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sábado, 30 de março de 2024

"Clélia Lara Barcellos, mãe da militante Dora - Bloco 1 de 2 (2007)"

Fonte: Assembleia Legislativa de Minas Gerais

Documentário - "Um emocionante relato pessoal, revelador da época da ditadura militar; um depoimento que registra a história recente do País pela narrativa de quem viveu o período. Esse é o testemunho de Clélia Lara Barcellos, mãe da militante política Dora. Presa em 1969 e exilada em 1971 no Chile, Dora morreu na Alemanha, em 1976, aos 31 anos.

No depoimento ao Memória e Poder, Clélia Barcelos narra a curta vida da filha, seus ideais, os valores que ela defendeu. E relembra os anos 60 e 70 da história brasileira, a ditadura, a luta armada, o engajamento de estudantes na guerrilha, a tortura instituída, a busca dos pais pelos filhos. Trechos de um depoimento da própria Dora, gravado no Chile após a deportação, e de outros presos políticos também poderão ser vistos na entrevista. Mineira de Antônio Dias, Dora era estudante de medicina na UFMG, marcada pelo tratamento dos doentes em instituições como o Hospital Galba Veloso, e militante do Grupo Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, a VAR-Palmares, nos anos de chumbo da ditadura militar.

Seu envolvimento com a militância política começou na época da faculdade e desde então seu pai temia as repressões que ela poderia sofrer. A resposta de Dora era também um questionamento e apelo por mudança: ''Pai, enquanto o senhor respira morrem cinco, seis crianças de fome''. Em 1969, Dora fugiu para o Rio de Janeiro, passando a viver na clandestinidade. Em novembro do mesmo ano, com 24 anos, Dora foi presa com o marido e outro militante.

Com eles, foram apreendidos planos contra o então presidente Médici. Os três foram levados pela polícia. E torturados. O amigo militante preso com Dora morreu na mesma noite. Ela e o marido sobreviveram. Em janeiro de 71, Dora foi exilada para o Chile com outros 69 presos políticos, libertados em troca do embaixador suíço, que havia sido sequestrado no Brasil pela guerrilha."

 

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