Em
homenagem ao dia 8 de março, que marca a luta delas e de tantas outras pelo
mundo, o Governo do Brasil separou algumas histórias que se
destacaram nessa trajetória
"Primeira
brasileira a integrar uma unidade militar, Maria
Quitéria nasceu
em São José de Itapororocas (BA), no ano de 1797. Durante as lutas
pela Independência do Brasil, alistou-se no regimento de artilharia,
como soldado Medeiros. Depois foi transferida para a infantaria e
passou a integrar o Batalhão dos Voluntários do Imperador, em 1822.
Pelo seu entusiasmo e bravura, Maria Quitéria conquistou o respeito
dos companheiros e recebeu de D.Pedro I a insígnia de Cavaleiro da
Ordem Imperial do Cruzeiro. Em junho de 1996, passou a ser
reconhecida como Patrono do Quadro Complementar de Oficiais do
Exército Brasileiro.
Conhecida pelo
pseudônimo de Nísia
Floresta, Dionísia
Gonçalves Pinto foi provavelmente a primeira mulher no País a
publicar textos em jornais, na época em que a imprensa nacional
ainda dava seus primeiros passos. Nascida em Papari — hoje cidade
Nísia Floresta — Rio Grande do Norte, em 12 de outubro de 1810,
Nísia também dirigiu um colégio para moças no Rio de Janeiro e
escreveu livros em defesa dos direitos das mulheres, dos índios e
dos escravos.
Carlota
Pereira de Queirós foi
a primeira mulher brasileira a ser eleita deputada federal.
Nascida em São Paulo, em 13 de fevereiro de 1892, atuou como médica,
escritora e pedagoga. Estudou dietética infantil em centros médicos
da Europa, onde efervesciam as ideias feministas e o movimento
sufragista. Ao voltar ao Brasil, organizou a assistência aos feridos
da Revolução Constitucionalista, movimento de contestação à
Revolução de 1930, ocorrido em São Paulo. Em maio de 1933, foi a
única mulher eleita deputada à Assembleia Nacional Constituinte.
O primeiro
sindicato de trabalhadoras domésticas do Brasil foi criado
por Laudelina
de Campos Melo. Nascida
em 12 de outubro de 1904, em Poços de Caldas, Minas Gerais, aos sete
anos já trabalhava como empregada doméstica. Em 1936, filiou-se ao
Partido Comunista Brasileiro e fundou a Associação de Trabalhadores
Domésticos do País. Sua luta, especialmente na década de 1970, foi
fundamental para a categoria conquistar o direito à carteira de
trabalho e à Previdência Social.
Conhecida
como a maior líder na luta pelos direitos políticos das mulheres
brasileiras, Bertha
Lutz foi
bióloga e a segunda mulher a ingressar no serviço público.
Nascida em São Paulo, no dia 2 de agosto de 1894, a
pioneira na defesa dos direitos políticos das mulheres contribuiu
para o decreto do voto feminino em 1932 junto ao movimento
sufragista. Quatro anos depois, assume o mandato de deputada. Como
parlamentar, atuou pela mudança na legislação referente ao
trabalho da mulher e do menor, visando, além de igualdade
salarial, à licença de três meses para a gestante e à redução
da jornada de trabalho, então de 13 horas diárias.
Celina
Guimarães Viana: primeira
mulher a exercer o direito de voto no País, em 1927. Naquele ano, o
Rio Grande do Norte foi o primeiro estado a estabelecer que não
haveria distinção de sexo para o exercício do voto. Com isso,
ela se inscreveu para votar com o auxílio de seu marido e
entrou para a história como a primeira mulher a votar no Brasil.
Em 25 de novembro de 1927, na cidade de Mossoró, foi incluído
o nome de Celina Guimarães Vianna na lista dos eleitores do Rio
Grande do Norte.
Nascida
em 11 de julho de 1901, Antonieta
de Barros foi
a primeira mulher a integrar a Assembleia Legislativa de Santa
Catarina e a primeira mulher negra eleita parlamentar no
Brasil. Começou a trabalhar como jornalista na década de 1920,
criando e dirigindo em Florianópolis, onde nasceu o jornal A
Semana,
mantido até 1927. Na mesma década, dirigiu o periódico Vida Ilhoa,
na mesma cidade. Como educadora, fundou o Curso Antonieta de Barros,
que dirigiu até a sua morte, em 1952, além de ter lecionado em
outros três colégios.
Mesmo
tendo nascido praticamente cega, em 11 de novembro de 1930, Rose
Marie Muraro teve
determinação para se tornar uma das intelectuais mais influentes do
Brasil e uma das pioneiras do feminismo. Foi responsável por livros
que retratavam de forma contundente a condição da mulher na
sociedade da época, como A
Sexualidade da Mulher Brasileira.
Ela também foi responsável por disseminar conteúdos estrangeiros
sobre o tema, traduzindo e editando inúmeras publicações.
Rosmary
Corrêa: foi
a primeira delegada especial para mulheres, atuou na primeira unidade
especializada do País, inaugurada em São Paulo em 1985. Eleita
deputada estadual pela primeira vez em 1990, reelegeu-se em 1994,
1998 e 2002. Sua atuação parlamentar foi voltada para a segurança
pública e para o combate à violência e à discriminação contra a
mulher.
A
farmacêutica cearense Maria
da Penha é
o marco recente mais importante da história das lutas feministas
brasileiras. Em 1983, enquanto dormia, recebeu um tiro do então
marido, Marco Antônio Heredia Viveiros, que a deixou paraplégica.
Depois de se recuperar, foi mantida em cárcere privado, sofreu
outras agressões e nova tentativa de assassinato, também pelo
marido, por eletrocussão. Procurou a Justiça e conseguiu deixar a
casa, com as três filhas. Depois de um longo processo de luta, em
2006, foi sancionada a Lei nº 11.340, conhecida por Lei Maria
da Penha, que coíbe a violência doméstica contra mulheres. Com
informações do Portal Brasil.”
Fonte: Brasil ao
minuto