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segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Reportagem local: “Quem Ama Não Mata”

Em frente ao terminal Central de ônibus





Por Ana Lucia Dias

Na última quinta-feira, 17, às 17h foi marcado o ponto de encontro, em frente ao terminal de ônibus para o Ato, que marcou o repúdio das mulheres aos feminicídios, que ocorreria, em função de um time da cidade ter contratado o goleiro Bruno. Ele foi incriminado pelo feminicídio em 2010 da modelo Eliza Samudio. Ele está agora em prisão semiaberta.

Mas que culminou com mais dois casos de feminicídio, o da Alessandra Vaz e Daniela Mousinho.

Foram pintados cartazes e faixas para na sequência, seguir em uma caminhada, que teve a organização do “Coletivo Mulheres pela Democracia”, “Marcha Mundial de Mulheres”, “Grupo Marielle Franco”, entre outros grupos de mulheres. E com a presença de alguns homens que respeitam e defendem as mulheres. 

No Sul de Minas tivemos cerca de 10 mil feminicídios nos últimos seis meses. Dados oficiais da polícia civil do Sul de Minas. Uma mulher morta a cada oito minutos. O Brasil é o 5º país no mundo, em pleno século 21, em que existe a violência contra a mulher e que se comete feminicídios. E Minas  Gerais lidera o ranking. 

A mulher que hoje em dia, em muitos lares, é a chefe de família com tripla jornada de trabalho, além de trabalhar fora, ainda arruma a casa, fazendo todos os afazeres e, ainda cuida dos filhos. Tem de ser uma Super Mulher!


Uma caminhada silenciosa pelas ruas e avenidas do centro de Poços de Caldas, com o bárbaro feminicídio de duas mulheres ao mesmo tempo, Alexandra Vaz e Daniele Mousinho, amiga de Alessandra, que estava por um acaso na casa da amiga. 

Alessandra Vaz, tinha 47 anos e era de Poços Caldas, o que causou grande comoção na cidade, uma artista plástica reconhecida que tinha a loja “AZ”, na rua Rio de Janeiro, centro de Poços de Caldas. Onde foi realizada uma homenagem no fim da caminhada, no sétimo dia de sua morte com a presença da mãe, a Dona Sandra e as outras filhas que a ampararam todo o tempo. Muito emocionada a mãe de Alessandra chorava enquanto participava da caminhada e depois no final da homenagem também em frente à loja da filha. Elas preferiram participar do Ato e caminhada contra os feminicídios, em vez de irem à missa de sétimo dia, que ficou marcada para sábado, 19, na Igreja Matriz da cidade.

Homens que cometem feminicídio, (que é o assassinato de mulheres pelo simples fato de ser mulher) não percebem, se não fossem as mulheres, que são as únicas capazes de dar à luz, eles, ou melhor, nenhum ser humano existiria.

Imagine para uma mãe que gera, carrega e alimenta a uma criança por nove meses, o que ela sente com a morte desse ser, uma filha ou filho? E, ainda dessa maneira.

No meio da caminhada, em frente ao Itaú-Unibanco da av. Assis Figueredo, Leidy Nara leu um texto, em homenagem à Alessandra. E a irmã dela, Andressa Vaz depois de cantar “Como nossos pais” que Elis Regina cantava e era uma das músicas preferidas da irmã, deu um recado para todos os homens e mulheres, principalmente às mães
 
No final da caminhada, todas as mulheres e homens de verdade que respeitam, protegem e defendem as mulheres, pelo simples fato de reconhecerem a importância das mulheres, depositaram as flores e velas acesas em frente à loja “AZ”, que Alessandra  Vaz mantinha em Poços de Caldas, prestando uma homenagem a doce guerreira Alessandra.

Na Loja "AZ" , Selma Mistura, leu uma poesia do filho de Alessandra, Léo Vaz de 21 anos, de seu primeiro casamento o que foi emocionante. E também um monólogo com atriz, Évila dos Anjos da “Cianós”, uma companhia de Teatro em Poços de Caldas. a E Adeline, do “Coletivo de Mulheres pela Democracia”, compôs e cantou a música em homenagem, principalmente à família e amigos de Alessandra. Todas as apresentações culturais mexeram muito com os presentes, em especial com a família, que pode ver como Alessandra era querida e, foram muito aplaudidas pelo público presente.

De acordo com Haroldo Paes Gessoni, um cliente da loja “AZ”, que a conhecia: “inédito as pessoas que vieram a essa caminhada, não têm o costume de virem à caminhadas e ou passeatas. Apenas vieram por serem amigos (as) da querida Alessandra”, afirma Haroldo.

Um policial de trânsito junto com uma
outra policial.
Essa moto é pilotada por uma mulher
da polícia militar.
Policiais militares garantindo a
segurança de todos e todas as
manifestantes.
A Polícia cumpriu seu dever muito bem, desde a mobilização em frente ao terminal central de ônibus, a princípio com dois policiais de trânsito, o Denis e o Victor, depois com mais policiais, inclusive mulheres, para impedir o trânsito de carros nas travessas, enquanto seguia a caminhada para que houvesse segurança. Parabéns ao trabalho das polícias de trânsito e militar.
Foi utilizada meia pista na av. Assis Figueredo pela caminhada. E nas demais ruas também. 
A polícia militar e de trânsito protegendo a caminhada


Mulher, denuncie qualquer ameaça que pode começar com a psicológica, depois agressões físicas e por fim o feminicídio. Não deixe chegar ao extremo. Pode ser tarde demais! Lute por sua vida!
Procure o CRAS – Centro de Assistência Social de seu bairro ou então, o CREAS Centro de Referência Especializado de Assistência Social são duas unidades públicas que pertencem à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social. Ambas atuam com foco em pessoas em situações vulneráveis e de risco social.

QUALQUER PESSOA PODE DENUNCIAR, CHAME A POLÍCIA QUANDO ESCUTAR UM PEDIDO DE SOCORRO OU PERCEBER ALGUMA COISA ESTRANHA NA CASA VIZINHA.

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