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segunda-feira, 30 de dezembro de 2019
domingo, 29 de dezembro de 2019
Brasil perde mais uma mulher brilhante!
sábado, 28 de dezembro de 2019
DPVAT
Por Por Raoni Alves, G1 — Rio
Veja os valores:
Automóvel, táxi e carro de aluguel: R$ 5,23 - redução de 68%; era R$ 16,21 em 2019;
-
Ciclomotores: R$ 5,67 - redução de 71%; era R$ 19,65 em 2019;
-
Caminhões: R$ 5,78 - redução de 65,4%; era de R$ 16,77 em 2019;
-
Ônibus e micro-ônibus (sem frete): R$ 8,11 - redução de 67,3%; era de R$ 25,08 em 2019;
-
Ônibus e micro-ônibus (com frete): R$ 10,57 - redução de 72,1%; era de R$ 37,90 em 2019
-
Motos: R$ 12,30 - redução foi de 86%; era de R$ 84,58 em 2019.
Ciclomotores: R$ 5,67 - redução de 71%; era R$ 19,65 em 2019;
Caminhões: R$ 5,78 - redução de 65,4%; era de R$ 16,77 em 2019;
Ônibus e micro-ônibus (sem frete): R$ 8,11 - redução de 67,3%; era de R$ 25,08 em 2019;
Ônibus e micro-ônibus (com frete): R$ 10,57 - redução de 72,1%; era de R$ 37,90 em 2019
Motos: R$ 12,30 - redução foi de 86%; era de R$ 84,58 em 2019.
Cobrança para motos caiu 86%, chegando a R$ 12,30. DPVAT voltou a valer após decisão do STF. A partir de 2021, motorista poderá escolher qual seguradora prestará o serviço.
Os valores
do DPVAT 2020 foram
divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Conselho Nacional de Seguros
Privados (CNSP), vinculado ao Ministério da Fazenda.
Cobrança para motos caiu 86%, chegando a R$ 12,30. DPVAT voltou a valer após decisão do STF. A partir de 2021, motorista poderá escolher qual seguradora prestará o serviço.
Cobrança para motos caiu 86%, chegando a R$ 12,30. DPVAT voltou a valer após decisão do STF. A partir de 2021, motorista poderá escolher qual seguradora prestará o serviço.
Os valores
do DPVAT 2020 foram
divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Conselho Nacional de Seguros
Privados (CNSP), vinculado ao Ministério da Fazenda.
A cobrança
do seguro obrigatório segue no próximo ano após
o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender
a medida provisória (MP) do presidente Jair Bolsonaro que
previa sua extinção.
O pagamento
continua na data de vencimento da cota única de IPVA ou
na da primeira
parcela de cada estado,
informou a Seguradora Líder, que é a administradora do DPVAT. Os
boletos devem ser gerados no site da seguradora.
"O
objetivo da redução do prêmio foi para consumir recursos que foram
acumulados ao longo do tempo, de contribuições do próprio segurado
em preços de seguros que foram majorados por processos de corrupção,
que a operação Tempo de Despertar começou a apurar em 2015",
disse Solange Vieira, superintendente da Superintendência de Seguros
Privados (Susep).
Segundo
a autarquia informou nesta sexta-feira, a precificção do seguro ficoumaior durante um período de tempo e
isso foi formando
um fundo na
instituição. O valor
total desse fundo chegou a R$ 5,8 bilhões.
A Susep considerou esse total no cálculo para os novos valores do
DPVAT.
"O
objetivo nosso foi montar um cálculo onde a gente maximizava a
utilização desses recursos pelo consumidor. A gente vai consumindo esse fundo em três anos", disse Solange Vieira, da Susep
Segundo
os cálculos da Susep, os valores
apresentados deverão ser mantidos até 2023,
quando o fundo deve zerar. Essa projeção considera que os casos de
sinistros se mantenham na mesma média dos últimos anos.
Fonte:
auto esporte - G1
quinta-feira, 26 de dezembro de 2019
terça-feira, 24 de dezembro de 2019
É natal. O nascimento de Jesus! Não devemos nos esquecer
A todos os leitores do jornal O Guardião
da Montanha gostaríamos de agradecer!
Que amor, a paz e alegria esteja em nossos corações, pois é isto que nos faz semelhantes ao filho de Deus, essa força superior que nos faz acordar pela manhã todos os dias. E que nos dá força para continuar na luta.
E a partir de janeiro de 2020, teremos novidades no jornal O Guardião da Montanha. Aguarde!
Ana Lúcia Dias - Jornalista, Editora.
“Para o Natal dos presépios”
Por Petrônio Souza, jornalista e escritor
“Aos
poucos vamos perdendo nossas tradições e o sentindo original de
nossas crenças e valores mais verdadeiros. Até bem pouco tempo,
Minas Gerais vivia em suas cidades e povoados o Natal dos presépios.
Dentro das casas, das igrejas, dos centros comunitários, ele sempre
estava lá e muitos traziam oferendas para a ele decorar. Os
presépios eram construídos e movidos pelo mesmo espírito que São
Francisco de Assis criou, no século XIII, o primeiro presépio:
reverenciar e adorar a vinda do Menino Jesus. E muitos doavam parte
de suas casas para a construção de presépios, para algo maior,
comunitário, uma obra de todos. E como os Três Reis Magos, todos
vinham trazer suas oferendas ao Jesus Cristinho.
Era
feito de coisas simples, por pessoas simples, que ainda assim faziam
lindas obras, que encantavam e tocavam os corações daqueles que
ainda acreditam nas coisas deste mundo. Era a manifestação de uma
tradição. Estavam lá, no interior de Minas, como um centro
armazenador da devoção humana. O Natal dos presépios é um Natal
que remonta a um cenário cristão, de doação, fé e reverência.
Contrário ao Natal do Papai Noel.
O
Papai Noel é uma personagem criada pela Coca-Cola em 1931, por isso
traz suas cores encarnadas, o vermelho e o branco. É um agente
descristianizador, patrocinado em todo mundo para apagar a verdadeira
imagem do aniversariante do dia: o Menino Jesus. Jesus veio ao mundo
como o Filho do Pai, em forma de criança. O Papai Noel diz ser o
papai de todas as crianças, mas tem as suas preferidas. Meu Deus,
onde essa figura foi colocada.
Sua
barriga sugere a gula; o saco cheio, a esnobação; e a sua risada
ironiza àqueles que não podem ser seus escolhidos. É uma fraude ao
verdadeiro espírito natalino. Cristo nasceu enquanto seus pais
viajavam em lombo de mula, quase um refugiado, mesmo assim entrou na
casa de todos. Papai Noel viaja em um lindo trenó puxado por renas e
visita a casa de poucos, muito poucos.
Falar
que Papai Noel é uma alusão a São Nicolau é uma grande heresia.
São Nicolau era um santo homem, nasceu em 270 e morreu em 342, aos
71 anos. “Fez o bem, sem olhar a quem”. Fundou orfanatos, saciou
a fome dos pobres, protegeu marinheiros, ladrões e mendigos. Viveu
sob a égide da caridade. Foi perseguido e preso pelos Romanos. Por
seu amor ao seu semelhante, tornou-se Santo.
Papai
Noel foi criado e financiado por uma empresa multinacional, vive no
polo-Norte, distante de todas as crianças do mundo e no Natal sai
presenteando àqueles que podem comprar sua visita. Não tem pai,
mãe, filhos ou amigos. Não posso acreditar nele! É, no máximo,
uma paródia de muito mau gosto do nosso santo protetor.
Enquanto
escrevo este texto, acredito que em alguma casa mineira um presépio
tenha recebido uma nova oferta, uma oferenda. Talvez um anjinho de
barro, uma pedrinha reluzente, ou quem sabe até um Menino Jesus de
madeira. Como estou cá, distante dele, deposito nele este texto,
esta oferenda da fé humana ao Menino Jesus, ao Jesus Cristinho –
tão lindo, tão menino e tão amado… Que Deus abençoe o
verdadeiro Natal, o Natal dos presépios e todo aquele que
compartilha o Natal por dentro e por fora, o Natal do criador, do
nascimento à manjedoura, o Natal natalino, sem outras palavras.”
Fonte:
Diário do Poder
"E se Jesus nascesse hoje no Brasil?"
"Se
reaparecesse hoje no Brasil, como muitos dos que se chamam 'cristãos'
tratariam Jesus? Seria xingado e atacado nas redes sociais: 'vai pra
Cuba', 'comunista' "
Por
Guilherme
Boulos
“Quase
200 milhões de brasileiros e mais de 2 bilhões de pessoas pelo
mundo comemoram o Natal todos os anos. É verdade que cada vez mais a
data virou sinônimo de comércio, com muitos papais noéis nos
shoppings e poucos pensamentos cristãos.
Mas
o consumismo natalino não tem nada a ver com a vida e os
ensinamentos de Jesus Cristo. Ao menos do Jesus que podemos conhecer
através da Bíblia.
Jesus
não veio de uma família rica ou importante da época. Nazaré está
para a Palestina como Paraisópolis está para São Paulo. Ele nasceu
num estábulo, lugar onde guardavam cavalos: Jesus
nasceu em Belém, num estábulo, seis dias antes da Páscoa (LC: 2,
41).
O estábulo não pertencia a José e Maria. Eles o usaram porque não
tinham outro lugar. Jesus, portanto, nasceu sem-teto.
Quantos
juízes do Brasil de hoje não despejariam a família, mesmo com a
mãe grávida?
Desde
que nasceu, Jesus foi perseguido pelos governantes. As escrituras
contam que o rei da época mandou matar todas as crianças com menos
de 2 anos nos arredores de Belém, com medo, pois anunciavam a
chegada do filho de Deus.
Você
pode estar pensando: que horror, como o governo assassinava crianças?
No Rio de Janeiro, pelo menos 6 crianças morreram durante ações
policiais em favelas neste ano. Uma delas, a menina Ágatha
Félix, com um tiro de fuzil nas costas. Em São Paulo, a vítima
mais jovem do massacre de Paraisópolis tinha 14 anos.
Jesus
dedicou toda sua vida para defender os humildes como ele. Defendia e
curava os miseráveis que circulavam pelas ruas da Galiléia. Era
misericordioso com as prostitutas: “Em
verdade vos digo que as meretrizes entram diante de vós no reino de
Deus” (MT: 21,31).
E
enfrentou os enganadores que lucravam com a fé do povo: “Ai
de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o
dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os
preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a
fidelidade (MT, 23:23)”. O
que ele diria hoje dos vendilhões do templo de hoje em dia?
Se
reaparecesse hoje no Brasil, como muitos dos que se chamam “cristãos”
tratariam Jesus? Seria xingado e atacado nas redes sociais: “vai
pra Cuba”, “comunista”. Quando barrou os apedrejamentos, atuou
como um legítimo defensor dos direitos humanos. Certamente hoje
ouviria: “leva pra casa”.”
Fonte:
Fórum
Natal dos índios - Deus se fez índio, quilombola ...
Presépio indigena Por articulista frei Gilvander Moreira - CPT - Comissão Pastoral da Terra Escreve todas às terças-feiras
É
tempo de natal, mas dá para celebrar o natal no meio da fase mais
cruel do capitalismo, máquina de moer vidas humanas e vidas de todos
os seres vivos, que atualmente não apenas explora, mas superexplora
a dignidade humana, a dignidade da mãe terra, da irmã água e de
toda a biodiversidade? A realidade está mais para sexta-feira da
paixão, porque na última eleição no Brasil foram eleitos para o
poder político políticos da pior estirpe, que acumpliciados com o
poder econômico das empresas transnacionais, com o capital
especulativo, com agronegócio e mineradoras, estão eliminando todas
as conquistas de direitos sociais conquistados com muita luta e tendo
custado a vida de milhares de mártires, durante as últimas décadas.
Sob
a avalanche do antinatal do mercado idolatrado, necessário se faz
resgatar o sentido bíblico do Natal de Jesus Cristo, que é
inspirador e revolucionário. Faz bem entendermos a narrativa bíblica
do Evangelho de Lucas (Lc 2,1-20) que versa sobre o nascimento do
galileu que se tornou Cristo. O Evangelho de Lucas não é crônica
jornalística escrita sob o calor dos fatos. Escrito na década de 80
do século I da era cristã, o Evangelho de Lucas é Teologia da
História a partir dos oprimidos e injustiçados e da sua fé na
ressurreição de Jesus Cristo. Para o evangelista Lucas, foram os
pastores – os trabalhadores mais discriminados da época – os
que, por primeiro, reconheceram a encarnação do divino no humano.
Quando nasceu Jesus Cristo? Onde? Em que contexto? Na presença de
quem? E foi visitado e acolhido por quem?
Jesus
de Nazaré nasceu em tempos de imperialismo romano com o imperador
Augusto baixando decreto para aumentar o peso da tributação nas
costas do povo, além de manter a superexploração, por meio da
escravidão, a quem eram submetidos mais de 60 milhões de pessoas
nas muitas colônias do Império Romano. Diz o evangelista Lucas:
“Naqueles dias, o imperador Augusto publicou um decreto
ordenando recenseamento em todo o império” (Lc 2,1). Como o
pai de Jesus, José, era descendente de Davi e natural de Belém, ele
teve que viajar da cidadezinha de Nazaré, na Galileia – periferia
e norte da Palestina -, até Belém, na Judeia, mais de 120
quilômetros, a pé ou montando em jumento, com sua esposa Maria que
estava na iminência de dar à luz um menino (Lc 2,3-5). Em uma
colônia dominada pelo imperialismo romano, por governadores
submissos aos interesses imperiais e com a cumplicidade de um poder
religioso – o sinédrio – que usava o nome de Deus para excluir e
marginalizar a maioria do povo, como trecheiro, estradeiro, “irmão
de rua”, migrante, retirante, sem-terra, sem-teto, refugiado,
índio, quilombola, migrante e judeu da periferia, nasceu Jesus
Cristo na periferia de Belém, pequena cidade do interior. Jesus não
nasceu em Jerusalém nem em Roma, capital do império, nem em
Brasília, nem na Avenida Paulista e nem nos Estados Unidos. Maria e
José tiveram que ocupar um curral na periferia de Belém, porque não
encontraram hospedagem na cidade, certamente porque estavam sem
condições financeiras de pagar hotel ou hospital particular.
Ao
descrever o nascimento de Jesus, o evangelista Lucas estabelece
estreito paralelismo com a morte e ressurreição do Messias. De
fato, em Lc 2,7a se diz que “Maria enfaixou Jesus e o colocou na
manjedoura”; em Lc 23,53a afirma-se que “José de
Arimateia enfaixou o corpo de Jesus e o colocou em um sepulcro”.
Ou seja, escrevendo uns cinqüenta anos após a crucificação e
ressurreição de Jesus Cristo, o evangelista aponta que a missão de
Jesus será espinhosa (tinha sido), terá que enfrentar a violência
de podres poderes e de opressores (tinha enfrentado ...) - e, por
isso, será condenado à pena de morte, crucificado (martirizado)
(tido sido ...), mas ressuscitará ao terceiro dia (tinha
ressuscitado).
Jesus
nasce no meio dos pastores (Lc 2,8), os injustiçados e execrados
pela classe dominante (saduceus) onde estão os senhores “de bens”
que por cumplicidade reproduzem a desigualdade social. Entre todos os
segmentos da classe trabalhadora e camponesa, os pastores e as
pastoras eram os/as mais explorados/as, considerados/as impuros/as,
principalmente porque não respeitavam as propriedades privatizadas.
Para os pastores e pastoras, o território era um bem comum e, por
isso, levavam os rebanhos que cuidavam para pastar em outras
propriedades. Assim eram considerados invasores de propriedades
privadas. Para os pastores e as pastoras, “Terra de Deus, terra de
irmãos!”, tema da Campanha da Fraternidade de 1986 que desencadeou
a luta social que fez inscrever a função social da propriedade na
Constituição Federal de 1988.
“Um
anjo de Deus apareceu aos pastores”
(Lc 2,9), não apareceu ao imperador, nem ao governador, nem a nenhum
sacerdote e nem a nenhuma pessoa considerada pura, integrada à
sociedade dos “de bens”. São esses pastores e pastoras que
reconhecem o nascimento do menino Deus e vêm ao encontro daquele que
iria testemunhar um caminho de libertação para todos/as e tudo, a
utopia “vida e
liberdade para todos/as e tudo”
(Jo 10,10). Hoje podemos dizer que um/a anjo/a apareceu a Marielle
Franco, aos indígenas, aos quilombolas e continua aparecendo a
todos/as os/as considerados/as impuros/as que se irmanam na luta em
defesa dos injustiçados/as.
Nos
Evangelhos de Lucas e de Mateus, o nascimento de Jesus não é
apresentado de forma neutra diante das contradições e desigualdades
sociais. José, Maria, Jesus, os evangelistas e as primeiras
comunidades cristãs (autoras dos Evangelhos) fazem opção de
classe, têm lado: o lado dos oprimidos e injustiçados. A luz divina
foi experimentada pelos pastores e pastoras, em uma noite escura (Lc
2,8-9), – como a noite que se abateu sobre o povo brasileiro com a
eleição de Bolsonaro, de governadores, de deputados e senadores,
todos vassalos de um capitalismo ultraliberal. A luz e a força
divina irromperam naqueles e naquelas que eram os/as mais
rejeitados/as na Palestina, colônia do Império Romano.
Nas
primeiras comunidades cristãs se lia naquela época o texto do
profeta Isaías que dizia: “O povo que andava nas trevas viu uma
grande luz, uma luz raiou para os que habitavam uma terra sombria”
(Is 9,1). A primeira mensagem do anjo aos pastores e pastoras foi:
“Não tenham medo! Eis uma ótima notícia para todo o povo
explorado. Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador,
que é o Messias, o Senhor” (Lc 2,10). Essa mensagem ganha
eloquência se recordarmos que quando se elevava um novo imperador ou
rei, arautos do império anunciavam a entronização aclamando o que
estava sendo entronizado como novo Salvador (soter, em grego)
e Senhor (Kurios, em grego).
As
primeiras comunidades cristãs fazem uma revolução copernicana e
subvertem a ideologia dominante que divinizava o poder e quem estava
no poder. ‘Salvador’ e ‘Senhor’ não será mais o imperador e
nenhum rei. ‘Salvador’ e ‘Senhor’ será aquela criança que
nasceu no meio dos superexplorados. O anjo alerta: só quem se
mistura com os periféricos e com eles convive consegue experimentar
o divino se revelando no humano a partir dos porões da humanidade
(Lc 2,12). Quem fica distante dos empobrecidos e empobrecidas acumula
preconceitos e se desumaniza. Diz o evangelista Lucas que os anjos
fazem festa ao experimentar a glória de Deus e a paz (shalom,
em hebraico) no meio do povo (Lc 2,14). A glória de Deus brilha
quando o humano em todas as pessoas é respeitado e valorizado. Paz
como fruto da justiça, shalom, acontece quando os
governos com organização popular efetuam mudanças estruturais para
superar a desigualdade social e promover a justiça social com
respeito à imensa diversidade cultural, aos direitos da natureza,
dos animais e toda a biodiversidade existente no nosso país e no
mundo.
“Os
pastores da região foram a Belém, às pressas, participar do
acontecimento”
(Lc 2,15-16); não foram a Jerusalém, nem a Brasília, nem às
catedrais do deus mercado, nem ao Império do capital, nem ao
agronegócio e nem às mineradoras. “E
todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados”
(Lc 2,18). Quem não ouve, não respeita e nem participa da luta
dos/as sem-terra, dos/as sem-teto, dos atingidos pelas mineradoras,
dos/as migrantes, dos/as refugiados/as, dos irmãos e irmãs em
situação de rua, dos/as indígenas, dos/as quilombolas, das
mulheres e dos nossos irmãos e irmãs LGBTTQIs[2] não
consegue compreender o divino se tornando humano a partir de Jesus
Cristo.
Os
pastores e as pastoras reconhecem o poder popular nascido na
periferia de Belém, cidade do pastor Davi que se tornou rei bom. “É
de ti Belém, a menor entre todas as cidades, que virá o Salvador”
(Miq 5,1), bradava a profecia inspiradora do profeta Miqueias.
Etimologicamente Belém (Betlehem, em hebraico)
significa Casa do Pão. Belém é a cidade de Davi, o menor
entre os irmãos, aquele que organizou os injustiçados da sociedade
para lutar por um governo justo, popular e democrático. O verdadeiro
“rei dos judeus” não é violento e sanguinário como Herodes, é
um recém-nascido, nascido sem-terra e sem-casa e tendo que se exilar
às pressas, logo após o nascimento, como refugiado, para não ser
assassinado pelo poder repressor de plantão.
Segundo o Evangelho de
João, o nascido na “Casa do Pão” se tornou Pão da Vida para
todos/as (Jo 6,35-59). Os pastores e as pastoras intuem com sabedoria
que o poder democrático, participativo e popular vem da periferia,
dos injustiçados, dos pequenos.
O
natal trombeteado aos quatro ventos pelos arautos do mercado
idolatrado é um antinatal, abusa do nascimento de Jesus Cristo para
auferir lucro e acumular capital, promovendo gastança, viagens que
resultam em centenas de mortes e comilanças; pior, humilham milhões
de pessoas que não podem gastar, viajar e nem promover comilanças.
O Papai Noel é um mentiroso, nojento e fantoche do ídolo capital
que cumpre uma tarefa suja: seduzir as crianças e as famílias para
consumirem ao máximo até se consumirem e se desumanizarem
gradativamente. Quem não se alia à luta por direitos de sessenta
por cento dos brasileiros que sobrevivem com menos de um salário
mínimo por mês não consegue vivenciar o sentido sublime e profundo
do Natal de Jesus Cristo, está sendo mentiroso/a, pois não está
abraçando o projeto de Jesus, o Cristo libertador e salvador.
Quem
é discípulo/a do menino que nasceu como refugiado na periferia de
Belém precisa insurgir ao lado de toda a classe trabalhadora e
camponesa e das forças vivas que lutam pela superação de todas as
injustiças. É hora de acordar do sono imposto por falsos pastores,
falsos padres, por fake news e pelas contradições
dos Partidos Políticos. É hora de despertar para as lutas de base e
massivas. Os poderosos aparentam ser gigantes, mas têm pés de
barro, pois estão recheados de contradições e mentiras. O menino
Deus nascido na periferia de Belém vive em todos/as que lutam por
justiça social, justiça agrária, justiça ambiental, justiça
urbana e por direitos humanos fundamentais. Por isso, no Brasil, em
2019, no Natal de Jesus: Deus se fez índio, quilombola ...
Frei
e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG;
licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia
pelo ITESP/SP; mestre em Ciências Bíblicas; assessor da CPT, CEBI,
SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos Sociais Populares
e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG.
[2] Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queers e pessoas Intersex.
Fonte: frei Gilvander Moreira
|
Luiza Erundina anuncia último mandato político: “Está na hora”
Deputada Federal, Luisa Erundina - PSol
Luisa Erundina Retira a sua pré canditatura à prefeita de São Paulo, capital
|
Erundina quer se dedicar ao trabalho de base com movimentos populares. ‘Nasci para política, me realizo na política’
A
deputada federal Luiza Erundina(PSOL-SP) anunciou que este é seu
último mandato como parlamentar. Ela não deve sair da política,
mas também não vai se candidatar a mais nada. As informações são
da coluna de Leonardo
Sakamoto.
A democracia agradece.
“Estou
com 85 anos, em plena consciência, memória, capacidade de trabalho
intelectual. Mas a gente tem que saber o tempo. Quero ver mais jovens
assumindo protagonismo na política. Tomei consciência de que está
na hora”, declarou ao jornalista.
Erundina quer
se dedicar ao trabalho de base com movimentos populares. “Nasci
para política, me casei com a política, me realizo na política”.
Nascida
em Uiraúna, na Paraíba, em 30 de novembro de 1934, foi eleita a
primeira prefeita da capital paulista, em 1988, na época pelo PT.
Foi ministra do governo Itamar Franco, o que levou ao rompimento com
o Partido dos Trabalhadores. Passou pelo PSB e, hoje, está no PSOL.
Foi reeleita, em 2018, para o seu sexto mandato no Congresso
Nacional.
Fonte:
Carta capital
segunda-feira, 23 de dezembro de 2019
Política internacional: Bolívia – O novo sucessor de Evo Morales, sindicalista de 30 anos
Andrónico Rodríguez é vice-presidente das seis Federações de Cocaleiros do Trópico de Cochabamba |
Por Brasil
de Fato
Vice-presidente
das seis Federações de Cocaleiros do Trópico
de Cochabamba, Andrónico Rodríguez lidera as pesquisas
eleitorais na Bolívia, um mês e meio após o golpe
que levou à renúncia de Evo Morales, do Movimento ao Socialismo
(MAS).
Aos 30 anos de idade, Rodríguez é considerado o sucessor de
Morales entre os cocaleiros da região central do país e
pertence ao mesmo partido do ex-presidente.
A
data da próxima eleição não está definida. Há dois cenários
possíveis: março de 2020 ou 6 de agosto, Dia da Pátria – antiga
data das posses na Bolívia."
Fonte: Fórum