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segunda-feira, 15 de agosto de 2022

"Petrobras reduz preço da gasolina em 4,8%"

 Por NICOLA PAMPLONA, Folha de S. Paulo

"A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (15) corte de 4,8% no preço da gasolina em suas refinarias. É a terceira redução em menos de um mês, acompanhando a queda das cotações internacionais do petróleo.

A partir desta terça (16), a gasolina vendida pelas refinarias da estatal vai custar, em média, R$ 3,53 por litro. A queda é de R$ 0,18 por litro em relação ao preço médio praticado até esta segunda.

Considerando que a gasolina vendida nos postos tem 27% de etanol, a estatal estima um repasse de R$ 0,13 por litro ao preço final do combustível, que já vem em trajetória de queda desde o fim de junho, quando o Congresso aprovou cortes de impostos federais e estaduais. O ICMS.

Segundo a Petrobras, a redução é coerente com sua política, "que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio".

Nesta segunda, os preços internacionais do petróleo chegaram a cair mais de US$ 5 (R$ 25) por barril, devido a temores de queda da demanda, já que dados econômicos decepcionantes da China renovaram as preocupações com uma recessão global.

Na abertura do mercado, o preço médio da gasolina brasileira estava R$ 0,33 por litro acima da paridade de importação, conceito usado pela Petrobras em sua política de preços para simular quanto custaria trazer o produto importado para o país.

Desde o fim de junho, os preços do mercado brasileiro estão acima da paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), mesmo com os dois cortes recentes anunciados pela estatal.

O recuo do petróleo foi usado pela empresa para justificar também dois cortes no preço do diesel em agosto. Esse produto havia sido menos impactado pelas reduções de impostos, pois já tinha alíquotas abaixo do teto estabelecido pelo Congresso na maior parte dos estados.​

Segundo dados da Abicom, o preço médio do diesel nas refinarias brasileiras abriu o mercado nesta segunda R$ 0,23 por litro acima da paridade de importação.

Em nota divulgada logo após o anúncio da Petrobras nesta segunda, a Ativa Research avaliou que o movimento de redução dos preços é condizente com o de queda dos preços de petróleo e do câmbio verificados ao longo das últimas semanas.

"Ainda que, segundo nossos cômputos, não víamos espaço para uma redução deste tamanho [no preço da gasolina], acreditamos que o mercado não contestará a decisão da petrolífera", afirmou.

Para o banco Goldman Sachs, a Petrobras passará a vender gasolina abaixo da paridade internacional após o corte, mas ponderam que as margens da empresa com o combustível permanecem superiores à média de 2021.

"Isso nos leva a acreditar que as margens de refino consolidadas da Petrobras se mantêm em um nível saudável", afirmam os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins.

O corte das alíquotas de ICMS sobre combustíveis e energia já levou a uma deflação no país em julho, segundo dados divulgados pelo IBGE na semana passada.

A queda de 0,68% foi influenciada principalmente pelo grupo dos transportes, que teve a redução mais intensa, de 4,51%. O segmento contribuiu com o maior impacto (-1 ponto percentual) no resultado geral do IPCA.

A baixa dos transportes é explicada pelo recuo dos combustíveis, de 14,15%. A gasolina caiu 15,48%. O etanol recuou 11,38%.

Entre os 377 subitens que compõem o IPCA, a gasolina teve o impacto individual mais intenso para a deflação (-1,04 ponto percentual).

Em junho, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou o projeto que definiu o teto para a cobrança de ICMS sobre produtos e serviços como combustíveis e energia.

Analistas avaliam que a queda de preços pode gerar ganhos para o governo na corrida eleitoral, mas o cenário ainda deve ser de uma inflação desconfortável até as eleições."

Fonte: Folha de S. Paulo   

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