhá Chica", decreta lockdown por 7 dias após 1ª vítima da Covid-19
Comércios essenciais como supermercados e padarias continuarão abertos, mas com restrições.
"A Prefeitura de Baependi (MG) decretou neste domingo (26) medidas mais rígidas de restrição no município após a primeira morte por Covid-19 ser registrada na cidade. Apesar do município usar o termo "lockdown" no novo decreto, comércios essenciais como supermercados e padarias continuarão abertos, mas com restrições.
Conforme o decreto do município, ficam proibidos de funcionar de portas abertas todos os tipos de comércio, além de bares, restaurantes e lanchonetes por sete dias no município a partir desta segunda-feira (27).
A multa para o comerciante que descumprir o decreto é de R$ 806,45 por dia. Ainda conforme o decreto, os estabelecimentos poderão atender seus clientes de forma remota, com entrega permitida apenas no domicílio ou residência do cliente.
Também ficam proibidos de funcionar prestadores de serviço de qualquer natureza com atendimento presencial pelo mesmo período. Serviços de saúde da rede privada somente poderão atender em casos de urgência e emergência.
Supermercados, mercados, açougues, quitandas e farmácias poderão continuar atendendo de forma que não haja aglomeração, segundo protocolos da Vigilância Sanitária. Padarias só poderão abrir com barreiras físicas na entrada. Ficará proibido o consumo dentro do estabelecimento.
Agências bancárias, lotéricas e Correios poderão manter apenas três pessoas dentro dos estabelecimentos. Reuniões em locais privados e públicos e até em praças também estão proibidas. Igrejas e templos também deverão permanecer fechados.
Em apenas uma semana, o município viu saltar de 12 para 31 o número de casos confirmados do novo coronavírus.”
Fonte: G1 Sul de Minas
“EUA x China: cenários da nova guerra fria”
Manifestação em Hong Kong, em setembro do ano passado, com bandeira dos Estados Unidos.SOPA IMAGES / SOPA IMAGES/LIGHTROCKET VIA GETT “Três décadas depois da queda do muro de Berlim, as duas superpotências do século XXI parecem lançadas a uma nova guerra fria. Os Estados Unidos e a China avançam em uma espiral de ameaças, sanções e acusações de espionagem de consequências imprevisíveis, para eles mesmos e para o resto do mundo. Do confronto nos âmbitos comerciais e tecnológicos à competição armamentista e a luta pela influência nos diversos continentes, os dois gigantes protagonizam uma disputa pela hegemonia global repleta de perigos e de final incerto.” O duelo pela hegemonia global que deixa o mundo apreensivoPor MACARENA VIDAL LIY (PEQUIM) / AMANDA MARS (WASHINGTON)“Um regime autocrático contra uma democracia. Um enorme leque de hostilidades em todos os âmbitos, geográficos e setoriais. Espionagem, propaganda, força militar, símbolos, a história, dizem, se repete; parece ser verdade. A Guerra Fria do século XX entre o Kremlin e a Casa Branca ameaça voltar no século XXI, dessa vez entre o antigo vencedor, os EUA, e a nova potência em ascensão, a China. Nas últimas duas semanas, os dois levaram ao paroxismo um frenético baile de disputas, choques, ameaças e sanções, fechamento de consulados, acusações de espionagem e vetos de viagens, em que o passo de um foi respondido pelo outro em uma simetria tão perfeita como inquietante. Um perigoso duelo a um ritmo cada vez mais intenso, de duração e final ainda imprevisíveis. E que, seja na hora de escolher a tecnologia 5G, decidir sistemas de defesa e votar resoluções internacionais, ameaça arrastar – como na primeira Guerra Fria – o restante dos países a um e ao outro lado da pista de dança. Há, entretanto, uma diferença radical em relação à Guerra Fria que se desenvolveu durante a segunda metade do século XX. A antiga URSS nunca foi a potência econômica que é a China, e os dois países à época em disputa não estavam tão interconectados financeira e produtivamente como estão agora as duas maiores economias do mundo. “Para mim, isso significa que essa guerra vai durar pelo menos tanto como aquela ou até mais. Sei que não é uma perspectiva muito bonita, mas é a que vejo”, diz Gary Hufbauer, especialista do Instituto Peterson de Economia Internacional e, principalmente, um veterano da primeira linha de fogo daquela interminável contenda com Moscou. Hufbauer, alto escalão do Tesouro dos EUA no final dos anos setenta, considera que “como aconteceu na Guerra Fria, os dois lados procurarão aliados para se reforçar, mas a China tem mais habilidade para isso. A Rússia atraiu aliados com a ocupação militar. Pequim não precisa, [o presidente chinês] Xi Jinping está usando a economia para colocar os outros países em sua órbita”. O calibre das fricções é tal que ninguém mais minimiza sua relevância. As relações “enfrentam seus maiores problemas”, desde que os dois países estabeleceram laços diplomáticos plenos em 1979, reconheceu recentemente o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Li. “A relação com a China está muito prejudicada”, declarou o presidente norte-americano, Donald Trump. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, declarou o fim da política de aproximação, ao clamar que “o mundo livre deve triunfar contra essa tirania”. Paradoxalmente, essa grave deterioração ocorre apenas seis meses após os dois países assinarem em 15 de janeiro, com toda a pompa e circunstância na sala Leste da Casa Branca, entre aplausos e alvoroço, o acordo que deveria acabar com todos os desentendimentos entre eles, a primeira fase de um pacto para colocar um fim na guerra comercial que combatiam desde 2018. A pandemia de covid-19 fez esse projeto saltar pelos ares, e trouxe novamente à luz as tensões que a assinatura do acordo comercial havia escondido debaixo do tapete. Tensões baseadas em uma enorme desconfiança mútua, de raízes históricas e ideológicas e que as recriminações em torno da origem e da gestão do vírus colocavam de novo em primeiro plano. A rivalidade, ficou claro, é sistêmica e se estende a todos as áreas. A primeira estratégia de Segurança Nacional da Administração de Trump, apresentada em dezembro de 2017, apontava a China e a Rússia como rivais que ameaçavam a prosperidade e os valores dos Estados Unidos. “Após ter sido descartada como um fenômeno do século passado, a competição entre grandes poderes voltou”, dizia o documento, recuperando a linguagem da corrida entre superpotências. As bases da disputa atual que hoje parece estar fervendo estavam, em resumo, já explicitadas no diagnóstico do Governo de Trump quando ainda não havia completado um ano. A sintonia que o republicano gostava de mostrar em relação a Xi Jinping, por mais desconcertante que fosse (chegou a elogiar a reforma constitucional do líder chinês para se perpetuar no poder), nunca significou superar conflitos. Agora, os dois estimulam a guerra contra o outro e obtêm, em boa parte, créditos políticos em casa. A lista de desencontros, invectivas e represálias recíprocas aumentou sem trégua nos últimos meses. Restrições mútuas de entradas a funcionários em torno ao Tibete e Hong Kong, onde uma nova lei de Segurança Nacional imposta pela China anula, de acordo com os Estados Unidos, a ampla autonomia do enclave. Sanções recíprocas pela situação da minoria muçulmana uigur na região de Xinjiang, onde Washington – e numerosos especialistas – denunciam terríveis abusos dos direitos humanos. Previamente, cada um também havia expulsado jornalistas e imposto limites aos vistos de correspondentes do outro. Ambos se chocam no mar do Sul da China, onde Pequim pede a maior parte das águas e Washington declarou ilegais as alegações de soberania chinesas. Ganha nova vida o diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad) – o foro informal de defesa entre o Japão, Austrália, EUA e a Índia na região Ásia-Pacífico – em meio às tensões fronteiriças da China com seus vizinhos. Discutem por seu armamento nuclear: a Casa Branca deseja que a China diminua seu arsenal, enquanto o gigante asiático responde que se sentará para negociar “se os Estados Unidos estiverem dispostos a reduzir [o seu]” a seu nível. Washington e Taipei se aproximam, para irritação do Governo de Xi Jinping, que considera Taiwan parte inalienável do território chinês e seu interesse primordial. No campo da tecnologia, há mais de um ano se arrasta a disputa sobre a Huawei, o gigante chinês do qual os EUA suspeitam que pode agir como cavalo de Troia nos terminais e nas redes 5G ocidentais; uma disputa em que Washington pressiona e que em Pequim é vista como uma tentativa de neutralizar um competidor que tomou a dianteira. Somente o acordo comercial continua em andamento por enquanto, ainda que preso por um fio e apesar de Trump declarar que não tem nenhum interesse para avançar à fase dois do pacto. A China considera que sua ascensão corrige injustiças históricas e devolve o país ao lugar que historicamente lhe corresponde. Há tempos – e, evidentemente, desde o começo da guerra comercial – chegou também à conclusão de que os Estados Unidos são uma potência decadente que quer impedir a ascensão da China no cenário global para não perder suas vantagens. É uma convicção generalizada: tão ubíqua entre os círculos de poder como nas conversas das pessoas comuns. E Pequim responde – e se antecipa – com uma assertividade crescente, que aumentou notavelmente durante a pandemia. Os Estados Unidos, por sua vez, acham que Pequim ameaça seus interesses estratégicos e compete de maneira injusta no âmbito comercial. Com a deterioração da relação, isso também ocorreu com a percepção mútua das duas sociedades. Um estudo do Pew Research Center de abril apontava que 66% dos norte-americanos têm opinião desfavorável sobre a China – a maior proporção desde que a pesquisa começou, em 2005 –, contra 26% que a vê como positiva. Por sua vez, uma pesquisa da Universidade Renmin de Pequim entre uma centena de acadêmicos chineses mostra que 62% deles acredita que os Estados Unidos querem lançar uma guerra fria contra seu país. Nesse momento, o novo entendimento é que as relações entre a China e os Estados Unidos “não voltarão a ser as mesmas”, disse, citado pelo jornal Global Times, Liu Weidong, um dos pesquisados e associado à Academia Chinesa de Ciências Sociais, um dos grandes laboratórios estatais de ideias. E se Trump perder a reeleição em 3 de novembro? Os dados do Pew evidenciam que as frentes entre os dois países vão além da agenda trumpista e Joe Biden, concorrente democrata à Casa Branca, transmitiu uma dura mensagem contra o regime de Xi Jinping. A
competição é pela influência mundial – a China, com sua
iniciativa da Nova Rota da Seda, os Estados Unidos com o peso de seus
75 anos como superpotência –; pela inovação em áreas como a
inteligência artificial e os veículos elétricos; na corrida
espacial – ambos estão enviando missões a Marte com dias de
diferença – e no armamento ultramoderno, seja termonuclear,
convencional e quântico. Agora, também, para conseguir a vacina que
ajuda a resolver a mais grave crise deste século.
A primeira estratégia de Segurança Nacional da Administração de Trump, apresentada em dezembro de 2017, apontava a China e a Rússia como rivais que ameaçavam a prosperidade e os valores dos Estados Unidos. “Após ter sido descartada como um fenômeno do século passado, a competição entre grandes poderes voltou”, dizia o documento, recuperando a linguagem da corrida entre superpotências. As bases da disputa atual que hoje parece estar fervendo estavam, em resumo, já explicitadas no diagnóstico do Governo de Trump quando ainda não havia completado um ano. A sintonia que o republicano gostava de mostrar em relação a Xi Jinping, por mais desconcertante que fosse (chegou a elogiar a reforma constitucional do líder chinês para se perpetuar no poder), nunca significou superar conflitos. Agora, os dois estimulam a guerra contra o outro e obtêm, em boa parte, créditos políticos em casa. A lista de desencontros, invectivas e represálias recíprocas aumentou sem trégua nos últimos meses. Restrições mútuas de entradas a funcionários em torno ao Tibete e Hong Kong, onde uma nova lei de Segurança Nacional imposta pela China anula, de acordo com os Estados Unidos, a ampla autonomia do enclave. Sanções recíprocas pela situação da minoria muçulmana uigur na região de Xinjiang, onde Washington – e numerosos especialistas – denunciam terríveis abusos dos direitos humanos. Previamente, cada um também havia expulsado jornalistas e imposto limites aos vistos de correspondentes do outro. Ambos se chocam no mar do Sul da China, onde Pequim pede a maior parte das águas e Washington declarou ilegais as alegações de soberania chinesas. Ganha nova vida o diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad) – o foro informal de defesa entre o Japão, Austrália, EUA e a Índia na região Ásia-Pacífico – em meio às tensões fronteiriças da China com seus vizinhos. Discutem por seu armamento nuclear: a Casa Branca deseja que a China diminua seu arsenal, enquanto o gigante asiático responde que se sentará para negociar “se os Estados Unidos estiverem dispostos a reduzir [o seu]” a seu nível. Washington e Taipei se aproximam, para irritação do Governo de Xi Jinping, que considera Taiwan parte inalienável do território chinês e seu interesse primordial. No campo da tecnologia, há mais de um ano se arrasta a disputa sobre a Huawei, o gigante chinês do qual os EUA suspeitam que pode agir como cavalo de Troia nos terminais e nas redes 5G ocidentais; uma disputa em que Washington pressiona e que em Pequim é vista como uma tentativa de neutralizar um competidor que tomou a dianteira. Somente o acordo comercial continua em andamento por enquanto, ainda que preso por um fio e apesar de Trump declarar que não tem nenhum interesse para avançar à fase dois do pacto. A China considera que sua ascensão corrige injustiças históricas e devolve o país ao lugar que historicamente lhe corresponde. Há tempos – e, evidentemente, desde o começo da guerra comercial – chegou também à conclusão de que os Estados Unidos são uma potência decadente que quer impedir a ascensão da China no cenário global para não perder suas vantagens. É uma convicção generalizada: tão ubíqua entre os círculos de poder como nas conversas das pessoas comuns. E Pequim responde – e se antecipa – com uma assertividade crescente, que aumentou notavelmente durante a pandemia. Os Estados Unidos, por sua vez, acham que Pequim ameaça seus interesses estratégicos e compete de maneira injusta no âmbito comercial. Com a deterioração da relação, isso também ocorreu com a percepção mútua das duas sociedades. Um estudo do Pew Research Center de abril apontava que 66% dos norte-americanos têm opinião desfavorável sobre a China – a maior proporção desde que a pesquisa começou, em 2005 –, contra 26% que a vê como positiva. Por sua vez, uma pesquisa da Universidade Renmin de Pequim entre uma centena de acadêmicos chineses mostra que 62% deles acredita que os Estados Unidos querem lançar uma guerra fria contra seu país. Nesse momento, o novo entendimento é que as relações entre a China e os Estados Unidos “não voltarão a ser as mesmas”, disse, citado pelo jornal Global Times, Liu Weidong, um dos pesquisados e associado à Academia Chinesa de Ciências Sociais, um dos grandes laboratórios estatais de ideias. E se Trump perder a reeleição em 3 de novembro? Os dados do Pew evidenciam que as frentes entre os dois países vão além da agenda trumpista e Joe Biden, concorrente democrata à Casa Branca, transmitiu uma dura mensagem contra o regime de Xi Jinping. Hufbauer dá como certo que essa guerra fria continuará com Biden na presidência. “A retórica e a ênfase serão possivelmente diferentes. Biden falaria de comércio, mas certamente falaria mais de Hong Kong, e dos uigures, das condições de trabalho, meio ambiente... Mudaria a conversa, mas a guerra comercial não desaparecerá”, opina. Biden, para começar, apresentou um programa econômico que abraça parte do nacionalismo econômico de Trump sob o lema “compre produtos americanos”. Que os atritos tenham aumentado se deve, pelo menos em parte, a motivos internos. Nenhum dos dois rivais atravessa seu melhor momento. Se os Estados Unidos já têm o olhar em suas eleições de novembro, a China conseguiu deixar para trás o pior da pandemia, mas a um custo elevado. Não somente econômico – no primeiro semestre sofreu uma contração de 1,6% -, como também de imagem: sua assertiva política exterior e sua gestão da Covid despertaram, e agravaram, suspeitas em outros países, que por sua vez endurecem suas posturas em relação ao gigante asiático. “Trump e Xi Jinping se encontram em um dilema parecido”, disse Orville Schell, da Asia Society, em uma videoconferência recente organizada pela instituição. “Os dois procuram, de certa forma, exportar seus problemas jogando a culpa em assuntos de fora, e agitando problemas no estrangeiro. Ambos utilizam muito as glórias nacionalistas. Os dois são populistas até a medula. Ambos são assombrados pelo desemprego, e a maior parte de sua legitimidade vem de sua capacidade de gestão econômica. Há muitas semelhanças entre os dois, o que explica talvez por que apesar de tudo conseguiram manter sua amizade”, afirmou Schell. Um confronto pleno está bem distante das intenções dos dois países. Têm, ao fim e ao cabo, os dois exércitos mais poderosos do mundo. E suas economias, queiram ou não, estão fortemente interconectadas. Um desengate seria “pouco prático”, afirmou o ministro Wang neste mês em um discurso a acadêmicos norte-americanos em que tentava pedir calma. Mas dano já pode estar feito. “A guerra comercial dos últimos dois anos teve pouco impacto real na economia chinesa. Por outro lado, a psicologia da sociedade teve papel importante”, declarou Wang Wen, veterano executivo do Instituto de Estudos Financeiros Chongyang, da Universidade Renmin. “A imagem que costumávamos ter dos Estados Unidos – democracia, liberdade, abertura, normas claras, palavras que provavelmente vêm à mente da maioria – essa imagem positiva desapareceu”. Há 11 anos, em uma entrevista publicada pelo Atlantic Council, perguntaram a Zbigniew Brzezinski, conselheiro de Segurança Nacional com Jimmy Carter, que lição havia aprendido da Guerra Fria. Poderia dizer “não se precipitar”: foi ele que em 1979 recebeu uma ligação na madrugada em que lhe informavam de um ataque de mísseis soviéticos que acabou sendo um erro. Mas o que disse foi: “A queda da Cortina de Ferro e os acontecimentos desses anos foram geridos com sofisticação e com uma América envolvida trabalhando alinhada aos alemães, os britânicos e os franceses. Precisamos de parceiros sérios, por isso defendo tanto que exista uma voz europeia a se escutar, mas depende dos europeus modelá-la. Por enquanto não a temos, temos um vazio político na Europa. Era 2009. Agora a Europa, ainda que continue com seus debates internos, é quem não encontra interlocutor do outro lado do Atlântico.” Importações de soja brasileira pela China batem recorde em junho China comprou mais de uma tonelada de soja do Paraná Fonte: globonews E aqui no Brasil, Bolsonaro vislumbra cortar relações diplomáticas com China, mas ele não pode esquecer que a China é maior consumidor dos produtos agrícolas do país. E e agricultura que está "salvando" o país durante a pandemia.
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