segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

domingo, 29 de dezembro de 2019

Carro flex não pega. Ajuste de Combustível AF


Fonte: divulgando conhecimento - youtube

Brasil perde mais uma mulher brilhante!

Nilcea Freire, ex-ministra e líder feminista Médica e professora, ela foi reitora da Uerj e implantou o sistema de cotasPor Carta Capital 

"Líder feminista integrou o governo Lula e realizou a 1ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres em 2004"

"Políticos e personalidades lamentam a morte de Nilcea Freire, ex-Secretária Especial de Políticas para as Mulheres do governo Lula. Nilcea morreu neste sábado 28, no Rio de Janeiro, aos 67 anos, vítima de câncer. “Precisamos, cada vez mais, de mais Nilceas”, escreveu o ex-presidente Lula em seu perfil no Twitter.
Médica e ex-reitora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Nilcea também foi ex-dirigente da Fundação Ford no Brasil e deixa como um de seus principais legados a dedicação à defesa dos direitos das mulheres.

Como ministra, entre 2004 e 2011, ela esteve à frente do processo de discussão e articulação para a promulgação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), cuja implementação seguiu defendendo mesmo após deixar a pasta, integrando o grupo de interlocução da Organização das Nações Unidas (ONU Mulheres Brasil) sobre a avaliação da implementação da lei.
Na Uerj, Nilcea foi a primeira mulher a ocupar o cargo de reitora em universidade pública do estado, de 2000 a 2004. Na Fundação Ford, colaborou para a viabilidade de ações em favor dos direitos das mulheres, como na resposta à epidemia do vírus zika.
Foi uma mulher decisiva em uma série de agendas pelos direitos das mulheres brasileiras em colaboração com as mulheres do mundo. Exemplar no exercício de funções públicas, deixa legado honroso. É uma inspiração para muitas mulheres e meninas no Brasil e no mundo”, disse, em nota, a representante da ONU Mulheres Brasil, Anastasia Divinskaya.
Em nota oficial, o Partido dos Trabalhadores destacou a militância da ativista em defesa dos direitos das mulheres. Confira um trecho da nota:
Nilcea Freire fez do Brasil uma liderança na área de políticas públicas para mulheres, tornando-se referência. Ela também atuou como médica, professora, pesquisadora e reitora da UERJ.

Como secretária, realizou a I Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que reuniu mais de 120 mil mulheres de todo o país e, em consequência dessa mobilização, publicou, no final de 2004, o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.

Sob sua condução, foram implementadas as mais relevantes políticas públicas voltadas às mulheres da história do Brasil até o momento.
Mulher de luta até o fim, Nilcea Freire deixa plantadas as sementes daquilo que lutamos para ver florescer: a militância feminista brasileira."
Fonte: Carta Capital e Folha uol    

sábado, 28 de dezembro de 2019

Retrospectiva política 2019


Fonte: whatsapp

Educação: Ufla - Universidade Federal de Lavras, MG


Fonte: whatsapp

DPVAT


Por Por Raoni Alves, G1 — Rio  

Veja os valores:     

Automóvel, táxi e carro de aluguel: R$ 5,23 - redução de 68%; era R$ 16,21 em 2019;

  • Ciclomotores: R$ 5,67 - redução de 71%; era R$ 19,65 em 2019;
  • Caminhões: R$ 5,78 - redução de 65,4%; era de R$ 16,77 em 2019;
  • Ônibus e micro-ônibus (sem frete): R$ 8,11 - redução de 67,3%; era de R$ 25,08 em 2019;
  • Ônibus e micro-ônibus (com frete): R$ 10,57 - redução de 72,1%; era de R$ 37,90 em 2019
  • Motos: R$ 12,30 - redução foi de 86%; era de R$ 84,58 em 2019.

Cobrança para motos caiu 86%, chegando a R$ 12,30. DPVAT voltou a valer após decisão do STF. A partir de 2021, motorista poderá escolher qual seguradora prestará o serviço.


Os valores do DPVAT 2020 foram divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), vinculado ao Ministério da Fazenda.

Cobrança para motos caiu 86%, chegando a R$ 12,30. DPVAT voltou a valer após decisão do STF. A partir de 2021, motorista poderá escolher qual seguradora prestará o serviço.

Os valores do DPVAT 2020 foram divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), vinculado ao Ministério da Fazenda.

pagamento continua na data de vencimento da cota única de IPVA ou na da primeira parcela de cada estado, informou a Seguradora Líder, que é a administradora do DPVAT. Os boletos devem ser gerados no site da seguradora.

"O objetivo da redução do prêmio foi para consumir recursos que foram acumulados ao longo do tempo, de contribuições do próprio segurado em preços de seguros que foram majorados por processos de corrupção, que a operação Tempo de Despertar começou a apurar em 2015", disse Solange Vieira, superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Segundo a autarquia informou nesta sexta-feira, a precificção do seguro ficoumaior durante um período de tempo e isso foi formando um fundo na instituição. O valor total desse fundo chegou a R$ 5,8 bilhões. A Susep considerou esse total no cálculo para os novos valores do DPVAT.

"O objetivo nosso foi montar um cálculo onde a gente maximizava a utilização desses recursos pelo consumidor. A gente vai consumindo esse fundo em três anos", disse Solange Vieira, da Susep

Segundo os cálculos da Susep, os valores apresentados deverão ser mantidos até 2023, quando o fundo deve zerar. Essa projeção considera que os casos de sinistros se mantenham na mesma média dos últimos anos.

Fonte: auto esporte - G1     

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

É natal. O nascimento de Jesus! Não devemos nos esquecer





A todos os leitores do jornal O Guardião

da Montanha gostaríamos de agradecer!


Que amor, a paz e alegria esteja em nossos corações, pois é isto que nos faz semelhantes ao filho de Deus, essa força superior que nos faz acordar pela manhã todos os dias. E que nos dá força para continuar na luta.

E a partir de janeiro de 2020, teremos novidades no jornal O Guardião da Montanha. Aguarde!

Ana Lúcia Dias - Jornalista, Editora. 

“Para o Natal dos presépios”




Por Petrônio Souza, jornalista e escritor 




Aos poucos vamos perdendo nossas tradições e o sentindo original de nossas crenças e valores mais verdadeiros. Até bem pouco tempo, Minas Gerais vivia em suas cidades e povoados o Natal dos presépios. Dentro das casas, das igrejas, dos centros comunitários, ele sempre estava lá e muitos traziam oferendas para a ele decorar. Os presépios eram construídos e movidos pelo mesmo espírito que São Francisco de Assis criou, no século XIII, o primeiro presépio: reverenciar e adorar a vinda do Menino Jesus. E muitos doavam parte de suas casas para a construção de presépios, para algo maior, comunitário, uma obra de todos. E como os Três Reis Magos, todos vinham trazer suas oferendas ao Jesus Cristinho.

Era feito de coisas simples, por pessoas simples, que ainda assim faziam lindas obras, que encantavam e tocavam os corações daqueles que ainda acreditam nas coisas deste mundo. Era a manifestação de uma tradição. Estavam lá, no interior de Minas, como um centro armazenador da devoção humana. O Natal dos presépios é um Natal que remonta a um cenário cristão, de doação, fé e reverência. Contrário ao Natal do Papai Noel.


O Papai Noel é uma personagem criada pela Coca-Cola em 1931, por isso traz suas cores encarnadas, o vermelho e o branco. É um agente descristianizador, patrocinado em todo mundo para apagar a verdadeira imagem do aniversariante do dia: o Menino Jesus. Jesus veio ao mundo como o Filho do Pai, em forma de criança. O Papai Noel diz ser o papai de todas as crianças, mas tem as suas preferidas. Meu Deus, onde essa figura foi colocada.

Sua barriga sugere a gula; o saco cheio, a esnobação; e a sua risada ironiza àqueles que não podem ser seus escolhidos. É uma fraude ao verdadeiro espírito natalino. Cristo nasceu enquanto seus pais viajavam em lombo de mula, quase um refugiado, mesmo assim entrou na casa de todos. Papai Noel viaja em um lindo trenó puxado por renas e visita a casa de poucos, muito poucos.

Falar que Papai Noel é uma alusão a São Nicolau é uma grande heresia. São Nicolau era um santo homem, nasceu em 270 e morreu em 342, aos 71 anos. “Fez o bem, sem olhar a quem”. Fundou orfanatos, saciou a fome dos pobres, protegeu marinheiros, ladrões e mendigos. Viveu sob a égide da caridade. Foi perseguido e preso pelos Romanos. Por seu amor ao seu semelhante, tornou-se Santo.

Papai Noel foi criado e financiado por uma empresa multinacional, vive no polo-Norte, distante de todas as crianças do mundo e no Natal sai presenteando àqueles que podem comprar sua visita. Não tem pai, mãe, filhos ou amigos. Não posso acreditar nele! É, no máximo, uma paródia de muito mau gosto do nosso santo protetor.

Enquanto escrevo este texto, acredito que em alguma casa mineira um presépio tenha recebido uma nova oferta, uma oferenda. Talvez um anjinho de barro, uma pedrinha reluzente, ou quem sabe até um Menino Jesus de madeira. Como estou cá, distante dele, deposito nele este texto, esta oferenda da fé humana ao Menino Jesus, ao Jesus Cristinho – tão lindo, tão menino e tão amado… Que Deus abençoe o verdadeiro Natal, o Natal dos presépios e todo aquele que compartilha o Natal por dentro e por fora, o Natal do criador, do nascimento à manjedoura, o Natal natalino, sem outras palavras.”

Fonte: Diário do Poder            

"E se Jesus nascesse hoje no Brasil?"



"Se reaparecesse hoje no Brasil, como muitos dos que se chamam 'cristãos' tratariam Jesus? Seria xingado e atacado nas redes sociais: 'vai pra Cuba', 'comunista' "
Por Guilherme Boulos

Quase 200 milhões de brasileiros e mais de 2 bilhões de pessoas pelo mundo comemoram o Natal todos os anos. É verdade que cada vez mais a data virou sinônimo de comércio, com muitos papais noéis nos shoppings e poucos pensamentos cristãos.

Mas o consumismo natalino não tem nada a ver com a vida e os ensinamentos de Jesus Cristo. Ao menos do Jesus que podemos conhecer através da Bíblia.

Jesus não veio de uma família rica ou importante da época. Nazaré está para a Palestina como Paraisópolis está para São Paulo. Ele nasceu num estábulo, lugar onde guardavam cavalos: Jesus nasceu em Belém, num estábulo, seis dias antes da Páscoa (LC: 2, 41). O estábulo não pertencia a José e Maria. Eles o usaram porque não tinham outro lugar. Jesus, portanto, nasceu sem-teto.

Quantos juízes do Brasil de hoje não despejariam a família, mesmo com a mãe grávida?

Desde que nasceu, Jesus foi perseguido pelos governantes. As escrituras contam que o rei da época mandou matar todas as crianças com menos de 2 anos nos arredores de Belém, com medo, pois anunciavam a chegada do filho de Deus.

Você pode estar pensando: que horror, como o governo assassinava crianças? No Rio de Janeiro, pelo menos 6 crianças morreram durante ações policiais em favelas neste ano. Uma delas, a menina Ágatha Félix, com um tiro de fuzil nas costas. Em São Paulo, a vítima mais jovem do massacre de Paraisópolis tinha 14 anos.

Jesus dedicou toda sua vida para defender os humildes como ele. Defendia e curava os miseráveis que circulavam pelas ruas da Galiléia. Era misericordioso com as prostitutas: “Em verdade vos digo que as meretrizes entram diante de vós no reino de Deus” (MT: 21,31).

E enfrentou os enganadores que lucravam com a fé do povo: “Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade (MT, 23:23)”. O que ele diria hoje dos vendilhões do templo de hoje em dia?

Se reaparecesse hoje no Brasil, como muitos dos que se chamam “cristãos” tratariam Jesus? Seria xingado e atacado nas redes sociais: “vai pra Cuba”, “comunista”. Quando barrou os apedrejamentos, atuou como um legítimo defensor dos direitos humanos. Certamente hoje ouviria: “leva pra casa”.”
Fonte: Fórum             

Natal dos índios - Deus se fez índio, quilombola ...

Presépio indigena 
Por articulista  frei Gilvander Moreira  - CPT - Comissão Pastoral da Terra  

Escreve todas às terças-feiras 

É tempo de natal, mas dá para celebrar o natal no meio da fase mais cruel do capitalismo, máquina de moer vidas humanas e vidas de todos os seres vivos, que atualmente não apenas explora, mas superexplora a dignidade humana, a dignidade da mãe terra, da irmã água e de toda a biodiversidade? A realidade está mais para sexta-feira da paixão, porque na última eleição no Brasil foram eleitos para o poder político políticos da pior estirpe, que acumpliciados com o poder econômico das empresas transnacionais, com o capital especulativo, com agronegócio e mineradoras, estão eliminando todas as conquistas de direitos sociais conquistados com muita luta e tendo custado a vida de milhares de mártires, durante as últimas décadas.


Sob a avalanche do antinatal do mercado idolatrado, necessário se faz resgatar o sentido bíblico do Natal de Jesus Cristo, que é inspirador e revolucionário. Faz bem entendermos a narrativa bíblica do Evangelho de Lucas (Lc 2,1-20) que versa sobre o nascimento do galileu que se tornou Cristo. O Evangelho de Lucas não é crônica jornalística escrita sob o calor dos fatos. Escrito na década de 80 do século I da era cristã, o Evangelho de Lucas é Teologia da História a partir dos oprimidos e injustiçados e da sua fé na ressurreição de Jesus Cristo. Para o evangelista Lucas, foram os pastores – os trabalhadores mais discriminados da época – os que, por primeiro, reconheceram a encarnação do divino no humano. Quando nasceu Jesus Cristo? Onde? Em que contexto? Na presença de quem? E foi visitado e acolhido por quem?

Jesus de Nazaré nasceu em tempos de imperialismo romano com o imperador Augusto baixando decreto para aumentar o peso da tributação nas costas do povo, além de manter a superexploração, por meio da escravidão, a quem eram submetidos mais de 60 milhões de pessoas nas muitas colônias do Império Romano. Diz o evangelista Lucas: “Naqueles dias, o imperador Augusto publicou um decreto ordenando recenseamento em todo o império” (Lc 2,1). Como o pai de Jesus, José, era descendente de Davi e natural de Belém, ele teve que viajar da cidadezinha de Nazaré, na Galileia – periferia e norte da Palestina -, até Belém, na Judeia, mais de 120 quilômetros, a pé ou montando em jumento, com sua esposa Maria que estava na iminência de dar à luz um menino (Lc 2,3-5). Em uma colônia dominada pelo imperialismo romano, por governadores submissos aos interesses imperiais e com a cumplicidade de um poder religioso – o sinédrio – que usava o nome de Deus para excluir e marginalizar a maioria do povo, como trecheiro, estradeiro, “irmão de rua”, migrante, retirante, sem-terra, sem-teto, refugiado, índio, quilombola, migrante e judeu da periferia, nasceu Jesus Cristo na periferia de Belém, pequena cidade do interior. Jesus não nasceu em Jerusalém nem em Roma, capital do império, nem em Brasília, nem na Avenida Paulista e nem nos Estados Unidos. Maria e José tiveram que ocupar um curral na periferia de Belém, porque não encontraram hospedagem na cidade, certamente porque estavam sem condições financeiras de pagar hotel ou hospital particular.

Ao descrever o nascimento de Jesus, o evangelista Lucas estabelece estreito paralelismo com a morte e ressurreição do Messias. De fato, em Lc 2,7a se diz que “Maria enfaixou Jesus e o colocou na manjedoura”; em Lc 23,53a afirma-se que “José de Arimateia enfaixou o corpo de Jesus e o colocou em um sepulcro”. Ou seja, escrevendo uns cinqüenta anos após a crucificação e ressurreição de Jesus Cristo, o evangelista aponta que a missão de Jesus será espinhosa (tinha sido), terá que enfrentar a violência de podres poderes e de opressores (tinha enfrentado ...) - e, por isso, será condenado à pena de morte, crucificado (martirizado) (tido sido ...), mas ressuscitará ao terceiro dia (tinha ressuscitado).

Jesus nasce no meio dos pastores (Lc 2,8), os injustiçados e execrados pela classe dominante (saduceus) onde estão os senhores “de bens” que por cumplicidade reproduzem a desigualdade social. Entre todos os segmentos da classe trabalhadora e camponesa, os pastores e as pastoras eram os/as mais explorados/as, considerados/as impuros/as, principalmente porque não respeitavam as propriedades privatizadas. Para os pastores e pastoras, o território era um bem comum e, por isso, levavam os rebanhos que cuidavam para pastar em outras propriedades. Assim eram considerados invasores de propriedades privadas. Para os pastores e as pastoras, “Terra de Deus, terra de irmãos!”, tema da Campanha da Fraternidade de 1986 que desencadeou a luta social que fez inscrever a função social da propriedade na Constituição Federal de 1988.

Um anjo de Deus apareceu aos pastores” (Lc 2,9), não apareceu ao imperador, nem ao governador, nem a nenhum sacerdote e nem a nenhuma pessoa considerada pura, integrada à sociedade dos “de bens”. São esses pastores e pastoras que reconhecem o nascimento do menino Deus e vêm ao encontro daquele que iria testemunhar um caminho de libertação para todos/as e tudo, a utopia “vida e liberdade para todos/as e tudo” (Jo 10,10). Hoje podemos dizer que um/a anjo/a apareceu a Marielle Franco, aos indígenas, aos quilombolas e continua aparecendo a todos/as os/as considerados/as impuros/as que se irmanam na luta em defesa dos injustiçados/as.


Nos Evangelhos de Lucas e de Mateus, o nascimento de Jesus não é apresentado de forma neutra diante das contradições e desigualdades sociais. José, Maria, Jesus, os evangelistas e as primeiras comunidades cristãs (autoras dos Evangelhos) fazem opção de classe, têm lado: o lado dos oprimidos e injustiçados. A luz divina foi experimentada pelos pastores e pastoras, em uma noite escura (Lc 2,8-9), – como a noite que se abateu sobre o povo brasileiro com a eleição de Bolsonaro, de governadores, de deputados e senadores, todos vassalos de um capitalismo ultraliberal. A luz e a força divina irromperam naqueles e naquelas que eram os/as mais rejeitados/as na Palestina, colônia do Império Romano.

Nas primeiras comunidades cristãs se lia naquela época o texto do profeta Isaías que dizia: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, uma luz raiou para os que habitavam uma terra sombria” (Is 9,1). A primeira mensagem do anjo aos pastores e pastoras foi: “Não tenham medo! Eis uma ótima notícia para todo o povo explorado. Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor” (Lc 2,10). Essa mensagem ganha eloquência se recordarmos que quando se elevava um novo imperador ou rei, arautos do império anunciavam a entronização aclamando o que estava sendo entronizado como novo Salvador (soter, em grego) e Senhor (Kurios, em grego).

As primeiras comunidades cristãs fazem uma revolução copernicana e subvertem a ideologia dominante que divinizava o poder e quem estava no poder. ‘Salvador’ e ‘Senhor’ não será mais o imperador e nenhum rei. ‘Salvador’ e ‘Senhor’ será aquela criança que nasceu no meio dos superexplorados. O anjo alerta: só quem se mistura com os periféricos e com eles convive consegue experimentar o divino se revelando no humano a partir dos porões da humanidade (Lc 2,12). Quem fica distante dos empobrecidos e empobrecidas acumula preconceitos e se desumaniza. Diz o evangelista Lucas que os anjos fazem festa ao experimentar a glória de Deus e a paz (shalom, em hebraico) no meio do povo (Lc 2,14). A glória de Deus brilha quando o humano em todas as pessoas é respeitado e valorizado. Paz como fruto da justiça, shalom, acontece quando os governos com organização popular efetuam mudanças estruturais para superar a desigualdade social e promover a justiça social com respeito à imensa diversidade cultural, aos direitos da natureza, dos animais e toda a biodiversidade existente no nosso país e no mundo.

Os pastores da região foram a Belém, às pressas, participar do acontecimento” (Lc 2,15-16); não foram a Jerusalém, nem a Brasília, nem às catedrais do deus mercado, nem ao Império do capital, nem ao agronegócio e nem às mineradoras. “E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados” (Lc 2,18). Quem não ouve, não respeita e nem participa da luta dos/as sem-terra, dos/as sem-teto, dos atingidos pelas mineradoras, dos/as migrantes, dos/as refugiados/as, dos irmãos e irmãs em situação de rua, dos/as indígenas, dos/as quilombolas, das mulheres e dos nossos irmãos e irmãs LGBTTQIs[2] não consegue compreender o divino se tornando humano a partir de Jesus Cristo.

Os pastores e as pastoras reconhecem o poder popular nascido na periferia de Belém, cidade do pastor Davi que se tornou rei bom. “É de ti Belém, a menor entre todas as cidades, que virá o Salvador” (Miq 5,1), bradava a profecia inspiradora do profeta Miqueias. 

Etimologicamente Belém (Betlehem, em hebraico) significa Casa do Pão. Belém é a cidade de Davi, o menor entre os irmãos, aquele que organizou os injustiçados da sociedade para lutar por um governo justo, popular e democrático. O verdadeiro “rei dos judeus” não é violento e sanguinário como Herodes, é um recém-nascido, nascido sem-terra e sem-casa e tendo que se exilar às pressas, logo após o nascimento, como refugiado, para não ser assassinado pelo poder repressor de plantão. 

Segundo o Evangelho de João, o nascido na “Casa do Pão” se tornou Pão da Vida para todos/as (Jo 6,35-59). Os pastores e as pastoras intuem com sabedoria que o poder democrático, participativo e popular vem da periferia, dos injustiçados, dos pequenos.

O natal trombeteado aos quatro ventos pelos arautos do mercado idolatrado é um antinatal, abusa do nascimento de Jesus Cristo para auferir lucro e acumular capital, promovendo gastança, viagens que resultam em centenas de mortes e comilanças; pior, humilham milhões de pessoas que não podem gastar, viajar e nem promover comilanças. O Papai Noel é um mentiroso, nojento e fantoche do ídolo capital que cumpre uma tarefa suja: seduzir as crianças e as famílias para consumirem ao máximo até se consumirem e se desumanizarem gradativamente. Quem não se alia à luta por direitos de sessenta por cento dos brasileiros que sobrevivem com menos de um salário mínimo por mês não consegue vivenciar o sentido sublime e profundo do Natal de Jesus Cristo, está sendo mentiroso/a, pois não está abraçando o projeto de Jesus, o Cristo libertador e salvador.


Quem é discípulo/a do menino que nasceu como refugiado na periferia de Belém precisa insurgir ao lado de toda a classe trabalhadora e camponesa e das forças vivas que lutam pela superação de todas as injustiças. É hora de acordar do sono imposto por falsos pastores, falsos padres, por fake news e pelas contradições dos Partidos Políticos. É hora de despertar para as lutas de base e massivas. Os poderosos aparentam ser gigantes, mas têm pés de barro, pois estão recheados de contradições e mentiras. O menino Deus nascido na periferia de Belém vive em todos/as que lutam por justiça social, justiça agrária, justiça ambiental, justiça urbana e por direitos humanos fundamentais. Por isso, no Brasil, em 2019, no Natal de Jesus: Deus se fez índio, quilombola ...
Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Ciências Bíblicas; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG.  
E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br –  Facebook: Gilvander Moreira III
[2] Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queers e pessoas Intersex.
Fonte: frei Gilvander Moreira        







Luiza Erundina anuncia último mandato político: “Está na hora”

Deputada Federal, Luisa Erundina - PSol

Luisa Erundina Retira a sua pré canditatura à prefeita de São Paulo, capital

















Erundina quer se dedicar ao trabalho de base com movimentos populares. ‘Nasci para política, me realizo na política’


A deputada federal Luiza Erundina(PSOL-SP) anunciou que este é seu último mandato como parlamentar. Ela não deve sair da política, mas também não vai se candidatar a mais nada. As informações são da coluna de Leonardo Sakamoto.

A democracia agradece.

Estou com 85 anos, em plena consciência, memória, capacidade de trabalho intelectual. Mas a gente tem que saber o tempo. Quero ver mais jovens assumindo protagonismo na política. Tomei consciência de que está na hora”, declarou ao jornalista.

Erundina quer se dedicar ao trabalho de base com movimentos populares. “Nasci para política, me casei com a política, me realizo na política”.

Nascida em Uiraúna, na Paraíba, em 30 de novembro de 1934, foi eleita a primeira prefeita da capital paulista, em 1988, na época pelo PT. Foi ministra do governo Itamar Franco, o que levou ao rompimento com o Partido dos Trabalhadores. Passou pelo PSB e, hoje, está no PSOL. Foi reeleita, em 2018, para o seu sexto mandato no Congresso Nacional.
Fonte: Carta capital          

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Política internacional: Bolívia – O novo sucessor de Evo Morales, sindicalista de 30 anos

Andrónico Rodríguez é vice-presidente das seis Federações de Cocaleiros do Trópico de Cochabamba






  Por  Brasil de Fato
Vice-presidente das seis Federações de Cocaleiros do Trópico de Cochabamba, Andrónico Rodríguez lidera as pesquisas eleitorais na Bolívia, um mês e meio após o golpe que levou à renúncia de Evo Morales, do Movimento ao Socialismo (MAS). Aos 30 anos de idade, Rodríguez é considerado o sucessor de Morales entre os cocaleiros da região central do país e pertence ao mesmo partido do ex-presidente.
A data da próxima eleição não está definida. Há dois cenários possíveis: março de 2020 ou 6 de agosto, Dia da Pátria – antiga data das posses na Bolívia."
Fonte: Fórum