Paralisação: embora greve caminhe para o fim, outras categorias vão parar nesta terça-feira (Rodolfo Buhrer/Reuters) |
“A greve continua,
mas há sinais de volta à normalidade em serviços afetados nos
últimos dias. Escoltas de combustíveis devolveram
os aeroportos do
país ao funcionamento e devem ampliar a capacidade dos serviços de
transporte municipal, como no Rio de Janeiro, que deve ter nesta
terça-feira 100% da frota em funcionamento, segundo a prefeitura.
Achar gasolina nos postos continua
uma tarefa inglória, mas distribuidoras já falam que os serviços
devem voltar à normalidade até sexta-feira, como em Brasília. Os
bloqueios nas estradas seguem diminuindo, mas a tal “minoria
radical” não tem data para ir para casa.
O
problema é que, nesta terça-feira, as paralisações se alastram
para novos setores. O Sindicato dos Motoboys de São Paulo
(Sindimoto) convocou paralisações em todo o país, para
protestar contra o aumento no preço da gasolina. Já os
professores de escolas particulares da cidade de São Paulo decidiram
realizar uma nova paralisação, para discutir a manutenção
da convenção coletiva, que garantiria alguns direitos aos
professores de escolas particulares. Metroviários em Belo Horizonte,
em Minas Gerais, também prometeram reduzir o funcionamento do metrô
a partir desta terça-feira. Dando início a uma greve de tempo
indeterminado, o sindicato reivindica que a passagem não seja
aumentada. A tarifa do metrô chegou 3,40 reais neste mês, mas
voltou ao valor anterior, de 1,80 real, depois que a Companhia
Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) foi notificada de uma decisão da
4ª Vara da Fazenda Pública de BH, suspendendo o reajuste.
O Sindicato dos
Trabalhadores em Transportes Rodoviários e Urbano Coletivo de Manaus
e no Amazonas (STTRM) também indicaram uma paralisação para hoje.
Os ônibus municipais de Florianópolis também devem parar em apoio
aos caminhoneiros.
Já os petroleiros farão
uma greve de advertência de 72 horas a partir de quarta-feira, 30. A
advertência é de que só voltarão ao trabalho após ter sua
inacreditável lista de demandas atendida: redução dos preços dos
combustíveis, a manutenção dos empregos, a retomada da produção
das refinarias, o fim das importações de derivados de petróleo, e
a demissão de Pedro Parente da presidência da empresa.
A partir desta
terça-feira, também entram em greve professores e funcionários da
Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Campinas
(Unicamp). A reclamação é contra o reajuste salarial, que, de
acordo com seus sindicatos, foi “absolutamente incompatível com a
reposição das perdas salariais”.
Ontem, estivadores que
trabalham no Porto de Santos, representantes dos sindicatos dos
Petroleiros, Gráficos, Trabalhadores da Construção Civil e
Judiciários se uniram a uma passeata em apoio aos caminhoneiros, na
cidade portuária.
O ministro da Secretaria
do Governo, Carlos Marun, garantiu, na segunda-feira, que o
preço do diesel nas bombas dos postos de combustíveis amanheceria
0,46 real menor já nesta terça-feira. Seria, na teoria, a deixa
para os caminhoneiros voltarem definitivamente para casa. Mas pode
não ser o suficiente para o país voltar de vez à normalidade.”
Fonte:
exame.com
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